Qualidade na mesa
por Fernanda Pinheiro Monteiro*
Um dos maiores desafios dos povos antigos era a produção de alimentos e a disponibilidade de comida em quantidade suficiente para uma população crescente. Até hoje a sociedade se depara com esses objetivos e conquistá-los não é tarefa fácil.
Na década de 1970, a chamada Revolução Verde possibilitou o incremento da produção agrícola a partir do uso de sementes híbridas, fertilizantes, pesticidas e outras inovações tecnológicas. Se por um lado o uso de insumos químicos auxiliou no aumento da oferta de alimentos, ao tornar-se excessivo, esses complementos geraram uma nova preocupação: a qualidade dos alimentos ofertados. Esse fator passou a ser, então, determinante na questão da segurança dos alimentos.
Produtos com excesso de insumos químicos passaram a predominar em todo lugar. Atualmente, há poucos alimentos em que conseguimos identificar a procedência e a forma que foram produzidos. Além disso, a facilidade de acesso a alimentos industrializados cria um cenário favorável à mudança de hábitos da população, que adere aos pratos prontos e ao fast food em decorrência do ritmo acelerado de vida, em particular nas grandes cidades.
Mesmo assim, há que se destacar que são crescentes as oportunidades de oferta de produtos orgânicos, cultivados próximos aos locais de abastecimento e a preços acessíveis. Dessa forma, cria-se um atrativo aos consumidores com a disponibilização de alimentos de qualidade e sem riscos à saúde.
O incentivo às agriculturas familiar e urbana, que vem sendo aplicado em cidades como Londres, Nova Orleans e Havana, demonstra como iniciativas públicas podem estimular produtores locais a encontrar novas fontes de renda com o cultivo de alimentos sem produtos químicos e de qualidade. Em Londres, na Inglaterra, o objetivo principal do governo foi auxiliar no suprimento da necessidade de alimentos durante as Olimpíadas de 2012. Em Havana, em Cuba, a motivação foi o combate à escassez de alimentos. Em ambos os casos, porém, as consequências são semelhantes: melhora na qualidade do ar, respeito ao meio ambiente e à saúde do cidadão e o fortalecimento da imagem sustentável dessas metrópoles no exterior.
O incentivo à agricultura orgânica urbana não é novidade. Na Alemanha, por exemplo, existem os chamados kleingärten, que são pequenos jardins alugados para o cultivo de hortas dentro da cidade. Esses espaços existem há mais de um século e são de grande importância para o abastecimento da população, o aumento da renda familiar e a garantia de boa procedência de frutas e verduras à mesa do consumidor. É preciso que mais cidades se organizem para criar espaços como os kleingärten alemães e as pessoas percebam como pode ser rentável e importante esse tipo de serviço.
Não basta, porém a população ter acesso a novos terrenos. Para que exista uma atividade sustentável, é preciso assistência técnica frequente e investimentos em novas tecnologias a esses pequenos agricultores. Só assim é possível agregar valor aos produtos. Sem o apoio do governo, pequenos produtores podem desistir.
Mesmo com todas as dificuldades, algumas pequenas comunidades rurais criaram unidades de processamento de frutas, legumes, lacticínios e agricultura orgânica. Essa mobilização faz com que os produtos se tornem mais valorizados e mais bem aproveitados. Com o surgimento de programas como o Cidades Sustentáveis, criado para viabilizar o desenvolvimento econômico, social e ambiental de forma sustentável nos municípios brasileiros, os governos locais deverão incentivar à agricultura familiar e urbana. Assim será possível alavancar o crescimento de algumas regiões. Dessa forma, estaremos, certamente, mais próximos de uma agricultura ecologicamente correta, que, além de suprir a necessidade alimentar, contribui para a saúde da população.
* Fernanda Pinheiro Monteiro é consultora da unidade de negócios de sustentabilidade da Keyassociados.
Na década de 1970, a chamada Revolução Verde possibilitou o incremento da produção agrícola a partir do uso de sementes híbridas, fertilizantes, pesticidas e outras inovações tecnológicas. Se por um lado o uso de insumos químicos auxiliou no aumento da oferta de alimentos, ao tornar-se excessivo, esses complementos geraram uma nova preocupação: a qualidade dos alimentos ofertados. Esse fator passou a ser, então, determinante na questão da segurança dos alimentos.
Produtos com excesso de insumos químicos passaram a predominar em todo lugar. Atualmente, há poucos alimentos em que conseguimos identificar a procedência e a forma que foram produzidos. Além disso, a facilidade de acesso a alimentos industrializados cria um cenário favorável à mudança de hábitos da população, que adere aos pratos prontos e ao fast food em decorrência do ritmo acelerado de vida, em particular nas grandes cidades.
Mesmo assim, há que se destacar que são crescentes as oportunidades de oferta de produtos orgânicos, cultivados próximos aos locais de abastecimento e a preços acessíveis. Dessa forma, cria-se um atrativo aos consumidores com a disponibilização de alimentos de qualidade e sem riscos à saúde.
O incentivo às agriculturas familiar e urbana, que vem sendo aplicado em cidades como Londres, Nova Orleans e Havana, demonstra como iniciativas públicas podem estimular produtores locais a encontrar novas fontes de renda com o cultivo de alimentos sem produtos químicos e de qualidade. Em Londres, na Inglaterra, o objetivo principal do governo foi auxiliar no suprimento da necessidade de alimentos durante as Olimpíadas de 2012. Em Havana, em Cuba, a motivação foi o combate à escassez de alimentos. Em ambos os casos, porém, as consequências são semelhantes: melhora na qualidade do ar, respeito ao meio ambiente e à saúde do cidadão e o fortalecimento da imagem sustentável dessas metrópoles no exterior.
O incentivo à agricultura orgânica urbana não é novidade. Na Alemanha, por exemplo, existem os chamados kleingärten, que são pequenos jardins alugados para o cultivo de hortas dentro da cidade. Esses espaços existem há mais de um século e são de grande importância para o abastecimento da população, o aumento da renda familiar e a garantia de boa procedência de frutas e verduras à mesa do consumidor. É preciso que mais cidades se organizem para criar espaços como os kleingärten alemães e as pessoas percebam como pode ser rentável e importante esse tipo de serviço.
Não basta, porém a população ter acesso a novos terrenos. Para que exista uma atividade sustentável, é preciso assistência técnica frequente e investimentos em novas tecnologias a esses pequenos agricultores. Só assim é possível agregar valor aos produtos. Sem o apoio do governo, pequenos produtores podem desistir.
Mesmo com todas as dificuldades, algumas pequenas comunidades rurais criaram unidades de processamento de frutas, legumes, lacticínios e agricultura orgânica. Essa mobilização faz com que os produtos se tornem mais valorizados e mais bem aproveitados. Com o surgimento de programas como o Cidades Sustentáveis, criado para viabilizar o desenvolvimento econômico, social e ambiental de forma sustentável nos municípios brasileiros, os governos locais deverão incentivar à agricultura familiar e urbana. Assim será possível alavancar o crescimento de algumas regiões. Dessa forma, estaremos, certamente, mais próximos de uma agricultura ecologicamente correta, que, além de suprir a necessidade alimentar, contribui para a saúde da população.
* Fernanda Pinheiro Monteiro é consultora da unidade de negócios de sustentabilidade da Keyassociados.
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