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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Manchetes Socioambientais - Boletim de 20/8/2013

Amazônia

 
  O chamado Arco do Desmatamento, região da Amazônia Legal que mais sofre com a perda de floresta, avançou no último ano, alcançando o Sul do Amazonas e o Noroeste do Pará. Segundo o Instituto Imazon, o desmatamento aumentou 92% e atingiu 2.007 km² entre agosto de 2012 e julho deste ano. O Pará ficou em primeiro no ranking do desmatamento, com 810 km², o equivalente a 40% do total, seguido pelo Mato Grosso, com 621 km² (31%), Amazonas (14%) e Rondônia (13%). A principal surpresa é a velocidade com que o desmatamento ocorre no Amazonas, que estava fora do Arco. O desflorestamento no estado cresceu 223% em relação ao período anterior, atingindo 273 km². Em Mato Grosso, a área desmatada dobrou em relação a 2012 (102%) e, no Pará, chegou perto disso (91%) - O Globo, 20/8, País, p.9.
  O Dnit está desenvolvendo estudos de viabilidade econômica e socioambiental de algumas bacias hidrográficas, como primeiro passo para um plano de investimento em hidrovias. A primeira hidrovia a ser contemplada será a Teles Pires-Tapajós, que será utilizada para escoamento da produção do Norte do Mato Grosso em direção aos portos da região Norte. A hidrovia do Tocantins e do Araguaia terão estudos similares. A conclusão das obras da BR-163, prevista para 2014, alia-se à estratégica intermodalidade do Norte. Os oito terminais que a iniciativa privada está construindo na região ampliarão as condições de escoamento em ritmo de 3 milhões de toneladas ao ano. A intenção é de que a capacidade de movimentação desses terminais passe dos atuais 10,8 milhões de toneladas para 50 milhões de toneladas até 2020 - Valor Econômico, 20/8, Especial, p.F2.
  Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por fraude em licitações no início do mês, o senador Ivo Cassol (PP-RO) foi denunciado por crime ambiental em outro inquérito que tramita contra ele na Corte. Se a maioria dos ministros concordar com o Ministério Público Federal, Cassol passará a ser réu em outra ação penal. Cassol responde por impedir ou dificultar a regeneração de florestas e demais formas de vegetação. O crime ambiental começou a ser investigado pelo Ministério Público em 2010 e tem como pena até um ano de prisão. O documento não detalha o fato ocorrido para justificar o processo. O ex-procurador-geral Roberto Gurgel esclarece, no entanto, que se trata de um crime permanente - e, por isso, não teria havido prescrição - O Globo, 20/8, País, p.6.
  O presidente do Equador, Rafael Correa, propôs ontem a realização de uma consulta popular para acabar com os jornais impressos no país, mantendo apenas as versões digitais para "economizar papel". A declaração foi dada pelo Twitter, em resposta às críticas que o governo vem recebendo sobre um projeto de exploração de petróleo no Parque Nacional Yasuní. O eventual referendo também consultaria a população sobre a permissão ou não da extração de óleo na Região Amazônica. Ambientalistas tentam juntar 600 mil assinaturas para realizar um referendo e barrar a implantação do projeto de exploração na área - O Globo, 20/8, Economia, p.26.
  A usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira (RO), deverá iniciar sua operação comercial nesta quinta-feira. Sua primeira turbina funciona em regime de teste, desde sábado, e já fornece energia ao sistema interligado nacional. De acordo com a Energia Sustentável do Brasil, concessionária responsável pela usina, o teste foi bem-sucedido. Até o fim deste ano, pelo menos mais quatro turbinas entrarão em funcionamento. Cada turbina tem 75 megawatts (MW) de potência. Assim, até dezembro, a capacidade instalada de Jirau poderá atingir a marca de 375 MW - Valor Econômico, 20/8, Empresas, p.B12.
   
 

Mudanças Climáticas

 
  O time internacional de cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) deixou vazar ontem um rascunho de seu relatório a ser apresentado no mês que vem. Nele há novos cálculos sobre o quanto o nível dos oceanos pode aumentar até 2100: 25,4 centímetros, se os governos conseguirem frear o ritmo de emissões dos gases do efeito estufa; ou entre 53,3 cm até 90cm, caso as emissões continuem a crescer no passo em que está. O nível de certeza sobre a responsabilidade humana no aumento de temperatura das últimas décadas também foi corrigido, para cima. Da faixa entre 90% e 100%, no último relatório, de 2007, para a faixa entre 95% e 100%. O relatório enfatiza que os fatores que contribuem para as mudanças climáticas estão mais firmes que nunca, e reitera que as consequências das emissões provocadas pelo homem podem ser profundas - O Globo, 20/8, Ciência, p.30.
 
Novas pesquisas indicam que mudanças climáticas acontecem mais depressa do que o previsto e podem provocar um aumento do nível do mar de quase 5 metros. Segundo Benjamin Strauss e seus colegas da Climate Central, caso as emissões continuem na velocidade atual, o aumento do nível do mar em 2100 deverá ser de 7 metros. Mas, se houver cortes agressivos nos lançamentos de gases-estufa, o aumento se limitaria a 2 metros. Mas exatamente em quanto tempo isto deverá acontecer? Se o nível do mar subir por 9 metros ao longo de vários milhares de anos, haverá tempo para se adaptar. Mas, se for capaz de subir vários metros por século, isto pode significar que as crianças recém-nascidas poderão viver para ver os estágios iniciais de um aumento radical do nível do mar - O Globo, 20/8, Amanhã, p.10 e 11.
  A empresa russa de energia Novatek, em parceria com a empresa francesa de energia Total e a China National Petroleum Corp., está construindo uma usina de gás natural liquefeito de US$ 20 bilhões na costa da Rússia no Ártico. Trata-se de um dos primeiros grandes projetos de energia que se aproveitam do descongelamento do Ártico no verão, causado pelo aquecimento global. A usina, chamada Yamal LNG, enviará gás para a Ásia ao longo da faixa marítima conhecida como Passagem do Nordeste, aberta para transportes nacionais regulares há apenas quatro anos. "Essa situação é uma realidade e, comercialmente, a nova rota reduz custos", argumentou Emily Stromquist, analista de energia global do Eurasia Group - FSP, 20/8, The New York Times, p.4.
 
"Os dados são preliminares - o documento final só será divulgado em setembro -, mas o primeiro relatório de avaliação nacional produzido pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas indica, por exemplo, que a agricultura será o setor mais afetado, por conta da mudança nos regimes de chuvas. As culturas de milho, arroz e mandioca tendem a ter quedas importantes de produtividade. Uma pesquisa feita pela Embrapa, em 2008, já previa que as perdas da agricultura provocadas pelas mudanças climáticas seriam da ordem de R$ 7 bilhões, em 2020, e de R$ 14 bilhões, em 2070. De acordo com especialistas, torna-se urgente investir em mudanças no modo de produzir. Reduzindo o uso de fertilizantes, aumentando a rotação de culturas e a fixação biológica de nitrogênio", coluna de Agostinho Vieira - O Globo, 20/8, Amanhã, p.18.
   
 

Geral

 
  Se a humanidade se comprometesse a consumir a cada ano só os recursos naturais que pudessem ser repostos pelo planeta no mesmo período, em 2013 teríamos de fechar a Terra para balanço hoje, 20 de agosto. Essa é a estimativa da Global Footprint Network, ONG de pesquisa que há dez anos calcula o "Dia da Sobrecarga". Neste ano, o esgotamento ocorreu mais cedo do que em 2012 - 22 de agosto -, e a piora tem sido persistente. "A cada ano, temos o Dia da Sobrecarga antecipado em dois ou três dias", diz Juan Carlos Morales, diretor regional da ONG - FSP, 20/8, Ciência, p.C9.
  A Polícia Civil informou nesta segunda-feira que pode ter pistas dos assassinos do ambientalista espanhol Gonzalo Alonso Hernández, morto há 15 dias no distrito de Lídice, em Rio Claro (RJ). O delegado Marco Antônio Alves disse que vai solicitar à Justiça a quebra do sigilo de dados de possíveis suspeitos de envolvimento na morte de Gonzalo.O delegado afirmou estar cada vez mais convencido de que o crime foi motivado pelos confrontos que Gonzalo teve com caçadores, palmiteiros e todos aqueles que agiam de forma ilícita, degradando o meio ambiente em Rio Claro - O Globo, 20/8, Rio, p.12.
 
"Está em marcha o projeto 'Caminhos para o Futuro que Queremos', fruto de uma parceria entre o CEBRI e a KAS (Centro Brasileiro de Relações Internacionais e Fundação Konrad Adenauer), que lançam um estudo sobre o tema na tarde desta quinta-feira, 22, no auditório do IREL (UnB), em Brasília. O evento, aberto ao público, debaterá a necessidade de superar a concepção de riqueza baseada na produção de mercadorias e no capital físico e de criar uma narrativa de progresso mais compatível com o século XXI, centrada na qualidade de vida das pessoas e na sustentabilidade do meio ambiente", artigo de José Eli da Veiga - O Globo, 20/8, Amanhã, p.23.
   
 

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