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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Manchetes Socioambientais - 16/jan/2013
2012 confirma tendência global de aquecimento, diz Nasa
A temperatura na Terra mantém uma tendência firme de alta, com 2012 sendo o nono ano mais quente desde 1880, quando os registros começaram. As conclusões são dos últimos dados divulgados pelo Giss (Instituto Goddard para Estudos Espaciais), que monitorou a temperatura de 2012 e a comparou com a de todos os anos anteriores. A análise mostrou que a Terra experimenta um aquecimento mais acelerado do que em décadas anteriores. A média de temperatura em 2012 foi de 14,6o C, cerca de 0,6o C mais quente do que em meados do século 20. Segundo a nova análise, a temperatura média mundial já subiu 0,8o C desde 1880. Ano a ano, tem havido uma tendência expressiva de alta. Excluindo-se 1988, os nove anos mais quentes dentre os 132 avaliados aconteceram desde o ano 2000, com 2010 e 2005 encabeçando a lista de recordes de calor - FSP, 16/1, Ciência, p.C10; O Globo, 16/1, Ciência, p.27.
Inimigo sujo
Entre os compostos produzidos pela atividade humana associados às mudanças climáticas, o mais importante é indiscutivelmente o CO2. O segundo lugar, no entanto, acaba de ser contestado. Um estudo publicado ontem no periódico "Journal of Geophysical Research-Atmospheres" tira a posição do metano e coloca em seu lugar a fuligem. Ela teria peso duas vezes maior para o aumento da temperatura do planeta do que se acreditava. Emitida principalmente por nações asiáticas, seu acúmulo na atmosfera é mais significativo no Sul daquele continente, afetando as monções e regiões de Canadá, Estados Unidos, Europa e Ártico - O Globo, 16/1, Ciência, p.27.
Energia
Governo quer aproveitar gasolina mais cara para estimular produção de etanol
O reajuste do preço da gasolina pode ajudar o mercado de etanol. No entender do governo federal, além de melhorar a situação de caixa da Petrobrás, uma gasolina mais cara torna o biocombustível mais atraente para o consumidor. Um aumento na demanda pode estimular novos investimentos no setor. Desde 2005, o preço da gasolina tem se mantido praticamente constante no Brasil, enquanto o etanol, que tem cotação livre, ficou mais caro. Essa situação, segundo o próprio governo, acabou gerando migração do consumo de combustível para a gasolina, em detrimento do etanol. O reajuste preparado pelo governo - de 7% para a gasolina e até 5% para o óleo diesel -, além de devolver parte da competitividade ao etanol, também serviria para reduzir as importações de gasolina, que têm afetado a balança comercial - OESP, 16/1, Economia, p.B1.
Crédito do BNDES para eólicas deve crescer 15%
O BNDES prevê aumento de 15% na liberação de recursos para projetos de energia eólica neste ano, para R$ 3,9 bilhões. De acordo com o BNDES, o financiamento para investimentos em energia eólica tem aumentado nos últimos anos, "refletindo a prioridade do banco em apoiar empreendimentos em energia renovável". No ano passado, foram desembolsados R$ 3,4 bilhões para 63 projetos, segundo balanço divulgado ontem pelo banco de fomento -montante semelhante ao do ano anterior. Ao todo, os projetos aprovados no ano passado somaram um investimento total de R$ 6 bilhões pelas empresas. Em 2008, as aprovações para projetos no setor foram de R$ 257 milhões. Já em 2009, houve um aumento para R$ 1,2 bilhão, e os desembolsos continuaram nessa mesma faixa em 2010 - FSP, 16/1, Mercado, p.B4.
Nível dos reservatórios sobe, mas térmicas continuam no limite
Os reservatórios das usinas hidrelétricas subiram nos últimos dias em razão de chuvas nas cabeceiras dos rios que os alimentam, mas ainda estão longe da média de janeiro do ano passado. Com isso, as termelétricas, que produzem energia mais cara, continuam operando com a capacidade máxima de geração. Anteontem, as hidrelétricas produziram 35.393 megawatts médios, 5% abaixo do esperado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema). As termelétricas também não têm conseguido atingir a meta do operador, mas operam na capacidade máxima. Elas geraram 11.883 MW médios ontem, também cerca de 5% abaixo do esperado (12.468 MW médios). Problemas em unidades geradoras, como a redução da operação da UT Candiota 3, da Eletrobras, para controle de emissão de enxofre na atmosfera, são apontados como causas do resultado - FSP, 16/1, Mercado, p.B4.
Mortandade de peixes e lavouras secas nas represas do Nordeste
Principais responsáveis por fornecer energia a 14 usinas que formam o Sistema Chesf, as represas de Sobradinhoe e Itaparica são um retrato da seca nos 1.325 municípios do semiárido nordestino. A situação mais crítica é a de Sobradinho, na Bahia, cuja lâmina d'água não passa de 23,9% da capacidade do que já foi considerado o maior lago artificial do mundo. Já a represa de Itaparica, na divisa entre Bahia e Pernambuco, está com 42,22%. Às margens dos reservatórios, pequenos agricultores e produtores de peixes amargam prejuízos. As perdas já chegam a 60 toneladas, um prejuízo superior a R$ 250 mil - afirmou Fábio Correia, secretário de agricultura de Petrolândia, cidade que fica a 429 quilômetros do Recife - O Globo, 16/1, Economia, p.17.
Mais hidrelétricas com reservatórios
"Os reservatórios no Brasil são antigos. Muitos surgiram em um período que não havia tanta preocupação com o meio ambiente e respeito a comunidades afetadas pela inundação. Por causa disso, foi-se do oito ao oitenta, e as novas hidrelétricas no Brasil são licenciadas sem reservatórios, mesmo quando existe a possibilidade de formá-los com o menor impacto ambiental possível. O resultado é que o país, agora, precisa de uma retaguarda de usinas termoelétricas que, além de gerarem uma eletricidade mais cara, causam mais impacto ambiental que um reservatório com igual capacidade de produção de energia. Usinas termoelétricas precisarão funcionar por mais tempo, o que pesará sobre as tarifas de energia. E ambientalmente 2013 será um ano negativo, pois o país emitirá mais gases poluentes. A política contrária a reservatórios precisa ser revista", editorial - O Globo, 16/1, Opinião, p.14.
Ah, se fosse verdade...
"O importante é entender que o mercado de combustível não seria motivo de preocupação da presidenta Dilma se a produção de cana tivesse seguido o ritmo de crescimento esperado. Bastava a produtividade da cana em 2011 ter sido igual à de 2010 e grande parte dos problemas não existiriam. As importações de gasolina em 2011 e 2012 custaram ao Brasil US$ 4,5 bilhões, o que representa ao redor de 20% da renda bruta da cana-de-açúcar. Por muito menos que isso o governo poderia ter ajudado a garantir a cana necessária para zerar as importações de gasolina. Sem dúvida, uma alocação bem ineficiente de recursos", artigo de André M. Nassar e Marcelo M. R. Moreira - OESP, 16/1, Espaço Aberto, p.A2.
Poluição do Ar
Poluição não tem solução rápida, diz líder chinês
O futuro primeiro-ministro da China, Li Keqiang, disse ontem que não há solução rápida para a poluição em Pequim, que bateu novo recorde ontem e já lota hospitais com casos de asma e alergia. À rádio estatal, o atual vice-chefe de governo disse que "houve um acúmulo de fumaça" na cidade e que o governo agirá: "Por um lado, temos que aumentar a força da gestão ambiental e outras tarefas oficiais e, por outro, devemos pedir ao público que reforce a proteção pessoal". O departamento de vigilância ambiental de Pequim disse ter implementado plano de emergência que visa reduzir o número de carros nas estradas e cortar as emissões de fábricas em 30%. A longo prazo, inalação de poluentes pode aumentar os casos de câncer e doenças cardíacas - FSP, 16/1, Mundo, p.A11.
Faltam dados para avaliar inspeção veicular
Em meio à polêmica política e econômica em torno da mudança do modelo de inspeção veicular proposta pela recém-empossada gestão Fernando Haddad (PT), pouco tem se debatido sobre o impacto que a alteração poderia trazer ao ambiente e à saúde em São Paulo. A Prefeitura justifica as mudanças -as inspeções, em vez de anuais, passam a ser bienais, e serão feitas somente por veículos com mais de dois anos- argumentando que países desenvolvidos, como os da União Europeia e Estados Unidos, fazem assim. Mas não foi feito nenhum estudo que leve em conta as condições paulistanas. Olhando somente para o monitoramento da Cetesb, a qualidade do ar no município apresentou pouca melhora nos últimos anos, mas outros fatores pesam para isso, como o crescimento contínuo da frota e condições meteorológicas que prejudicam a dispersão dos gases - OESP, 16/1, Planeta, p.H2 e H3.
Geral
'Risco de racionamento de água é real'
Eleito presidente do Conselho Mundial de Água em dezembro, o brasileiro Benedito Braga inicia sua gestão em 2013, escolhido pela ONU como o Ano Internacional da Cooperação pela Água. Braga critica, em entrevista, a lentidão nas políticas públicas de gestão hídrica no País e prevê crise semelhante à enfrentada pelo setor elétrico, caso o quadro atual seja mantido. Braga também falou sobre como a gestão hídrica deve ser feita frente as mudanças no clima. "Fazemos grande esforço contra as futuras mudanças climáticas para que as economias mudem, para não emitir gás carbono, mas estamos falando em algo que tem um horizonte de impacto de séculos. Então, é preciso mudar o foco para buscar mecanismos de adaptação atuais, com mais financiamento e infraestrutura hidráulica em países pobres. Políticos não pensam cem anos à frente", disse - OESP, 16/1, Especial, p.H2 e H3.
Índios rejeitam oferta de aluguel social
As negociações entre o governo do Rio de Janeiro e os índios que ocupam o prédio do antigo Museu do Índio, no Maracanã, chegaram a um impasse. Os ocupantes da Aldeia Maracanã (como o espaço foi rebatizado) querem uma audiência com o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes para negociar uma alternativa que não seja a demolição do prédio, como parte das obras de urbanização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. Cabral e Paes disseram ontem que a decisão está tomada. Os índios também não aceitaram a oferta da Secretaria estadual de Assistência Social e Direitos Humanos para que deixem o prédio em troca de receber aluguel social. Os índios também recusaram uma proposta de deixar o local em troca da promessa da construção de um Centro de Referência da Cultura Indígena, em local ainda não definido - O Globo, 16/1, Rio, p.12.
APA é criada contra ocupação irregular
O governador Sérgio Cabral assinou na terça-feira decreto que cria a Área de Proteção Ambiental (APA) do Alto Iguaçu, na Baixada Fluminense. A unidade de conservação, que permite edificações em áreas restritas, abrange três municípios - Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Belford Roxo - e tem 22.109 hectares, o equivalente a quatro vezes o território da Barra da Tijuca. O objetivo da APA é evitar a ocupação desordenada da serra onde desceu a cabeça d'água que destruiu parte do distrito de Xerém, em Caxias, na madrugada do dia último dia 3. A Alto Iguaçu será a quarta maior APA administrada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), ficando atrás de Guandu, Macaé de Cima e Mangaratiba - O Globo, 16/1, Rio, p.10.
ICMS Verde fará repasse recorde este ano
Secretaria estadual do Ambiente do Rio de Janeiro fechou as estimativas do ICMS Verde para este ano. O desembolso para os 92 municípios fluminense atingirá R$ 177,717 milhões, cifra recorde no programa. O repasse é concedido às prefeituras que cumprirem metas na área ambiental. As cidades recebem pontos pelos projetos em unidades de conservação, qualidade da água e gestão de resíduos sólidos. Como em 2012, Silva Jardim será o primeiro da lista dos top ten dos repasses. Receberá este ano R$ 8,491 milhões, principalmente, pelos cuidados com as 32 áreas de conservação ambientais. A capital aparece em 11ª lugar, com repasse estimado em R$ 4,374 milhões - O Globo, 16/1, Negócios & cia, p.20.
Uma base naval sob risco na Bahia
"Localizada em posição privilegiada no centro do litoral brasileiro, a Base Naval de Aratu é uma instalação militar cuja importância estratégica ainda não é bem conhecida pelo público. A segunda maior base naval do país presta apoio logístico vital aos navios da Marinha do Brasil que patrulham as nossas águas jurisdicionais e realizam busca e salvamento no mar. Hoje, esse imenso patrimônio do povo brasileiro está ameaçado por algumas pessoas que se autointitulam 'quilombolas' e ocupam, de forma predatória e irregular, uma área de mata da União que se destina à proteção dos mananciais da Barragem dos Macacos. A Marinha respeita os direitos das minorias. Porém, no caso em questão, tem convicção de que os ocupantes da área não são remanescentes de quilombos, visto que muitos são oriundos do interior da Bahia e até de outros estados", artigo de Antônio Fernando Monteiro Dias - O Globo, 16/1, Rio, p.15.
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FONTE : Manchetes Socioambientais, boletim do dia 16/jan/2013.
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