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terça-feira, 15 de setembro de 2015

Entrevista: Jo-Anne McArthur, fotógrafa e ativista

15 de setembro de 2015 

Por Lobo Pasolini (da Redação da ANDA)
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
​A canadense ​Jo-Anne McArthur é uma das fotógrafas animalistas mais talentosas e mais visíveis atualmente. Seu projeto We Animals mostra animais não-humanos em situações de exploração e outros cenários. Mas muito mais do que simplesmente registrar seu sofrimento, ela registra sua pessoalidade. Ela capta algo além da superfície da imagem e traz a tona uma narrativa dramática sobre os sujeitos de suas fotos. Suas foto-estórias ilustram narrativas diversas como a morte de um chimpanzé chamado Spock, a caça as cobras no Texas, o sofrimento de animais em fazendas de produção intensiva e outros dramas que envolvem animais. Ela também está a frente de um projeto de educação humanitária chamado Humane Education que busca envolver jovens nessa mudança paradigmática da nossa relação com os animais não-humanos, inspirando-os a agir positivamente. Jo-Anne concedeu essa entrevista exclusiva a ANDA em meio aos seus compromissos de trabalho, onde ela fala sobre seu ativismo e como podemos ser mais eficazes em nosso trabalho pelos direitos dos animais.
Como você se envolveu com ativismo pelos direitos dos animais?
Eu sempre tive não apenas amor pelos animais, mas também preocupação com eles. Ver cães amarrados ou animais em zoológicos me aborrecia quando eu era criança. Quando eu estava me tornando uma foto-jornalista e procurando estórias, eu percebi que eu via os animais de uma forma diferente dos outros. Eu estava passando verão em Banos, no Equador, quando vi um macaco amarrado em uma janela. Os turistas estavam tirando fotos porque eles achavam a cena “fofa”, mas eu tirei fotos porque eu achei aquilo cruel e injusto. Eu começei então a tirar fotos de animais em situação de estresse: em zoológicos, em fazendas de produção intensiva, de pele, criadoros, etc. Minha política e minha paixão por ajudar animais convergiram desta forma. Essa viagem ao Equador foi em 1998. Porém. eu realmente mergulhei no ativismo e no projeto We Animals em 2003, depois de um estágio na Farm Sanctuary nos Estados Unidos.
Você usa seu talento em fotografia para defender os animais. Você acha que as pessoas podem ser mais eficientes se elas usam um talento existente para falar pelos animais? 
Com certeza. Eu defendo isso o tempo todo. Usando nossas próprias habilidades, quaisquer que sejam, nós podemos fazer um mundo melhor para todos. Eu converso com muitos jovens em idade escolar através dos meus programas de educação humanitária e nós sempre terminamos as palestras falando sobre como participar. Se você usa suas próprias habilidades, você vai desfrutar mais e terá longevidade em suas ações.
Com o advento das redes sociais, a maior circulação de imagens de sofrimento de animais tem sido um instrumento chave para avançar a causa animal pelo mundo. Na sua opinião, qual é a melhor forma de usar imagens para esse propósito, sejam elas fotografias ou imagens em movimento?
Nós estamos no meio de um grande experimento com a internet, e provavelmente ainda não sabemos o que funciona melhor, embora exista cada vez mais dados sobre isso graças à pesquisa feita por organizações como Faunalytics. Em termos de imagens e videos que estão sendo publicados, eu acho que a variedade é necessária: desde imagens de crueldade mais tristes e repulsivas até imagens de resgates felizes. Nós não sabemos o que afeta quem, mas nós sabemos que assuntos diferentes afetam personalidades diferentes. Tanto video quanto fotografia são essenciais.
Como você acha que o movimento dos direitos animais irá progredir nas próximas décadas?
Os direitos dos animais com certeza vão progredir. Nós vemos melhoras em todo o mundo. Eu acho que nós veremos um fim de práticas barbáricas como fazendas de bílis, rodeios, touradas, animais usados em circos. Eu acho que nós vamos também ver uma diminuição do consume de animais como comida. As coisas estão mudando e eu tenho esperança, A esperança nos inspira a ser parte da mudança e é por isso que eu trago educação humanitária para as escolas.

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