Em busca de um novo lugar para o homem e a natureza
"O que tento fazer é compreender como em outros sistemas culturais, por exemplo, na Amazônia, existem espécies animais, vegetais, espíritos que formam certa espécie de sociedade. São sociedades coextensivas aos cosmos que nos impedem de distinguir a cultura de um lado, a natureza de outro. O fato de distinguir de um lado a vida social, de outro a natureza, favoreceu a percepção de que a natureza é alguma coisa exterior ao homem e pode ser transformada em um recurso passível de ser destruído em nome da vida social. Há cada vez mais pessoas convencidas de que a distinção natureza/cultura não tem nenhum sentido, porque fenômenos como aquecimento global e efeito estufa são naturais, mas também culturais. O que se vê é a irrupção do social dentro do natural e do natural dentro do social", diz o antropólogo Philippe Descola em entrevista - Valor Econômico, 20/11, Eu & Cultura, p.D4.
Fragmentação da sociedade civil
Há pouco menos de um mês, o Ibase reuniu 120 pessoas de ONGs para discutir o rumo da cidadania. Durante o encontro, o diretor do Ibase Cândido Grzybowski demonstrou inquietação com o "momento de certa fragmentação da sociedade civil". E admitiu: "O Terceiro Setor está muito dividido". "A coalizão que luta pela questão ambiental, em particular a questão das mudanças climáticas, gradativamente se separou da coalizão por justiça social. Ela começou mais recentemente e deslocou grupos para criarem como agenda prioritária o enfrentamento das mudanças climáticas. E esses grupos passaram a negociar de forma muito mais pragmática, seja com quem for. Eles acabam se afastando da maioria da população e passam a discutir com governo, empresas, para fazer redução de carbono. Isso enfraquece os dois lados", diz Grzybowski em entrevista - O Globo, 20/11, Revista Amanhã, p.14 e 15.
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FONTE : Manchetes Socioambientais.boletim de 21/11/2012.
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