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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Manchetes Socioambientais - 23/11/2012


Sindicato diz que Belo Monte demite após distúrbios
Após distúrbios provocados por trabalhadores há cerca de dez dias, as obras da hidrelétrica de Belo Monte (PA) registram uma onda de demissões, afirmam sindicatos. A central sindical Conlutas diz que houve cerca de 400 demissões e que os desligamentos são uma retaliação ao quebra-quebra que danificou alojamentos, máquinas, veículos e escritórios da obra. O consórcio responsável pela construção nega represálias e diz que "admissões e demissões ocorrem diariamente por causa do grande volume de mão de obra" - FSP, 23/11, Mercado, p.B9.

Térmicas podem ser desligadas em dezembro
Com o aumento das chuvas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o governo pretende começar a desligar, já em dezembro, as usinas térmicas que foram acionadas para recuperar os níveis dos reservatórios das hidrelétricas. Desde o dia 18 de outubro, praticamente a totalidade das usinas térmicas foi acionada, o que representou 14 mil megawatts (MW) de energia gerada por esse tipo de usina, nível recorde - OESP, 23/11, Economia, p.B5; FSP, 23/11, Mercado, p.B9.

Eficiência verde
O investimento em tecnologias verdes e energias renováveis, setor que se converteu em um mercado lucrativo nos últimos anos, continua a atrair capitais. Em apenas três anos, só na área de energia, o faturamento quase dobrou, alcançando € 198 bilhões, segundo estudo da WWF, com crescimento médio de 31% ao ano entre 2008 e 2010. A ONG prevê que até 2015 o mercado de tecnologias verdes atinja entre € 240 bilhões e € 290 bilhões, com maior participação das renováveis no mix energético mundial. É na área de eficiência energética que se dá o maior crescimento (22%), seguido de equipamentos voltados para a energia solar (11%) - Valor Econômico, 23/11, Caderno Especial, p.F1.

O desastroso equívoco da 'energia velha'
"A maior parte dos novos projetos de geração de energia elétrica vem sendo bancada pelo BNDES, com repasses de recursos do Tesouro provenientes da emissão de dívida pública. Usinas hidrelétricas são instalações longevas. As que foram construídas há 40 anos podem gerar energia por mais 40. Ou até mais. É por isso que uma usina de 40 anos vale quase tanto quanto uma nova de mesmas dimensões. O governo quer, com uma mão, relicitar usinas por muito menos do que de fato valem, para que a energia possa ser ofertada a um preço artificialmente baixo. E, com outra, bancar, com recursos do Tesouro, a custosa expansão da oferta de energia elétrica. Como consumidor de energia, o leitor pode até estar satisfeito. Mas, como contribuinte, deveria estar seriamente preocupado", artigo de Rogério Furquim Werneck - OESP, 23/11, Economia, p.B2.


Geral

A nova lei florestal e a segurança jurídica
"Teremos dois padrões de cidadãos: os que respeitaram as regras até então vigentes (Código Florestal antigo) e os que não respeitaram. Quem tiver 30% de sua área preservada estará dentro da lei tanto quanto alguém que tenha 3%. Outro problema da nova regra será monitorá-la. Primeiro porque, com tantas exceções, praticamente não teremos mais um padrão a ser observado. Dois vizinhos terão de seguir regras totalmente diferentes, a depender do tamanho da propriedade e da época em que ela foi desmatada. Além disso, não temos imagens de satélite para saber o que estava ou não desmatado em 2008. A questão é saber como o proprietário rural, que acreditou que a nova legislação traria 'segurança jurídica', vai compreender uma regra que trata vizinhos de forma totalmente diferente", artigo de Raul do Valle, do Instituto Socioambiental - CB, 22/11, Opinião, p.21.

Fome afeta 49 milhões na América Latina
A fome na América Latina e no Caribe afetou 49 milhões de pessoas entre 2010 e 2012, com uma redução de apenas 1 milhão de famintos em relação ao triênio anterior, apesar do auge econômico da região, cujos efeitos são reduzidos pela má distribuição de renda. Mesmo assim, houve queda contínua, embora lenta: 16 milhões de pessoas deixaram de ter fome na região nos últimos 20 anos, em relação aos 65 milhões que sofriam esse mal entre 1990 e 1992. Segundo documento apresentado ontem pela FAO, a região está se aproximando do cumprimento da primeira das Metas do Milênio - a de reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, o número de pessoas com insegurança alimentícia na região - OESP, 23/11, Vida, p.A27.

Praia em Manaus pode ser interditada após 13 mortes
O Ministério Público do Amazonas recomendou ontem a interdição imediata de um trecho da praia da Ponta Negra, a maior área de lazer popular da cidade de Manaus, onde 13 pessoas morreram afogadas nos últimos cinco meses. Um laudo técnico do Serviço Geológico do Brasil afirma que um aterro feito pela prefeitura provocou bancos de areia e buracos com profundidade superior a seis metros. Segundo o engenheiro André Luís Martinelli dos Santos, autor do estudo, o aterro está totalmente irregular. A praia natural recebeu 2,4 mil m3 de areia, para não ser coberta pelas águas do rio Negro - FSP, 23/11, Cotidiano 2, p.2.

Eldorado começa a produzir celulose, mas enfrenta desafio da matéria-prima
A Eldorado Brasil, projeto de celulose da holding J&F em Três Lagoas (MS), teve suas máquinas acionadas pela primeira vez na semana passada. Mas a unidade, que tem capacidade inicial de 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano, enfrenta o desafio de conseguir florestas para alimentar a fábrica. A empresa admite que não tem madeira suficiente para abastecer a unidade. Concorrentes afirmam que conseguir matéria-prima para extrair celulose pode ser um problema, já que não há muita madeira "independente" no mercado, pois as fabricantes compram grandes áreas para evitar a escassez. "Num primeiro momento, terão de trazer madeira de longe", diz um concorrente - OESP, 23/11, Economia, p.B23.

Agronegócio necessita adotar um novo modelo
Cerca de 30% das emissões de dióxido do carbono resultante das atividades humanas vêm da agricultura, incluindo-se nessa conta as emissões indiretas do desmatamento e das mudanças no uso da terra, além da produção de fertilizantes e a refrigeração de alimentos. "A necessidade de mudar o sistema de produção para adotar um modelo agrícola de baixo carbono abre um conjunto de oportunidades de inovação para o país", afirma o chefe da Embrapa Meio Ambiente, Celso Manzatto. Ele explica que isso significa fazer uma gestão de agricultura mais eficiente e planejada para adequar o conhecimento existente aos solos e climas tropicais e criar incentivos por meio de políticas públicas e recursos financeiros para a adoção dessas medidas pelo produtor rural - Valor Econômico, 23/11, Caderno Especial, p.F2.

Mesmo com alerta, venda de agrotóxico foi autorizada
O Ministério da Agricultura autorizou a venda de um agrotóxico mesmo após ter sido informado pela Anvisa de que o produto estava irregular e poderia causar danos à saúde. Para ser comercializado, um agrotóxico precisa passar por avaliações simultâneas na Anvisa (que mede os efeitos na saúde humana), no Ibama (dano ambiental) e no próprio Ministério da Agricultura, que avalia a eficácia agronômica e dá o registro. De 17 a 20 de setembro deste ano, a Anvisa enviou dois ofícios ao Ministério da Agricultura avisando que o Informe de Avaliação Toxicológica (IAT) do inseticida Diamante BR, da Ourofino Agronegócios, estava suspenso. Apesar disso, em 26 de setembro, o Ministério da Agricultura publicou no Diário Oficial da União a concessão do registro para o produto - FSP, 23/11, Poder, p.A21.
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FONTE : Manchetes Socioambientais, boletim de 23/11/2012.

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