Aproveitando avanços recentes nas tecnologias de sequenciamento de DNA, pesquisadores descobriram um padrão de atividade genética em corais que sobrevivem a temperaturas mais altas, despertando esperanças de resistência ao aquecimento global.
“Corais diferentes divergem substancialmente em sua resiliência fisiológica ao stress ambiental, mas os mecanismos moleculares por trás da maior resiliência continuam desconhecidos”, colocam os pesquisadores em seu artigo publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences.
Visando desvendar esses mistérios, os pesquisadores compararam diferentes constituições genéticas entre corais da espécie Acropora hyacinthus na Ilha Ofu (Samoa Americana) que têm e que não têm resiliência térmica às flutuações diárias de até 6ºC, alcançando mais de 32ºC. Daniel Barchis, da Universidade de Stanford, e outros pesquisadores realizaram simulações (veja o vídeo) de condições de estresse que causariam o branqueamento.
Sob tais condições, “os corais sensíveis e os resilientes mudam a expressão de centenas de genes, mas os corais resilientes apresentaram uma expressão maior sob condições controladas ao longo de 60 destes genes”. Ou seja, os genes, presentes em ambos, são mais expressados nos corais tolerantes às maiores temperaturas.
Os genes resistentes ao aumento das temperaturas incluem proteínas que respondem a choque de calor e enzimas antioxidantes, além de outros envolvidos na supressão de tumor.
“Nosso estudo oferece um panorama abrangente sobre os processos celulares fundamentais responsáveis pela melhoria na tolerância ao estresse que pode permitir a alguns organismos persistir melhor no futuro em uma era de mudanças climáticas globais”, disseram os pesquisadores.
Os resultados, que podem auxiliar a focar esforços de conservação, também estão sendo aplicados no estudo de outras espécies de coral tolerantes ao aquecimento.
“Se pudermos encontrar populações com maior probabilidade de resistir às mudanças climáticas e mapeá-las, então podemos protegê-las”, comentou Stephen Palumbi, diretor da Estação Marinha Hopkins da Universidade de Stanford e coautor do estudo.
Os recifes de coral, estruturas extremamente sensíveis a flutuações de temperatura, turbidez, radiação e outros fatores em seu ambiente, são tidos como umas das maiores vítimas em potencial do aquecimento global e a tendência é que a sua abundância deva cair significativamente.
As algas que constituem os corais construtores de recifes, realizando fotossíntese e liberando nutrientes, não suportam temperaturas muito altas, geralmente acima de 30ºC, e morrem.
Este evento é chamado de branqueamento dos corais, já que o colorido vem das algas, e resulta no enfraquecimento do hospedeiro, que recebe menos nutrientes e tem a taxa de calcificação diminuída devido à ausência das algas. Assim, o recife fica mais vulnerável (Saiba mais)
Os recifes de coral são cruciais para a pesca, aquicultura e proteção contra tempestades para cerca de um bilhão de pessoas. Porém, estes ricos ambientes estão sofrendo múltiplas pressões, como sobrepesca, aquecimento e poluição, o que já levou à morte de metade dos corais nos últimos 20 anos, segundo dados da Universidade de Stanford.
Mais informações: oceansciencenow.com
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
“Corais diferentes divergem substancialmente em sua resiliência fisiológica ao stress ambiental, mas os mecanismos moleculares por trás da maior resiliência continuam desconhecidos”, colocam os pesquisadores em seu artigo publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences.
Visando desvendar esses mistérios, os pesquisadores compararam diferentes constituições genéticas entre corais da espécie Acropora hyacinthus na Ilha Ofu (Samoa Americana) que têm e que não têm resiliência térmica às flutuações diárias de até 6ºC, alcançando mais de 32ºC. Daniel Barchis, da Universidade de Stanford, e outros pesquisadores realizaram simulações (veja o vídeo) de condições de estresse que causariam o branqueamento.
Sob tais condições, “os corais sensíveis e os resilientes mudam a expressão de centenas de genes, mas os corais resilientes apresentaram uma expressão maior sob condições controladas ao longo de 60 destes genes”. Ou seja, os genes, presentes em ambos, são mais expressados nos corais tolerantes às maiores temperaturas.
Os genes resistentes ao aumento das temperaturas incluem proteínas que respondem a choque de calor e enzimas antioxidantes, além de outros envolvidos na supressão de tumor.
“Nosso estudo oferece um panorama abrangente sobre os processos celulares fundamentais responsáveis pela melhoria na tolerância ao estresse que pode permitir a alguns organismos persistir melhor no futuro em uma era de mudanças climáticas globais”, disseram os pesquisadores.
Os resultados, que podem auxiliar a focar esforços de conservação, também estão sendo aplicados no estudo de outras espécies de coral tolerantes ao aquecimento.
“Se pudermos encontrar populações com maior probabilidade de resistir às mudanças climáticas e mapeá-las, então podemos protegê-las”, comentou Stephen Palumbi, diretor da Estação Marinha Hopkins da Universidade de Stanford e coautor do estudo.
Os recifes de coral, estruturas extremamente sensíveis a flutuações de temperatura, turbidez, radiação e outros fatores em seu ambiente, são tidos como umas das maiores vítimas em potencial do aquecimento global e a tendência é que a sua abundância deva cair significativamente.
As algas que constituem os corais construtores de recifes, realizando fotossíntese e liberando nutrientes, não suportam temperaturas muito altas, geralmente acima de 30ºC, e morrem.
Este evento é chamado de branqueamento dos corais, já que o colorido vem das algas, e resulta no enfraquecimento do hospedeiro, que recebe menos nutrientes e tem a taxa de calcificação diminuída devido à ausência das algas. Assim, o recife fica mais vulnerável (Saiba mais)
Os recifes de coral são cruciais para a pesca, aquicultura e proteção contra tempestades para cerca de um bilhão de pessoas. Porém, estes ricos ambientes estão sofrendo múltiplas pressões, como sobrepesca, aquecimento e poluição, o que já levou à morte de metade dos corais nos últimos 20 anos, segundo dados da Universidade de Stanford.
Mais informações: oceansciencenow.com
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
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