Chuva eleva nível de água em usinas, diz Lobão
As chuvas intensas que caíram nos últimos dias ajudaram a aumentar o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas das Regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte e afastaram a possibilidade de um racionamento de energia no País, afirmou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Também houve um crescimento no nível dos reservatórios da Região Sul, embora em menor intensidade. Apesar de as térmicas a gás estarem todas ligadas para geração de energia, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, garantiu ontem, em Brasília, que não haverá falta do combustível - OESP, 17/1, Economia, p.B11.
Tucuruí pode ampliar capacidade
Maior usina localizada 100% em território brasileiro, a hidrelétrica de Tucuruí (sudeste do Pará) realiza estudos para expandir sua capacidade pela terceira vez. A construção de uma terceira casa de força permitirá acréscimo de 2.000 MW a 2.500 MW na potência instalada da usina, que atualmente é de 8.370 MW -suficiente para abastecer 16,7 milhões de pessoas. Com a terceira fase, a capacidade total pode chegar perto de 11.000 MW, quase igualando a potência da hidrelétrica de Belo Monte (11.200 MW), em construção no oeste do Pará e que deve se tornar a maior brasileira e a terceira maior do mundo. Ainda não há prazo para início das obras. O custo estimado para o empreendimento é de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões. A Eletronorte afirma que não haverá impacto ambiental porque será usada a estrutura já existente da usina - FSP, 17/1, Mercado, p.B4.
Energia "parada" nos parques eólicos vai triplicar em 2013
O calvário dos parques eólicos que entram em operação, mas não possuem linhas de transmissão para fornecer energia ao sistema, deve aumentar em 2013. De acordo com levantamento feito pela Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), 50 projetos do tipo estão previstos para entrar em operação ao longo do ano, mas os respectivos sistemas de transmissão possuem atrasos de seis a 17 meses, dependendo do caso. Essas usinas respondem por 1,4 mil MW, ou 69%, dos 2,1 mil MW de capacidade instalada adicional de eólicas prevista para 2013. Os 1,4 mil MW relativos a esses projetos, cuja transmissão está comprometida, correspondem a 15% dos 9 mil MW de capacidade instalada prevista para entrar em operação neste ano, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) - Valor Econômico, 17/1, Brasil, p.A3.
Mudanças Climáticas
É tempo de fechar a porta do inferno
"Se houvesse no mundo meia dúzia de líderes de verdade, a emergência ambiental que se está dando em cidades chinesas faria soar todos os alarmes: o mundo todo está vivendo uma situação de mudança climática que anuncia uma catástrofe em algum momento futuro. Sei que esse tipo de alerta costuma cair no vazio quando feito por entidades ambientalistas, desprezadas como ecochatas. Mas, agora, as sirenes estão sendo acionadas pelo empresariado. O mais recente deles está no relatório 'O Mundo em 2050' que uma portentosa consultoria, a PwC (PricewaterhouseCoopers), acaba de divulgar. Pois bem, a PwC diz que, mantidas as coisas como estão, suas previsões para o crescimento da economia levariam a aumento de temperatura de 6 graus ou mais no longo prazo, três vezes além do aumento que abriria as portas do inferno", artigo de Clóvis Rossi - FSP, 17/1, Mundo, p.A20.
De mudança para Patagônia
"Para tentar prever as consequências do atual aquecimento, pesquisadores estudam grandes episódios semelhantes que ocorreram. A novidade é que identificaram um rápido evento de aquecimento global, muito semelhante ao atual, que se iniciou por volta de 250 milhões de anos atrás. Ele foi causado pelo rápido aumento na quantidade de gás carbônico na atmosfera, graças à liberação de carbono sequestrado no subsolo. Essa liberação repentina (ao longo de mil anos) provocou um efeito estufa e um aumento na temperatura da atmosfera e dos oceanos. Esse estudo sugere que é necessário levar a sério aumentos de 2"C a 4"C na temperatura. Pequenas mudanças podem transformar os trópicos em um deserto desabitado por milhões de anos. E é claro que a região subtropical, mesmo aquecida, não será capaz de abrigar e alimentar 11 bilhões de pessoas", artigo de Fernando Reinach - OESP, 17/1, Vida, p.A19.
Povos Indígenas
Cabral diz que índios terão de sair de prédio
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), disse ontem que não voltará atrás da decisão de demolir o prédio do antigo Museu do Índio para fazer obras para a Copa no entorno do Estádio do Maracanã. O Estado propõe aos índios construir perto dali um centro de referência indígena - OESP, 17/1, Metrópole, p.C7.
Cabral e os índios
"A polêmica desocupação do prédio do antigo Museu do Índio, no entorno do novo Maracanã, mexe em pontos sensíveis, mescla, dos dois lados da contenda, bons argumentos com velhas práticas políticas e confunde boas causas com ações condenáveis. De um lado, o governo estadual escancara a ausência de diálogo e a falta de planejamento com o cerco desnecessário da tropa de choque e justificativas inconsistentes sobre exigências da Fifa. Do outro, constata-se a tibieza dos órgãos de patrimônio histórico na defesa de um bem agora considerado valioso, mas abandonado por anos e em deterioração, e a tentativa de sobrevivência de um pequeno grupo de índios que invadiu área que nada tem a ver com sua história, mas que lá pretende se manter por ser 'ponto importante de venda de artesanato', editorial - FSP, 17/1, Opinião, p.A2.
Geral
Instituto ambiental diz que Açu salgou área
O Instituto Estadual do Ambiente do Rio afirmou ontem que obras de construção do porto do Açu, da LLX, do empresário Eike Batista, causaram a salinização da água doce usada por agricultores de São João da Barra (RJ). Segundo a presidente do Inea, Marilene Ramos, o problema ocorreu após falha no sistema que impedia que a água do mar se misturasse aos canais usados para irrigação, durante a dragagem da areia. Eventual multa à empresa será decidida na próxima semana. A análise foi feita após estudo da Universidade Estadual do Norte Fluminense. É a primeira consequência ambiental direta detectada no empreendimento. A LLX afirmou que monitora os níveis de salinidade em 40 pontos da área de influência do porto e que vai ampliar a análise, mas não comentou os impactos detectados pela Uenf e pelo Inea - FSP, 17/1, Mercado, p.B6.
Máquinas do Comperj não passarão por rio de APA
Reatores e outros equipamentos do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), em Itaboraí, não serão transportados até o empreendimento pelo Rio Guaxindiba, que corta a Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim. Esta era uma opção que a Petrobras vinha tentando viabilizar desde o início do ano passado. A decisão foi tomada em conjunto pela Secretaria estadual do Ambiente (SEA) e pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio). A utilização do Rio Guaxindiba implicaria necessidade de dragagem de 100 mil metros cúbicos de sedimentos, o que causaria danos ambientais, reconheceu ontem o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc. O Ministério Público Federal (MPF) já havia se posicionado contrário à alternativa da utilização da APA - O Globo, 17/1, Rio, p.12.
Os rumos da "Reforma Agrária"
"Terras da União sob o controle dos assentados poderão vir a ser transferidas para as grandes propriedades. É o desfecho esperado da proposta de emancipação dos assentamentos abandonados pelos poderes públicos. Sugerida pela entidade máxima do agronegócio, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a emancipação traduziria a sensibilidade social da sua presidente pela 'libertação dos assentados'. O alvo real: a expectativa de apropriação, pelo agronegócio, de milhões de hectares dos assentados, a exemplo do que ambicionam com as suas lutas pela subtração dos territórios indígenas, quilombolas e das áreas protegidas em geral. Em suma, a sedução e a rendição política aos quase US$ 100 bilhões gerados pelas exportações do agronegócio poderão levar o Brasil a cenários sombrios de um 'abismo agrário-ambiental'", artigo de Gerson Teixeira - FSP, 17/1, Opinião, p.A3.
ONU relata histórias de ativistas sob proteção
Sob ameaça de morte, dois índios, dois religiosos, dois militantes agrários, um sem-teto, uma líder quilombola, um pescador e um ativista comunitário viraram protagonistas de Dez faces da luta pelos Direitos Humanos no Brasil, publicação lançada no País no fim de 2012 com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). De pontos do território nacional distantes entre si, como a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, o sul da Bahia, a periferia de Manaus e o noroeste mineiro, os personagens, curiosamente, contam histórias com pontos em comum. Entre eles estão o engajamento em questões que os transformaram em alvos - como a defesa de menores infratores, a luta pela terra e até o combate ao crime organizado -, a disposição de não desistir e a inclusão no Programa de Proteção às Defensoras e Defensores de Direitos Humanos - OESP, 17/1, Nacional, p.A8.
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FONTE : Manchetes Socioambientais, Boletim do dia 17/jan/2013
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