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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Manchetes Socioambientais - 18/jan/2013
Plano de proteção a Terras Indígenas afetadas por Belo Monte está atrasado em quase dois anos, diz Funai
Apesar da importância da questão indígena no processo de implantação da hidrelétrica de Belo Monte, nem a Norte Energia, responsável pela obra, nem o Poder Público conseguiram cumprir as obrigações definidas no licenciamento ambiental - Notícias Socioambientais, 18/1.
Energia
Governo prevê 4 leilões de energia em 2013
O governo decidiu retomar os leilões de energia para aumentar a geração no país. O presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim, disse que estão previstos quatro pregões para contratar energia nova neste ano. Em 2012, houve apenas um, e a procura foi pequena. Ainda que os resultados não sejam imediatos, porque essa energia só entrará no sistema dentro de três a cinco anos, demonstra preocupação do governo em aumentar a geração no médio prazo. Três desses leilões já foram definidos para este semestre; a quarta rodada será para contratação de energia reserva, ainda em estudo. Um dos leilões deste ano estará focado em incluir no sistema a energia da usina hidrelétrica de Sinop, que será construída no norte de Mato Grosso. Os demais contratarão fontes eólica, biomassa, hídrica e gás, entre outros - FSP, 18/1, Mercado, p.B1.
Parques eólicos leiloados em 2012 correm o risco de se tornar inviáveis
Enquanto o governo planeja novos leilões de energia para este ano, os parques eólicos que venceram a disputa em 2012 correm riscos. Na avaliação do presidente de uma das principais fornecedoras do setor, a tarifa estabelecida é insuficiente para sustentar os projetos. "Na nossa percepção de quanto custa o equipamento produzido no Brasil, essa tarifa não fecha as contas", diz, em entrevsita, Marcos Costa, que assumiu no ano passado a presidência da Alstom do Brasil. Engenheiro eletricista, ele acredita que a opção do país por hidrelétricas fio d'água (sem grandes reservatórios) e mais usinas eólicas (cuja geração, por depender dos ventos, é intermitente) levará a um crescimento no número de térmicas. "Isso gera outro impacto ambiental, que não está sendo levado em conta." - FSP, 18/1, Mercado, p.B3.
Quantidade de etanol na gasolina deve aumentar para 25% até abril
A diretora-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível), Magda Chambriard, afirmou ontem que a quantidade de etanol na gasolina vai subir de 20% para 25%, possivelmente entre março e abril. Com o aumento da mistura, a tendência é que o preço do combustível seja reduzido. Segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), a decisão deve ser anunciada o quanto antes para que os produtores possam planejar a próxima safra. A safra da cana tradicionalmente é encerrada em abril. A medida, que vem sendo costurada desde dezembro, deve ser anunciada na próxima segunda-feira, quando acontece uma reunião com representantes de toda a cadeia do petróleo no Ministério de Minas e Energia - FSP, 18/1, Mercado, p.B4; O Globo, 18/1, Economia, p.23.
Povos Indígenas
União terá de ser consultada sobre remoção de índios
O governo federal terá que se manifestar na discussão sobre a permanência ou não dos índios que desde 2006 ocupam o antigo prédio do antigo Museu do Índio, no Maracanã. O presidente em exercício do TRF2, desembargador federal Raldênio Bonifácio Costa, fixou prazo de dez dias para que a União se manifeste sobre o pedido para que reconsidere a suspensão de duas liminares que impediam a remoção da chamada Aldeia Maracanã (como o imóvel foi rebatizado) e a demolição do prédio. O desembargador tomou a decisão por considerar que, em todo o processo, em momento algum a União foi consultada, apesar de os povos índígenas estarem sob tutela federal. Como o despacho foi meramente administrativo, ainda não cabe recurso ao Superior Tribunal de Justiça - O Globo, 18/1, Rio, p.13.
Além do muro
"No sábado passado, quando a polícia cercou o prédio do Museu do Índio, que o governo do Rio quer demolir para construir um estacionamento, dois carpinteiros que trabalhavam nas obras do Maracanã pularam o muro e juntaram-se aos índios para ajudá-los a resistir contra a demolição. É claro que foram demitidos depois que voltaram ao trabalho, mas não estavam arrependidos, tinham a tranquilidade de quem agiu de acordo com sua consciência. É uma pena que não vejamos esse apurado senso de justiça na maioria de nossos dirigentes políticos. Ainda bem que temos uma ação da sociedade para defender seus direitos, com a saudável ideia de que 'a cidade é nossa'. Esse movimento nos chama; é hora de pular o muro e ficar do lado dos índios, das comunidades e do esforço para construir cidades onde a sustentabilidade cultural e social na vida não seja atropelada pela pressa dos grandes eventos", artigo de Marina Silva - FSP, 18/1, Opinião, p.A2.
Geral
Mujica, um uruguaio austero na presidência
Sob o governo de Jose Mujica, que tomou posse em 2010, o Uruguai chamou a atenção por estimular consideravelmente a utilização de fontes de energia renovável, como os ventos e a biomassa. Em recente entrevista, ele admitiu que seu tranquilo estilo presidencial pode parecer inusitado. No entanto, afirmou que se trata de uma escolha consciente para evitar as armadilhas do poder e da riqueza. Citando o filósofo romano Sêneca, Mujica disse: "O pobre não é o homem que tem pouco demais, mas o homem que anseia por mais". Ele lamenta que tantas sociedades tenham a expansão econômica como prioridade, definindo-a "um problema para a nossa civilização" em razão das exigências feitas aos recursos do planeta. (O interessante é que a economia do Uruguai anda crescendo a uma taxa confortável anual estimada em 3,6% - OESP, 18/1, Internacional, p.A14.
Hidrovias, ferrovias, sem um novo olhar
"Não é preciso discutir muito para concluir que os tempos são outros, como são outras as exigências prioritárias para um mundo conturbado, complexo e mutante. Nele o Brasil pode vir a ter condições excepcionais, graças aos fatores privilegiados de que dispõe - território, recursos hídricos, biodiversidade, possibilidade de matriz energética limpa e renovável. Basta olhar o recém-publicado atlas Amazonia Bajo Presión (editado pela Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada e coordenado por Beto Ricardo, do Instituto Socioambiental) para ver que só na Amazônia brasileira esses fatores são imensos - mas já sob ataques em muitas frentes", artigo de Washington Novaes - OESP, 18/1, Espaço Aberto, p.A2.
Crônicas do fim do mundo
"Na energia, Edison Lobão é a cara do fim do mundo. Ele aconselhou a usar energia à vontade num momento em que os reservatórios estão baixos, as empresas hidrelétricas se desidratam na Bolsa e as térmicas a todo vapor emitem milhões de toneladas de gases de efeito estufa. Em todo o mundo, o conselho dos dirigentes é usar energia com critério e procurar economizá-la sempre que possível. Lobão é generoso. Como Dilma, que nos promete uma redução de 20% na conta de luz, nesta conjuntura complicada. Como as térmicas encarecem a energia, a única saída será subsidiar uma parte da redução. Parte do que Dilma nos dá com toda a pompa devolvemos silenciosamente ao pagar a conta. O mundo acabou de certa forma. De tão felizes, não percebemos que está de pernas para o ar", artigo de Fernando Gabeira - OESP, 18/1, Espaço Aberto, p.A2.
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FONTE : Manchetes Socioambientais, Boletim de 18/jan/2013.
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