Os melhores amigos Juan Rodriguez e Manuel Aguilar passaram por uma inquietação profissional quando ainda estavam na universidade há cerca de três anos. O motivo? Eles sentiam que seus trabalhos à época não poderiam afetar diretamente a vida das pessoas e de forma positiva. Rodriguez, por exemplo, trabalhava na Procter & Gamble na América Central e era gerente de uma marca de fraldas.
“Eu estava convencido de que o meu trabalho não foi agregando valor ao mundo, e que eu estava apenas adicionando mais problemas: consumir mais shampoo, jogando embalagens fora, contaminando lagos e rios. Percebi que não estava alinhando os meus valores com minhas atividades diárias”, explicou Rodriguez ao site Co.Exist. Ele resolveu convidar Aguilar para abrir a Quetsol, empresa que utiliza a energia solar para melhorar a qualidade de vida das comunidades de baixa renda que vivem fora da rede elétrica.
Rodriguez e Aguilar resolveram passar um ano visitando comunidades onde a pobreza é generalizada. A Guatemala foi escolhida para ser o país da realização dos testes do projeto piloto da tecnologia – lá, cerca de 20% da população vive sem eletricidade, contando principalmente com velas para gerar luz. “Falar sobre a energia solar nessa comunidade era como falar sobre as viagens espaciais. Se nós queríamos entregar uma solução que iria mudar a realidade, precisávamos comparar as nossas hipóteses no mercado e nos dados que o mercado apresentava”, afirmou Rodriguez.
Os amigos coletaram os dados por meio de entrevistas realizadas durante as visitas e buscaram informações sobre a energia solar. “Quando começamos a investigar a tecnologia, nós decidimos que poderia entregar essas mesmas necessidades, a um preço mais barato, e por meio de um produto melhor. Em vez de dar 30 minutos de muito pouca luz com uma vela, fomos dar cinco horas de eletricidade com duas lâmpadas LED que pode iluminar uma sala de 15×15 m”, explicou o idealizador do projeto.
Os idealizadores da Quetsol listaram líderes locais, professores e donos de lojas como franqueados do serviço e lhes forneceram smartphones que distribuem códigos que são acionados pelos consumidores para desbloquear os kits solares diariamente. Rodriguez e Aguillar estão vendo Guatemala como um programa piloto para o crescimento global do projeto, com a intenção de expandi-lo para toda a América Latina e também para a África até 2015. Em 2016, eles pretendem chegar à Ásia.
* Publicado originalmente no site EcoD.
(EcoD)
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