O Pacto para os Oceanos quer alcançar a meta de que 10% das áreas marítimas e costeiras estejam sujeitas a medidas de conservação até 2020 e reunirá ações para lidar com a poluição, a sobrepesca e o aquecimento global
Existem tantas ameaças aos oceanos que é muito difícil saber qual deveria ser a prioridade dos governos e entidades para evitar a deterioração dos ecossistemas marinhos.
Por exemplo, o aumento das temperaturas oceânicas e da acidificação, causadas pela absorção em excesso de dióxido de carbono (CO2), são responsáveis pelo branqueamento dos corais, processo que pode levar a uma extinção marinha em massa.
A pesca oceânica industrial da forma como é realizada atualmente também é um grande problema. Segundo o Banco Mundial, 85% dos cardumes comerciais estão totalmente explorados, sobreexplorados ou esgotados.
Além disso, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a cada quilômetro quadrado de oceano existem 18 mil pedaços visíveis de plástico flutuando. Algumas dessas “ilhas de lixo” são até mesmo visíveis em fotos de satélite.
Diante de todos esses problemas, os oceanos receberam uma atenção especial durante a Rio+20, e a recomendação de que é urgente o estabelecimento de políticas de conservação e de uso sustentável da biodiversidade marinha acabou sendo um dos pontos altos do fraco documento final da conferência.
Neste domingo (12), o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, colocou em prática essa recomendação e lançou a iniciativa Pacto para os Oceanos, que tem como grande objetivo proteger os oceanos de todas as ameaças e melhorar o estado precário no qual esse ecossistema se encontra.
A meta da ONU é conseguir que 10% das áreas marítimas e costeiras estejam sujeitas a medidas de conservação até 2020 e que até 2025 todos os países tenham fixado objetivos de redução dos vazamentos de poluentes no mar.
Nos próximos meses, será formado um comitê com políticos, cientistas e especialistas, representando tanto o setor privado quanto a sociedade civil, que criará um plano de ações para proteger o ecossistema marinho e mitigar o impacto das ações humanas.
O Pacto para os Oceanos recomendará que todos os países criem medidas para evitar as piores consequências da elevação do nível do mar, assim como o estabelecimento de redes de alerta para tsunamis.
Além disso, a iniciativa propõe o esforço de limitar a pesca ilegal e promete estimular políticas de proteção de cardumes e de controle de espécies exóticas.
“Nossos oceanos estão se aquecendo e expandindo. Corremos o risco de mudar irrevogavelmente processos que mal compreendemos, como as grandes correntes que afetam os padrões climáticos. A acidificação dos oceanos destrói a base da vida nos mares; a elevação das águas ameaça mudar o traçado do mapa do mundo à custa de centenas de milhões de pessoas entre as mais vulneráveis do planeta”, afirmou Ban Ki-moon, ao inaugurar uma conferência na Coreia do Sul que comemora o 30º aniversário da assinatura da Convenção das Nações Unidas sobre direito marítimo.
O secretário-geral aproveitou seu discurso para também defender a implementação do Tratado de Direito Marítimo, formulado em 1994, apontado por ele como o mais significante instrumento legal para o desenvolvimento sustentável dos oceanos.
“Os oceanos são fundamentais para a vida no planeta e precisamos lidar com as ameaças presentes no aquecimento global, poluição e pesca excessiva”, concluiu.
******************************
FONTE : * Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário