Ela está em tudo que você consome.
Em tudo que compramos, desde alimentos e peças de vestuário até aparelhos eletrônicos, existe um consumo de água que muitas vezes está “escondido” e pode não aparecer em sua embalagem, aparência ou conteúdo. Mas essa água virtual, por vezes empregada em um volume bem maior que o esperado, também deve ser considerada quando da escolha de consumir determinados produtos.
Seu uso ocorre durante as etapas produtivas e pode ser desde a água da chuva necessária para um vegetal crescer até a água gasta nos processos de manuseio e industrialização do item. A porção de água virtual, mesmo “invisível”, muitas vezes é bem maior do que a parcela de água presente no produto final. Segundo dados da organização internacional Waterfootprint, somente para a produção de um único litro de leite, por exemplo, são utilizados cerca de mil litros de água.
O uso de água virtual somado a outros fatores, como a quantidade de água diretamente utilizada em um produto, o tipo de fonte, o momento de sua utilização e sua localização, podem nos fornecer a pegada hídrica de um produto, ou seja, seu impacto hídrico analisado de forma mais ampla. A disponibilidade ou escassez de água em um ecossistema também influencia o cálculo da pegada hídrica de um bem de consumo produzido em determinado local, podendo variar de uma região para outra.
Alguns produtos de uso comum possuem uma pegada hídrica relativamente grande, se comparados ao volume e composição do produto final. É o caso de itens como o açúcar de cana refinado, o arroz e a carne bovina, que para cada quilo produzido, segundo a Waterfootprint, consomem respectivamente 1.800, 2.500 e 15.400 litros de água. Informações da WWF indicam que itens de vestuário comprados em larga escala como pares de sapatos e camisetas de algodão consomem para sua produção, em média, 8.000 e 2.900 litros de água cada um.
Esses exemplos nos mostram como grande parte do impacto ambiental de um produto já vem embutido nele antes mesmo de chegar até nós, sem que saibamos sobre sua dimensão ou como foi ocasionado. Pensar na água virtual que consumimos é pensar na história dos produtos antes de chegarem até as prateleiras. Esse aspecto deve ser um dos levados em conta por consumidores e fabricantes, em prol de um modelo de consumo mais sustentável e consciente.
Para navegar na água virtual
O projeto “What is Your Water Footprint?”, dos designers Joseph Bergen and Nickie Huang, da Universidade de Harvard, reúne infográficos interativos sobre a pegada hídrica dos países do mundo e também de alguns itens de consumo. No site do projeto é possível verificar o consumo de água da população de uma localidade, a disponibilidade de água doce em determinado país e os usos específicos do recurso, como doméstico, industrial ou para agricultura. Além de saber quais nações contam com pouco acesso à água, é possível obter comparações gráficas entre a pegada hídrica desses países e também entre o uso de água virtual na produção de diferentes itens, em sua maioria produtos alimentícios.
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FONTE : * Publicado originalmente no site Instituto Akatu.
Em tudo que compramos, desde alimentos e peças de vestuário até aparelhos eletrônicos, existe um consumo de água que muitas vezes está “escondido” e pode não aparecer em sua embalagem, aparência ou conteúdo. Mas essa água virtual, por vezes empregada em um volume bem maior que o esperado, também deve ser considerada quando da escolha de consumir determinados produtos.
Seu uso ocorre durante as etapas produtivas e pode ser desde a água da chuva necessária para um vegetal crescer até a água gasta nos processos de manuseio e industrialização do item. A porção de água virtual, mesmo “invisível”, muitas vezes é bem maior do que a parcela de água presente no produto final. Segundo dados da organização internacional Waterfootprint, somente para a produção de um único litro de leite, por exemplo, são utilizados cerca de mil litros de água.
O uso de água virtual somado a outros fatores, como a quantidade de água diretamente utilizada em um produto, o tipo de fonte, o momento de sua utilização e sua localização, podem nos fornecer a pegada hídrica de um produto, ou seja, seu impacto hídrico analisado de forma mais ampla. A disponibilidade ou escassez de água em um ecossistema também influencia o cálculo da pegada hídrica de um bem de consumo produzido em determinado local, podendo variar de uma região para outra.
Alguns produtos de uso comum possuem uma pegada hídrica relativamente grande, se comparados ao volume e composição do produto final. É o caso de itens como o açúcar de cana refinado, o arroz e a carne bovina, que para cada quilo produzido, segundo a Waterfootprint, consomem respectivamente 1.800, 2.500 e 15.400 litros de água. Informações da WWF indicam que itens de vestuário comprados em larga escala como pares de sapatos e camisetas de algodão consomem para sua produção, em média, 8.000 e 2.900 litros de água cada um.
Esses exemplos nos mostram como grande parte do impacto ambiental de um produto já vem embutido nele antes mesmo de chegar até nós, sem que saibamos sobre sua dimensão ou como foi ocasionado. Pensar na água virtual que consumimos é pensar na história dos produtos antes de chegarem até as prateleiras. Esse aspecto deve ser um dos levados em conta por consumidores e fabricantes, em prol de um modelo de consumo mais sustentável e consciente.
Para navegar na água virtual
O projeto “What is Your Water Footprint?”, dos designers Joseph Bergen and Nickie Huang, da Universidade de Harvard, reúne infográficos interativos sobre a pegada hídrica dos países do mundo e também de alguns itens de consumo. No site do projeto é possível verificar o consumo de água da população de uma localidade, a disponibilidade de água doce em determinado país e os usos específicos do recurso, como doméstico, industrial ou para agricultura. Além de saber quais nações contam com pouco acesso à água, é possível obter comparações gráficas entre a pegada hídrica desses países e também entre o uso de água virtual na produção de diferentes itens, em sua maioria produtos alimentícios.
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FONTE : * Publicado originalmente no site Instituto Akatu.
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