Clima
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Chuva mata 16 no Rio e Dilma fala em 'ação drástica'
Um temporal na região serrana do Rio matou ao menos 16 pessoas em áreas de risco de Petrópolis, feriu 33 e deixou 560 desalojadas. Entre a noite de domingo e a tarde de ontem, choveu na cidade 453 milímetros, bem mais que os 300 mm registrados em todo o mês de março do ano passado. Na cidade, 18 mil pessoas vivem em 132 áreas de risco. A presidente Dilma Rousseff afirmou que não houve falha no sistema de prevenção e defendeu "medidas um pouco mais drásticas" para tirar moradores de áreas de risco. Dois anos após a tragédia das chuvas fortes que mataram mais de 900 pessoas, nenhuma das casas prometidas para os desabrigados das chuvas de 2011 ficou pronta - OESP, 19/3, Metrópole, p.C1; O Globo, 19/3, Rio, p.8 a 13; FSP, 19/3, Cotidiano, p.C1.
Chuva forte no litoral de SP desaloja 1,9 mil e interdita Rio-Santos por mais de 26 horas
As chuvas que atingiram o litoral paulista no domingo deixaram desalojadas 1.994 pessoas no município de São Sebastião. A região das praias de Maresias, Boiçucanga e Camburi foi a mais afetada. A rodovia Rio-Santos ficou interditada por mais de 26 horas nesse trecho e só foi liberada ontem às 14h30m. À noite, o prefeito Ernane Primazzi, que decretou estado de calamidade pública em São Sebastião, anunciou que o governo do estado enviará auxílio de R$ 1,5 milhão para ajudar na recuperação das áreas públicas atingidas - O Globo, 19/3, País, p.5; FSP, 19/3, Cotidiano, p.C3; OESP, 19/3, Metrópole, p.C3.
Burocracia e descaso são mazelas da Região Serrana
A morte por deslizamentos é uma cruel conjugação entre a burocracia para a liberação de recursos para obras e a covardia de prefeituras que não querem perder politicamente removendo milhares de moradores de áreas de risco. Foi o caso de Petrópolis (RJ). Um plano de contenção de encostas, aprovado desde o ano passado, no valor de R$ 60 milhões - que beneficiaria pelo menos a população do Quitandinha, Alto da Serra, Morin e Bingen, quatro áreas atingidas pelas chuvas do último fim de semana -, não foi à frente. Os recursos do PAC, via Ministério das Cidades, são liberados pelo governo estadual mediante a apresentação dos projetos para a realização das concorrências e contratações. A prefeitura foi inoperante e não retirou das áreas de risco milhares de pessoas - O Globo, 19/3, Rio, p.11.
Existem mecanismos para evitar as tragédias de verão
"Os governos têm à disposição instrumentos que os permitem evitar a ocupação de áreas perigosas. Ou não havia, por exemplo, luz elétrica nas casas atingidas pela enxurrada? Moradores de áreas sensíveis terão de compreender que não podemos evitar os temporais de verão e suas consequências. Das notas técnicas, aliás, vêm um aviso importante: existe uma indicação de mudanças climáticas em curso, com um número cada vez maior de dilúvios", artigo de Eduardo Geraque - FSP, 19/3, Cotidiano, p.C4.
A culpa é mesmo dos governos
"Do ponto de vista jurídico o Estado/Município é responsável por evitar tais prejuízos à população e, em caso de omissão, pode ser responsabilizado civilmente pelos danos financeiros causados aos contribuintes. Ou seja, o Estado pode ser responsabilizado civilmente, uma vez que é notório que todos os anos, nos três primeiros meses do ano, a cidade sofre com as fortes chuvas e com isto ocorrem inundações por transbordamento de córregos, falhas de vazão das águas pluviais etc", artigo de Rubens Paim - O Globo, 19/3, Opinião, p.17.
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Água
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Terra das águas
Brasil enfrenta o desafio de adotar uma gestão que leve em conta cenário de mudanças climáticas e escassez global desse recurso natural. Os números impressionam: 11,6% de toda a água doce existente no planeta, mais de 90% do território com chuvas durante todo o ano, 95,2% da população urbana com acesso à água potável. A abundância dos recursos hídricos no Brasil é um dos bens mais valiosos do país. Não é à toa que o Brasil é identificado mundialmente como a potência hídrica do século XXI. Sob nossos pés está a maior reserva de água doce do mundo: o aquífero Guarani, uma mega poça d'água que corta sete estados brasileiros e se estende por três países vizinhos, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai - O Globo, 19/3, Revista Amanhã, p.10-13.
Saneamento na lama
Brasil é um dos países com o índice mais alto de pessoas que não possuem banheiro. São ao todo 7,2 milhões de brasileiros - um indicador dramático e inversamente proporcional ao grau de avanço econômico que o país vem conquistando nos últimos anos. "Podemos dizer que a grande maioria do esgoto do país continua indo para os cursos d'água, os rios, as lagoas, os reservatórios e, consequentemente, o oceano. O Brasil parou no século XIX". A afirmação é de Édison Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil, que confirma a tese, já disseminada, que o país tem pouco a comemorar às vésperas do Dia Mundial da Água - O Globo, 19/3, Revista Amanhã, p.16-19.
Compra-se terra em busca de água
Segundo o Incra, 4,5 milhões de hectares do território brasileiro está hoje em nome de outros governos ou corporações estrangeiras. São áreas ricas em água e que garantem alta produtividade. De acordo com um estudo lançado no início deste ano na revista PNAS, o Brasil está entre os 24 principais países cujas terras têm sido alvo de um fenômeno chamado de "land grabbing", ou seja, transferências de terra de comunidades locais para investidores estrangeiros, em contratos de venda ou arrendamento envolvendo mais de 200 hectares. Trata-se de áreas vendidas ou arrendadas para estrangeiros, sem consultas às populações que tradicionalmente ocupavam os espaços. Segundo o estudo, intitulado "Global land and water grabbing" (Terra e água arrendadas globalmente), 2,25 milhões de hectares fazem parte destes acordos no Brasil - O Globo, 19/3, Revista Amanhã, p.26-28.
Abundância desperdiçada
A cada segundo, 100 mil litros de água são consumidos pelo setor industrial brasileiro. Só que é o agronegócio, e não a indústria, o maior sorvedouro de água doce do planeta. O setor consome 70% desse recurso, finito e vulnerável. O restante é utilizado pela indústria (20%) e para o consumo humano (10%). Detalhe: o desperdício e o uso irracional são uma constante nesses três setores, tanto no Brasil quanto no mundo. - O Globo, 19/3, Revista Amanhã, p.23-25.
Na natureza não existe o milagre das águas
" Apenas 6% de nossas águas estão em ótimas condições, de acordo com a Agência Nacional de Águas, e 19% recebem classificações de regular a péssima. Na natureza não tem milagre. O que jogamos nela, retorna para nós. O que tiramos sem permitir reposição adequada se esgota. Se a intoxicamos, ela se torna tóxica para nós. Se queremos água limpa, temos que nos tornar uma sociedade limpa", artigo de Sergio Abranches - O Globo, 19/3, Revista Amanhã, p.29.
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Energia
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Apesar de enchentes, chuvas decepcionam o setor elétrico
Apesar das enchentes verificadas em várias regiões, o país vai encerrar a temporada de chuvas de verão com nível de precipitação abaixo do esperado para o bom funcionamento do sistema de geração hidrelétrico. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revisou para baixo a previsão do nível dos reservatórios das usinas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste para o fim de março, de 54,2% para 52%. Diante do cenário desfavorável, não há nenhuma indicação de que as autoridades do setor elétrico determinem o desligamento das usinas termelétricas em curto prazo. Elas estão gerando hoje 15.200 megawatts (MW), o equivalente a um quarto do consumo do sistema - Valor Econômico, 19/3, Brasil, p.A6.
Cata-vento
A capacidade instalada dos parques eólicos do país deve crescer, pelo menos, 60% neste ano. Em 2012, essa capacidade era de 2.500 MW - o equivalente a 2% da matriz energética brasileira. A previsão da Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica) é que, com a conclusão de novos parques, esse número salte para 4.000 MW até dezembro. Dados da Anatel, no entanto, apontam que será para cerca de 6.000 MW - FSP, 19/3, Mercado Aberto, p.B2.
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Geral
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No Pará, líder de assentamento rural é assassinado
Um dos líderes de um assentamento rural em Castelo de Sonhos, em Altamira (PA), foi morto com uma facada no último fim de semana. Gilzan Teixeira, do PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável) Brasília, foi assassinado na zona urbana do distrito. A Polícia Civil ainda não sabe se o crime foi motivado por disputas de terra. Para a representação regional da Federação dos Trabalhadores na Agricultura e duas outras entidades locais, Gilzan foi morto por causa de conflitos fundiários. Esses conflitos, porém, se dão entre os próprios trabalhadores do assentamento rural, afirma o vereador de Altamira Aldo Boaventura (PT) - FSP, 19/3, Poder, p.A6.
Ex-dirigente da Valec é denunciado por desvios na Norte-Sul
O Ministério Público Federal denunciou o ex-presidente da Valec José Francisco das Neves, outros ex-diretores do órgão e integrantes da construtora Odebrecht por desvios nas obras da Ferrovia Norte-Sul no Tocantins. A Valec é o órgão responsável pelas ferrovias federais. A licitação do trecho de Tocantins foi vencida pela Odebrecht, mas a empreiteira rescindiu o contrato após 50% da obra. O valor total do trecho é de R$ 348 milhões. De acordo com a denúncia, foi identificado um sobrepreço de R$ 37 milhões - FSP, 19/3, Poder, p.A8.
Logística ruim trava venda de soja em MT
As tradings diminuíram nos últimos dias o ritmo das aquisições de soja em Mato Grosso, maior produtor de grãos do país, preocupadas em não conseguir escoar o produto por conta dos gargalos logísticos do país, indicam informações do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). "As 18,3 milhões de toneladas já vendidas estão sofrendo com atrasos no transporte de caminhão até o porto, por falta de caminhões e más condições das estradas, grandes filas para descarregamento no terminal de Alto Araguaia (MT) e dias de espera para esvaziar os caminhões nos portos, principalmente Santos (SP) e Paranaguá (PR)", informa boletim divulgado pelo Imea - Valor Ecoomico, 19/3, Agronegócios, p.B14.
ONU pede a Dilma apoio a projeto na África
Liderado pelo brasileiro José Graziano, a FAO - agência da ONU para alimentos e agricultura - pediu à presidente Dilma Rousseff um empréstimo do BNDES para financiar o combate ao desmatamento na África. A ideia é de que o satélite que hoje é usado pelo Brasil para monitorar o desmatamento na Amazônia também seja usado para o mesmo objetivo na África. O satélite já sobrevoa a região, por conta de sua trajetória, e bastaria um acordo e financiamento para que as imagens sejam feitas e o combate possa ser ampliado contra o desmatamento ilegal - OESP, 19/3, Vida, p.A14.
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