O que você faz com seus cartões de crédito quando eles perdem a validade ou se tornam inutilizáveis por outro motivo qualquer? Descarta no lixo comum? Um programa inédito no Brasil recolhe esse tipo de produto, geralmente feito de PVC, promove a reciclagem e o transforma em matéria-prima para outros materiais.
Criado em setembro de 2011, o Programa RC – reciclagem de cartão é uma iniciativa da RS de Paula, indústria que confecciona cartões de PVC. Desde novembro do mesmo ano, a iniciativa já contabiliza o recolhimento de mais de 120 mil cartões, o que representa aproximadamente 600 kg de resíduos que provavelmente seriam descartados no meio ambiente.
Em maio de 2012 foram instaladas Unidades Coletoras de Cartão em três estações do Metrô de São Paulo, a fim de disponibilizar para a população o descarte seguro e consciente dos cartões. No total cerca de quatro mil pessoas já depositaram seus cartões nas máquinas, o que representa o descarte de oito mil unidades.
Segundo o empresário Renato Soares de Paula, idealizador do programa, este número ainda é pequeno perto do potencial das estações do Metrô, locais onde há a circulação de mais de quatro milhões de pessoas por dia.
O programa foi apresentado nos dias 14 a 16 de agosto na Eco Business, feira de negócios sustentáveis realizada na capital paulista. A iniciativa inicia agora uma nova fase. “Conseguimos desenvolver internamente uma placa reciclada altamente resistente e decorativa a partir de matérias-primas que antes não eram aproveitadas, tais como os chips e as tarjas magnéticas”, destacou Renato.
“Com essas placas podemos criar diversos produtos como porta copos, capa de cadernos e agendas, jogos americanos, quadros, tampo de mesa, enfim uma infinidade de objetos decorativos e funcionais”, exemplificou o empresário.
Para Flavia Goldenberg, consultora de gestão de sustentabilidade do programa, o fato de o PVC ser um produto durável e resistente dá boas perspectivas para o projeto. “Acreditamos muito neste programa que atinge a cadeia de valor como um todo, desde o descarte até o reuso de cada peça que é triturada.”
Valor às marcas agregado
As estações coletoras também funcionam como um poderoso veículo de comunicação com o público, pois na parte de traz foram projetados painéis que orientam o consumidor ao mesmo tempo que divulgam as marcas das empresas patrocinadoras do programa. “Iniciativa que traz alto valor agregado às empresas, uma vez que elas têm seu nome vinculado a um programa de logística reversa consistente”, ressaltou Renato.
Além disso, as empresas que aderirem ao programa podem instalar as estações coletoras em shoppings, bancos, condomínios, escolas, espaços culturais, lojas, e assim por diante em diversas cidades brasileiras.
Outro objetivo do programa é de crescer em todo o país e desenvolver as regiões. “Queremos que cada município que aderir ao programa possa desenvolver atividades e produtos com o resíduo coletado, gerando renda local, aumentando os postos de trabalho e engajando a população”, acrescenta Flavia.
De acordo com a Associação Brasileira de cartões de crédito, o Brasil possui mais de 680 milhões de unidades do produto – média de 3 por habitante. Se fossem empilhados, eles teriam a altura de 11 mil prédios de 10 andares.
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FONTE : * Publicado originalmente no site do EcoD.
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