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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Manchetes Socioambientais - 8/jan/2013


A política ambiental sitiada
"A política ambiental está sitiada por projetos de crescimento que desconsideram, de forma quase absoluta, os impactos sociais e ambientais. Dois retratos recentes dão uma visão clara das contradições da política ambiental brasileira. O primeiro é o mapa 'Amazônia sob pressão', da Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georeferenciada, que cobre os oito países da região Amazônica. Olhando-se apenas a parte brasileira, se pode ver um processo avassalador de ocupação da Amazônia por megaprojetos. O segundo retrato das contradições sai das estimativas das emissões de gases estufa, entre 1990 e 2011, feitas pelo especialista Tasso Azevedo. Elas aumentaram perto de 1% ao ano, entre 2009 e 2011. Esse baixo crescimento se deve à redução das emissões derivadas do desmatamento. Em todas as outras atividades houve crescimento das emissões de gases estufa", artigo de Sérgio Abranches - O Globo, 8/1, O Globo Amanhã, p.20 e 21.


Energia

Governo já vê risco de racionamento e desconto na conta de luz pode cair
Tachada como "ridícula" pela presidente Dilma Rousseff há duas semanas, a hipótese de racionamento de energia entrou no radar do governo com a constante queda dos níveis dos reservatórios. "A questão é que agora passamos a considerar algo que antes não fazia sentido pensar", disse uma fonte da área técnica. "O nível dos reservatórios está baixando, então não podemos fechar os olhos." A possibilidade de se repetir em 2013 o "apagão" de 2001 é, porém, considerada pequena tanto no governo quanto no setor privado. O risco maior é de aumento nas tarifas. Nesse caso, o corte nas contas de luz prometido pela presidente Dilma em rede de rádio e TV, em setembro, pode ficar menor do que o originalmente estimado, já que as térmicas - mais caras - continuarão em operação por mais tempo - OESP, 8/1, Economia, p.B1.

Energia no limite
Os níveis cada vez mais baixos dos reservatórios das usinas hidrelétricas levaram as indústrias a já falar em reduzir o consumo, adotando um "racionamento branco". A Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), que reúne as principais indústrias intensivas em energia, afirmou em nota que as empresas que compram energia no mercado livre poderiam reduzir o seu consumo neste momento. A Abrace considerou preocupante o fato de que, com a redução do nível dos reservatórios, os preços da energia no mercado livre dispararam nos últimos dias - O Globo, 8/1, Economia, p.21.

Térmicas geram menos energia elétrica por falta de gás natural
O fantasma do racionamento de energia que voltou a rondar o país -por causa da alta no consumo num momento em que os reservatórios das hidrelétricas estão no nível mais baixo de uma década- ganhou um novo ingrediente: a possível escassez de gás natural para atender a todas as térmicas. Algumas usinas já estão gerando abaixo do previsto, segundo dados do ONS (Operador Nacional do Sistema). No dia 4, por exemplo, a Usina Térmica Atlântico (RJ) teve que reduzir a produção de energia por falta de gás. O informativo da ONS menciona outras três térmicas com capacidade reduzida por "menor disponibilidade de combustível", sem especificar de que tipo. Há outras usinas com risco de menor geração por escassez de gás - FSP, 8/1, Mercado, p.B1.

Obra de Belo Monte é paralisada parcialmente após novo protesto
As obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, registraram paralisação parcial ontem em razão de um protesto de índios, motivado por impactos ambientais do empreendimento. Cerca de 20 índios da etnia juruna, pintados e armados com flechas, bloqueavam desde as 4h a estrada de acesso ao sítio Pimental, um dos três canteiros da obra, situada no rio Xingu (PA), onde trabalham cerca de 4.000 funcionários. Não foram registrados incidentes. A Funai informou estar acompanhando o caso - FSP, 8/1, Mercado, p.B3.

Acelerar transmissão para afastar racionamento
"Deve passar por um trio de ações o plano do governo para afastar o risco de racionamento de energia elétrica em 2014, ano da Copa e das eleições presidenciais. Se não chover muito até abril deste ano, os reservatórios das hidrelétricas chegarão ao fim de 2013 em níveis, de novo, muito baixos. Fontes do setor informam que Dilma Rousseff, na reunião de amanhã, será instada a apressar a conclusão das obras das grandes interligações do sistema de transmissão. As linhas de transmissão vão garantir que a energia das novas usinas hidrelétricas e eólicas entre no sistema. Autoridades e técnicos do setor elétrico também vão defender a antecipação da hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (RO), e a conclusão sem atraso dos projetos eólicos do biênio 2013-14. Só no Nordeste, há 75 usinas em construção", coluna de Flávia Oliveira - O Globo, 8/1, Negócios & cia, p.24.

Risco de apagão ainda é baixo, mas está fora do controle do governo
"Em 2001, o país enfrentou racionamento de energia. Após um período de negativas e de tentativas de culpar a natureza, por falta de chuvas, ficou comprovada a ausência de investimentos em expansão da capacidade de geração e de transmissão como a verdadeira causa. Após uma década, a ameaça de racionamento volta à agenda. A probabilidade ainda é baixa, mas não é prudente descartá-la. Os níveis dos reservatórios de hoje são semelhantes aos do início de 2001. Há uma capacidade de geração termelétrica de 14.000 MW, muito superior à de 2001, e houve a expansão da capacidade hidrelétrica. Mas o consumo de energia quase dobrou desde então. Dessa forma, ainda que a probabilidade de uma nova catástrofe energética seja baixa, ela está fora do controle direto das autoridades. Dependemos novamente do comportamento da hidrologia de janeiro a março". artigo de Ildo Sauer - FSP, 8/1, Mercado, p.B1.


Cidades

Água de chuva
Apesar do lobby contrário de algumas construtoras, cresce na Câmara o movimento em favor da aprovação do Programa Nacional de Conservação, Uso Racional e Reaproveitamento das Águas. Ele prevê que os novos edifícios construídos no país tenham um sistema de reaproveitamento de águas de chuva. De acordo com o projeto, essas águas serviriam para a lavagem de calçadas, automóveis e para regar jardins. A iniciativa determina também o uso de descargas e chuveiros mais econômicos - O Globo, 8/1, O Globo Amanhã, p.19.

Cidade sustentavél
A pequena Ann Arbor, cidade universitária no estado de Michigan, anunciou que vai reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 90% até 2050. Para isso, foi lançado um ambicioso plano de sustentabilidade, com 188 páginas, que enumera dezenas de ações. Elas vão desde a melhoria na eficiência energética até o uso exclusivo de fontes de energia limpa, passando pela reciclagem de 100% do lixo da cidade - O Globo, 8/1, O Globo Amanhã, p.18.

Haddad cobra do Corinthians multa de R$ 990 mil
A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) está cobrando do Corinthians uma multa de R$ 990 mil por danos ambientais causados na várzea do Rio Tietê, na altura do Parque Ecológico, na zona leste de São Paulo. A autuação foi feita em maio de 2010, mas o processo ficou parado na Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente e o valor jamais foi cobrado pelo ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD). O clube de futebol estava despejando entulho em uma área de preservação na várzea do rio, durante as obras no seu novo centro de treinamento. A construção, feita na época sem licença ambiental, chegou a ser embargada pela Cetesb por 12 dias. Só houve nova liberação após o clube apresentar à Prefeitura uma proposta de ajustamento de conduta, rejeitada somente agora, quase três anos depois - OESP, 8/1, Metrópole, p.C3.


Geral

Tecnologia que captura CO2 do ar em teste
Uma companhia canadense desenvolveu uma tecnologia limpa que poderá, um dia, captar e remover alguns dos gases poluentes diretamente do céu. E será possível até que estes sejam vendidos para uso industrial. A empresa Carbon Engineering - criada em 2009 com US$ 3,5 milhões investidos pelo magnata Bill Gates e outros empresários - vem desenvolvendo, há dois anos, na cidade canadense de Calgary, protótipos de partes do sistema de limpeza. A empresa planeja terminar até o final de 2014 um projeto piloto capaz de capturar o CO2 da atmosfera. Timothy A. Fox, diretor de energia e meio ambiente da Instituição de Engenheiros Mecânicos de Londres, acredita que, se o custo da captação de dióxido de carbono for acessível, o comércio de gás atrairá uma série de clientes. O principal, segundo ele, seria a indústria petrolífera, que compra gases para injetar em campos de petróleo, forçando, assim, a saída do óleo - O Globo, 8/1, Ciência, p.29.

Lixo eletrônico
Será inaugurado no primeiro semestre deste ano, em Sorocaba, São Paulo, o primeiro sistema integrado de reciclagem de eletrônicos do Brasil. Anualmente, o país produz quase 100 mil toneladas de lixo eletrônico. A maior parte é descartada incorretamente e o resto é exportado para países como Bélgica e Alemanha. O projeto, conhecido como Sinctronics, deverá reciclar mensalmente cerca de 500 toneladas de celulares e outros aparelhos, separando o plástico de metais como ouro, prata e cobre - O Globo, 8/1, O Globo Amanhã, p.19.

Bolsa Floresta
"'Fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada' - o lema move a Bolsa Floresta, uma pioneira experiência de desenvolvimento sustentável no Amazonas. Nela se mostra que a conservação ambiental deve servir às pessoas, ajudando, e não atrapalhando, a promoção humana. Comandado pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), organização não governamental criada em 2007, ele conta com o endosso do governo estadual e o apoio financeiro de grandes empresas. Sua área de atuação foca as comunidades tradicionais que vivem dentro das reservas de desenvolvimento sustentável (RDSs). Quem me levou para conhecer alguns desses projetos foi o engenheiro florestal Virgílio Viana, superintendente da FAS. Ele está convicto de que os antigos paradigmas, ecológico ou militarista, sobre a Amazônia impedem seu desenvolvimento sustentável. A Bolsa Floresta aponta para o futuro", Artigo de Xico Graziano - OESP, 8/1, Espaço Aberto, p.A2.

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FONTE : Manchetes Socioambientais, boletim de 8/jan/2013

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