Em comemoração ao Dia da Amazônia (5/9), o WWF-Brasil, com apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), traz para a capital paulista a exposição “Parques Nacionais da Amazônia: legado dos brasileiros”, de 5 de setembro a 30 de novembro. A proposta é que a cada mês, a mostra percorra diferentes estações do Metrô de São Paulo, sendo que a primeira será a estação Clínicas. O evento vai ilustrar, por meio de textos e imagens, a beleza, o valor da biodiversidade das unidades de conservação (UCs) amazônicas, as principais ameaças e desafios, e ainda sua relação com a vida nas grandes cidades.
Para a exposição foram escolhidas fotografias de três Parques Nacionais emblemáticos do bioma: Serra do Pardo (PA); Montanhas do Tumucumaque (AP); e Juruena (AM/MT). “Essas UCs são apenas uma amostra da importância dessas áreas para a população brasileira e para a conservação da biodiversidade, alertando para as diversas ameaças que os Parques têm sofrido por toda a Amazônia, como a construção de hidrelétricas e a aprovação de projetos de lei que têm reduzido ou descriado diversas UCs na região”, explica Marco Lentini, coordenador do Programa Amazônia do WWF-Brasil.
A exposição é uma forma de aproximar o público da biodiversidade brasileira e assim disseminar informações relevantes à conservação de áreas protegidas na Amazônia. Para Lentini, os Parques Nacionais da Amazônia estão muito presentes no dia a dia dos paulistanos. “Esses locais abrigam em suas florestas e rios muitos alimentos que comemos diretamente. Além disso, os Parques, assim como outras unidades de conservação (UCs), fornecem medicamentos e proporcionam bem-estar aos visitantes pelo contato com a natureza. Recentemente, a ciência tem comprovado também a conexão entre a conservação das florestas da Amazônia e o ciclo de chuvas no sudeste do país”, ressalta.
Dentre os biomas brasileiros, a Amazônia é o que possui a maior extensão de áreas protegidas. No total, são 314 unidades de conservação (UCs), entre federais, estaduais e algumas municipais, que representam mais de 1 milhão de km² ou 26% do território da Amazônia brasileira.
Para o presidente do ICMBio, Claudio Maretti, é necessário que as pessoas conheçam as UCs da Amazônia. “Elas são muito importantes, mesmo para quem mora longe da região. As florestas absorvem grandes quantidades de calor e de carbono, protegem nascentes de rios e minimizam os efeitos das mudanças climáticas”, destaca. “Além disso, as UCs oferecem ótimas opções para o turismo em contato com a natureza e para a pesquisa científica. A Amazônia é um patrimônio de todos os brasileiros e precisa ser conhecida e protegida”, conclui Maretti.
Sobre os Parques
Parque Nacional Serra do Pardo
O Parque Nacional da Serra do Pardo está localizado na região da Terra do Meio, no estado do Pará. Criado em fevereiro de 2005 como parte do programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), o Parque tem uma área de mais de 445 mil hectares, abrangendo os municípios paraenses de Altamira e São Félix do Xingu.
Batizado em homenagem à belíssima serra que se estende ao longo do rio Pardo, o Parque possui grande diversidade biológica. Mesmo com a ocupação de comunidades e fazendas no passado, quase 95% da área mantém sua vegetação natural, e é considerada de extrema importância para a conservação. Por estar em uma zona de interflúvio dos rios Xingu e Tapajós, o Parque possui uma biodiversidade bastante particular, com espécies endêmicas que, infelizmente, sofrem ameaças constantes de vetores de desmatamento como pecuária, mineração e obras de infraestrutura planejadas para a região.
Parque Nacional do Juruena
Criado em junho de 2006, o Parque Nacional do Juruena é o quarto maior do país, com quase 2 milhões de hectares, o equivalente ao tamanho de Israel. Situado ao norte do Mato Grosso e sudeste do Amazonas, o Juruena está localizado em uma área das principais frentes ativas de desmatamento na região Amazônica. A beleza regional e sua riqueza ecológica contrastam com a dura realidade que tem ameaçado a vida de espécies, rios, florestas e comunidades. A área é uma das mais vulneráveis da Amazônia, que já sofre com impactos ambientais como garimpos ilegais, pesca predatória, agricultura insustentável e exploração descontrolada de madeira.
Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque
O Parque Nacional do Tumucumaque (PNMT) é o maior Parque Nacional do Brasil e uma das maiores áreas de floresta tropical protegidas do mundo, com uma área aproximada de 4 milhões de hectares. Criada em 22 de agosto de 2002, a área está localizada ao noroeste do estado do Amapá, numa porção da Floresta Amazônica bem peculiar, com características únicas. Aproximadamente 90% da área do PNMT encontra-se em zona de fronteira e por isso sua localização é estratégica para o controle e monitoramento da região. Além disso, o PNMT tem relevância no combate a crimes ambientais como a biopirataria, a atividade garimpeira ilegal e a instalação de pistas de pouso clandestinas.
Além da mineração, questionamentos sobre a legitimidade do processo de criação do Tumucumaque tem ameaçado a integridade do Parque. Uma ação popular pediu a derrubada do decreto de agosto de 2002, que criou o Parque. De acordo com a liminar, na ocasião da criação, não ocorreram todas as consultas públicas necessárias para esclarecer e debater a localização, a dimensão e os limites da unidade de conservação junto com a população local. Em 2013, a Justiça Federal decretou a realização de novas consultas públicas nos municípios que abrangem o PNMT.
Serviço
Exposição fotográfica: “Parques Nacionais: legado dos brasileiros”
Data: de 5 de setembro a 30 de novembro
Horário: horário comercial – das 8h às 18h
Data: de 5 de setembro a 30 de novembro
Horário: horário comercial – das 8h às 18h
Datas e locais:
Setembro: Até 30/9 – Estação Clínicas
Outubro: Até 30/10 – Estação Luz
Novembro: Até 30/11 – Estação Corinthians-Itaquera
Setembro: Até 30/9 – Estação Clínicas
Outubro: Até 30/10 – Estação Luz
Novembro: Até 30/11 – Estação Corinthians-Itaquera
* Publicado originalmente no site WWF Brasil.
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