Às vésperas do aniversário de São Paulo, a pesquisa sobre o nível de satisfação de seus habitantes com a cidade, divulgada nesta quinta, 17, pela Rede Nossa São Paulo, revela que há pouco a comemorar. Em sua quarta edição, os Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (IRBEM) revela que a nota média atribuída à qualidade de vida na capital paulista foi de 4.7, em uma escala de um a 10 – 0.2 menor do que a média registrada no ano passado.
“É a menor nota que tivemos desde o início da avaliação”, afirma Marcia Cavallari, diretora do Ibope Inteligência, instituição que realizou as entrevistas. A população avaliou negativamente – ou seja, com nota abaixo de 5.5 – 82% dos indicadores. Foram realizadas 1512 entrevistas com moradores da capital paulista, de 24 de novembro a oito de dezembro de 2012, e a margem de erro máxima estimada é de 3% para mais ou para menos.
Assim como nos anos anteriores, a área com pior desempenho foi transparência e participação política da cidade, já a melhor, foi relações humanas. Mas foi segurança que teve a maior variação negativa na percepção dos paulistanos, com uma queda de 3.9 a 3.0 na nota, de 2011 a 2012. Cerca de 90% da população se sentem inseguras na cidade e, para resolver o problema, as duas soluções mais indicadas foram combater a corrupção na polícia e nos presídios, além de criar oportunidades de trabalho para jovens de baixa renda.
Educação, infância e juventude
Todos os itens relacionados à educação pioraram na avaliação, se comparados ao resultado do ano anterior. Os pontos mais críticos, segundo a população, são a quantidade de vagas em creches e pré-escolas e escolas em locais próximos à moradia (com redução de 4.9 a 4.5) e o respeito, valorização e reconhecimento aos profissionais do setor (com declínio de 4.8 a 4.5).
Para o coordenador geral da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew, os números são alarmantes. “Quando 170 mil crianças estão fora da creche na cidade mais rica do país, percebemos que algo está errado. A cidade precisa de mudanças”, afirma.
Também obtiveram variação negativa de 0.3 outros dois itens avaliados: formação e condições de trabalho e estudo dos profissionais de educação; além de promoção da cidadania e da democracia na escola. Já a igualdade no acesso à educação reduziu 0.2 na nota.
A pesquisa revela ainda que as escolas estão cada vez menos atrativas aos jovens, caindo de cinco a 4.6, e a frequência com que se pratica esportes nas instituições de ensino diminuiu de 4.8 a 4.5, em relação ao ano passado. No ambiente escolar, o indicador que obteve maior queda na avaliação foi o que se refere às manifestações artístico-culturais, que caiu de 5.3 a 4.7.
A satisfação dos paulistanos com as questões referentes à infância e adolescência se manteve estável, com exceção do atendimento às crianças vítimas de violência e risco de vida, que obteve um declínio de 4.3 a 4.2 na nota.
Confira aqui a pesquisa na íntegra.
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FONTE : * Publicado originalmete no site Portal Aprendiz.
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