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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Manchetes Socioambientais - Boletim de 19/8/2013

Povos Indígenas

 
  Durante três semanas, entre 28/06/2013 e 19/07/2013, a Hutukara Associação Yanomami e o ISA acompanharam a coleta e a comercialização de castanhas-do-brasil na região do Ajarani (RR), Terra Indígena Yanomami - Direto do ISA, 18/8.
  "Em 2010, o gasto per capita com saúde foi de R$ 726. Cada brasileiro teve direito em média a R$ 2 por dia, quando recorreu ao SUS. Para a população indígena, o valor foi bem menor, R$ 411. Entre indígenas e não indígenas as desigualdades na saúde são flagrantes. Apesar do recente crescimento demográfico dos povos indígenas, os diferenciais entre a expectativa de vida, taxa de mortalidade de crianças e acesso ao sistema de saúde persistem. A incidência de doenças infecciosas e parasitárias é maior na população indígena. O Brasil precisa rever as concepções e as práticas que organizam a atuação do SUS na saúde indígena, a começar pelos investimentos e ruptura com a apresentação do trabalho que envolve os cuidados aos povos indígenas como algo exótico", artigo de Ligia Bahia - O Globo, 19/8, Opinião, p.18.
   
 

Parques

 
  Um caminho de terra de 17,6 km em meio à mata no Parque Nacional do Iguaçu (PR) é o pivô da mais nova controvérsia ambiental em tramitação no Congresso. Fechada oficialmente em 1986, reaberta clandestinamente e de novo fechada em 2003 por decisão da Justiça Federal, a cicatriz da Estrada do Colono ainda pode ser vista em foto aérea, dividindo o parque. Um projeto de lei aprovado pela Câmara e a caminho do Senado propõe a reabertura da rota, agora como uma "estrada-parque". A iniciativa encontra forte resistência do Ministério do Meio Ambiente, da Polícia Federal, da bancada ambientalista no Congresso e de centenas de ONGs. Todos argumentam que a estrada não só coloca em risco um dos parques mais preciosos do Brasil, mas pode ter efeito explosivo: permitir a abertura de estradas em qualquer unidade de conservação do país - Valor Econômico, 19/8, Especial, p.A12.
  O Equador desistiu de seu plano pioneiro de conservação ambiental da Amazônia que pretendia abdicar da exploração de uma reserva de petróleo situada no subterrâneo do parque de Yasuní em troca de doações dos países mais desenvolvidos. O colapso da iniciativa representa um golpe para os ativistas que procuravam salvar uma das áreas de maior biodiversidade no mundo. O presidente Rafael Correa atribuiu o fracasso à falta de apoio externo, após um fundo fiduciário criado para administrar a iniciativa ter recebido só US$ 13 milhões, uma fração minúscula do valor que se almejava, que era de US$ 3,6 bilhões. "O mundo falhou conosco", disse Correa em discurso transmitido pela TV na noite de quinta. É provável que a exploração se inicie em questão de semanas - FSP, 17/8, Mundo 2, p.2.
   
 

Mata Atlântica

 
  O prefeito de Ilhabela (SP), Antonio Luiz Colucci (MD), engavetou a proposta da própria prefeitura de modificar o zoneamento das praias do Bonete, Castelhanos e Jabaquara e transformá-las em zonas urbanas, o que permitiria a construção de casas e hotéis. Moradores da cidade, no litoral norte de São Paulo, pescadores, turistas e ambientalistas se mobilizaram nas últimas semanas para impedir o avanço do projeto. Colucci disse que não mexerá no projeto enquanto o governo estadual não definir decreto sobre gerenciamento costeiro, previsto para ser publicado pelo governo estadual até o próximo ano - OESP, 17/8, Metrópole, p.A24.
  "Como as plantas se comportam quando os pássaros desaparecem? Cientistas descobriram que a palmeira jussara, produtora do palmito, está evoluindo para se adaptar ao desaparecimento dos tucanos e outros pássaros de bico grande. A semente é recoberta por uma camada de polpa saborosa que atrai os pássaros. Devorada a fruta, somente a polpa é digerida pelos pássaros. A semente é expelida junto com as fezes, germina no solo, e produz uma nova palmeira. Isso permite que a jussara se espalhe pela floresta. A fruta que cai no pé da palmeira que a produziu dificilmente germina. A palmeira depende dos pássaros para se espalhar. Os cientistas analisaram 22 locais distintos, 7 deles onde os tucanos e outros pássaros já haviam desaparecido ou seu número estava muito reduzido, e 15 locais onde a Mata Atlântica ainda está relativamente preservada", artigo de Fernando Reinach - OESP, 17/8, Metrópole, p.A24.
   
 

Mineração

 
  A decisão do governo de paralisar, deliberadamente, a emissão de autorizações para pesquisa mineral em todo o país, começa a causar reações drásticas na iniciativa privada. Na semana passada, empresários e companhias do setor mineral conseguiram as primeiras vitórias na Justiça, que obrigam o Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM) a emitir alvarás de pesquisa. As decisões judiciais foram acatadas pela diretoria do DNPM, obrigada a conceder as autorizações, todas com vigência pelo prazo de três anos. Trata-se de uma medida extrema do mercado, que há mais de um ano aguarda a liberação de autorizações de pesquisa pela autarquia vinculada ao Ministério de Minas e Energia - Valor Econômico, 19/8, Brasil, p.A4.
 
"Da forma como o novo marco regulatório da mineração está disposto, pode se transformar em uma grande perda para o país, que sofrerá por muito tempo com suas consequências nefastas. Estima-se que, de cada mil requerimentos de pesquisa, apenas um se transforme em um efetivo projeto de mineração. A dinâmica atual do setor estabelece incentivos para que qualquer indivíduo inicie a pesquisa. Os critérios previstos na legislação são poucos e premiam com o direito de prioridade aquele que, ao final da pesquisa, conseguir comprovar o potencial geológico e econômico de determinada área. O projeto de lei enviado ao Congresso prevê o fim do direito de prioridade. Deve o Estado continuar a incentivar investimentos da iniciativa privada na busca desses tesouros ou é melhor usar dinheiro público e burocratizar o sistema, de forma que se torne cada vez mais difícil investir em projetos de mineração?", artigo de Bruno Feigelson - O Globo, 19/8, Opinião, p.19.
   
 

Mudanças Climáticas

 
  Os danos globais causados por inundações em cidades costeiras podem chegar a US$ 1 trilhão por ano em 2050, afirma projeção do Banco Mundial publicada na revista "Nature Climate Change". A estimativa levou em conta o pior cenário possível de elevação do nível do mar, transformações socioeconômicas e problemas geológicos que causam afundamento de algumas áreas nas 136 maiores cidades costeiras do mundo. Investimentos em infraestrutura, como a construção de diques, derrubariam o custo para US$ 60 bilhões por ano no melhor cenário, diz o estudo - FSP, 19/8, Ciência, p.C7.
   
 

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