Há cerca de 20 anos, a população de micos-leões-dourados era reduzida a apenas 200 indivíduos. Na época, a espécie habitava os únicos 2% remanescentes da Mata Atlântica no litoral fluminense, e, por isso, o levantamento da União Internacional pela Conservação da Natureza considerou a espécie como “criticamente ameaçada de extinção”. Em 2003, o número de micos nestas áreas chegou a cerca de mil exemplares, sendo considerada apenas como “ameaçada”, pelo mesmo levantamento.
O resgate dos micos aconteceu devido à mobilização da união das comunidades locais e das comunidades científicas, que adotaram medidas para a restauração da espécie: todos os dias, um grupo de voluntários entra na mata e verifica a rotina dos animais, desde a alimentação até a reprodução dos exemplares. Alguns micos são realocados em seu habitat natural, que cresceu com o programa de restauração da espécie: aumentou em 140% a área adequada para os bichos viverem. Hoje, há cerca de 10 mil hectares de áreas florestais na Mata Atlântica que oferecem as condições ideais para a vida dos micos.
No entanto, o maior desafio para a preservação do mico-leão-dourado é o habitat ocupado pela espécie, que prefere regiões quentes e baixas, ao nível do mar. Sendo assim, é inegável que o animal sofra com a ação do homem, justamente pela proximidade com a zona urbana.
O programa de restauração da espécie é coordenado pela Associação Mico-Leão-Dourado, que estabeleceu um acordo com moradores e proprietários de terra das regiões onde o animal vive. O esforço fez com que os habitantes concordassem em não desmatar a área e transformassem suas terras em Reservas Particulares do Patrimônio Nacional (RPPNs).
Os exemplares contabilizados pelos pesquisadores foram encontrados em oito municípios do Rio de Janeiro: Araruama, Armação dos Búzios, Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Rio Bonito, Rio das Ostras, Saquarema e Silva Jardim.
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FONTE : * Com informações do Estadão.
** Publicado originalmente no site Ciclo Vivo.
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