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terça-feira, 5 de março de 2013

MANCHETES SOCIOAMBIENTAIS - 5/3/2013

Amazônia

Movimentos sociais protestam contra lote concedido pelo Incra à acusado de assassinato

Um ano e meio depois do assassinato de José Claudio e Maria do Espírito Santo em Nova Ipixuna, no Pará, a mulher de um dos acusados pelos crimes aparece na lista do Incra como beneficiária de um lote no assentamento onde o casal foi morto - Notícias Socioambientais, 5/3.

Belo Monte: alojamentos são incendiados

Trabalhadores da usina de Belo Monte, no Pará, incendiaram, na madrugada desta segunda-feira, quatro alojamentos em dois dos três canteiros da obra. O incêndio foi controlado e cinco trabalhadores foram detidos pela polícia de Altamira. O consórcio responsável pela construção da hidrelétrica informou que desconhece os motivos que levaram os trabalhadores a incendiar os próprios alojamentos. O incêndio não atrapalhou os trabalhos nos canteiros. A obra emprega 17 mil trabalhadores - O Globo, 5/3, Economia, p.24.

Incra assentou suspeito de mandar matar extrativistas

O fazendeiro José Rodrigues Moreira, detido em Belém sob a acusação de ser um dos mandantes da execução do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo Silva, em Nova Ipixuna (PA), foi assentado pela Superintendência do Incra de Marabá. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o fazendeiro foi assentado no mesmo lote que deu origem à disputa, cujo resultado foi o assassinato do casal, em maio de 2011. A decisão do Incra beneficiando o mandante do crime ocorreu no dia 14 de dezembro de 2012. Os movimentos sociais vão requerer ao Ministério Público Federal a apuração do caso para eventual instauração de inquérito contra o Superintendente do Incra - O Globo, 5/3, País, p.5.

Política Socioambiental

Impactos subavaliados em grandes obras

"Implantar um grande projeto de infraestrutura numa região remota, ecologicamente sensível e onde é precária a presença do Estado, requer cuidados que reduzam os impactos negativos, potencializem os efeitos positivos para os que ali vivem e diminuam os custos gigantescos dessas obras. Não há razão para que uma grande obra não possa ser implantada com cuidados e sabedoria em relação ao território e à população afetada. O fato é que o planejamento socioambiental das grandes obras não avançou em nada. Os impactos são subavaliados, as medidas compensatórias são insatisfatórias e não são implementadas conforme planejadas. O que conta é: 'acelerar para o país (supostamente) não parar'. O que vier no sentido de 'ponderar', será tratado como inimigo. Assim, 'índios', 'meio ambiente', 'Ministério Público' e 'Tribunal de Contas' emergem na cena política como 'entraves ao crescimento'. O elevado e evitável custo dessa aceleração fica mesmo para Deus e as futuras gerações", artigo de Márcio Santilli, do ISA - O Globo, 5/3, O Globo Amanhã, p.29.

Riqueza é qualidade de vida e natureza protegida

O economista indiano Sir Partha Dasgupta, professor de Economia na Universidade de Cambridge, pretende uma mudança radical na maneira em que são medidas as riquezas das nações. Ele defende a substituição do Produto Interno Bruto (PIB) por um índice que leve em conta fatores ambientais e humanos. Uma espécie de PIB ambiental. Os novos fatores seriam o capital industrializado ou físico (máquinas, edifícios e infraestrutura), o capital natural (terras, florestas, combustíveis fósseis e minerais) e o capital humano (ações em educação e que visem a saúde). O objetivo é encontrar dados que mostrem se, para sustentar o crescimento econômico, as nações esteriam destruindo a base produtiva que gera qualidade de vida. "Estamos medindo incorretamente nossas vidas ao usar o PIB como referencial do progresso. Precisamos de novos indicadores que nos digam se estamos destruindo a base produtiva que sustenta nosso bem-estar", diz - O Globo, 5/3, O Globo Amanhã, p.28.

O antropoceno e os limites da Terra

"Rockstrom critica a maneira como o desenvolvimento sustentável tem sido definido nos documentos internacionais. O objetivo não pode ser o de continuar fazendo o que se fez até aqui, procurando, porém, 'reduzir impactos'. Por um lado, é necessário colocar a relação entre sociedade e natureza no centro das decisões econômicas. Por outro, é fundamental ampliar nossa capacidade de lidar com a surpresa. A variedade dos atuais sistemas socioecológicos é uma das premissas para que aumente nosso poder de lidar com a surpresa. E é exatamente essa diversidade que está sob ameaça. Estamos vivendo na primeira metade da mais decisiva década da história humana. Não que o mundo vá acabar em 2020, mas parece fora de dúvida que o risco de mudanças abruptas, irreversíveis e potencialmente catastróficas aumenta muito se continuarmos na trajetória atual", artigo de Ricardo Abramovay - Valor Econômico, 5/3, Eu & Cultura, p.D3.

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Seca no Nordeste afeta 10 milhões de pessoas
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