Ela, ao longo de sua história, tem sido estigmatizada e tem sofrido forte preconceito.
Muito desse imaginário foi nutrido pelo êxodo rural provocado pelas longas estiagens, com imagens características do solo rachado, de açudes secos, ossadas de gado que não resistiram à seca e galhos contorcidos, muitos galhos contorcidos.
Essas imagens contribuíram para afastar a sociedade desse ambiente associado a tragédias amplamente noticiadas e destacadas pelos meios de comunicação.
Como mudar essa imagem da Caatinga?
Como promover a proteção da Caatinga, que atualmente está tão ameaçada, se a sociedade tem a pior imagem possível desse ecossistema?
Cuidamos na vida daquilo que damos valor. Damos valor às coisas que nos são próximas, nos tocam afetivamente.
O resgate da Caatinga, a sua valorização e por consequência a sua proteção passam pelo reconhecimento pela sociedade da sua riqueza.
Riqueza esta que permaneceu invisível por muito tempo.
Mas esses questionamentos serviram de combustível para a Associação Caatinga nos últimos 14 anos lutar pela valorização dessa floresta exclusivamente brasileira.
Recentemente realizamos um sonho com a publicação do livro fotográfico Caatinga, Um Novo Olhar, que, como já diz o título, buscou mostrar a Caatinga como a enxergamos em toda sua riqueza e grandiosidade.
Trata-se de uma contribuição concreta para uma mudança de percepção da sociedade sobre o bioma.
A Caatinga surpreende pela sua diversidade de vida e paisagens.
É um ambiente de oportunidades e perspectivas positivas. Surpreende também pela rica cultura do homem sertanejo que abriga.
Se nos permitirmos enxergar a Caatinga com esse novo olhar, veremos a outra face da moeda.
E, tenham certeza, nos maravilharemos com essa nova visão.
Aceite o convite para conhecer as florestas, serras e vales da Caatinga.
Deixe-se seduzir pela rica biodiversidade que se revela por todos os lados.
Conheça as nascentes e rios responsáveis pelo abastecimento de água da grande maioria das cidades do Nordeste, pois a maioria dos rios nessa região nasce no sertão.
Caminhe pelas cores e texturas e surpreenda-se com os contrastes entre o inverno verde e o verão seco da Caatinga e seu poder anual de regeneração e renovação.
E, finalmente, seja abraçado pela rica cultura, pelos costumes e pela hospitalidade do sertanejo.
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FONTE : * Rodrigo Castro é biólogo, fundador da Associação Caatinga, da Asa Branca e da Aliança da Caatinga, e integra a Rede Folha de Empreendedores Socioambientais.
** Publicado originalmente no site Prêmio Empreendedor Social/Folha de S.Paulo.
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