Estas são as conclusões dos cientistas russos junto com o Greenpeace e a WWF Rússia reunidas em um estudo sobre os possíveis cenários de vazamento de óleo na plataforma Prirazlomnaya.
Na véspera do lançamento da pesquisa, o Greenpeace Rússia também descobriu que o plano de resposta da Gazprom em caso de vazamento expirou em julho, fazendo com que qualquer perfuração da companhia seja ilegal até que um novo plano seja feito e aprovado.
O diretor-executivo do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo, está na Rússia para chamar a atenção para o desenvolvimento comercial do Ártico. “O gelo está derretendo, abrindo espaço para gigantes do petróleo como Shell e Gazprom. Estas empresas afirmam estarem prontas para lidar com situações de emergência e seguir os mais elevados níveis de padrões ambientais, no entanto, o plano de mitigação de vazamento da Gazprom expirou e é completamente inadequado para um dos ambientes mais frágeis do planeta”, afirmou Kumi em uma coletiva de imprensa em Moscou.
A pedido do Greenpeace Rússia e da WWF Rússia, especialistas do centro de informática Riska testaram modelos de risco informatizados em variados cenários de vazamento de óleo na plataforma Prirazlomnaya e determinaram a área total que pode ser afetada em caso de acidente.
“Nossa análise mostrou que, dentro dos padrões estabelecidos pelos volumes derramados, a empresa não seria capaz de conter o vazamento”, disse Valentin Zhuravel, gerente de projetos da Informática Riska. “Isto pode levar a uma poluição significativa no Mar Pechora, na conta e em áreas protegidas.”
Os especialistas estudaram dezenas de milhares de cenários possíveis e concluíram que a área de possível contaminação abrange mais de 140 mil quilômetros quadrados em águas abertas – o mesmo tamanho da Irlanda –, bem como mais de três mil quilômetros de costa. A área de risco também inclui três regiões protegidas que são o lar de morsas e inúmeras espécies de aves. A Gazprom não inclui em seu plano fundos para resgate de animais em caso de acidente.
“Não existem tecnologias que retirem efetivamente o óleo depois de um vazamento no Ártico. Por exemplo, a lista de equipamentos disponíveis inclui 15 pás, 15 baldes e uma marreta”, disse Igor Chestin, diretor da WWF Rússia. “Como nós não temos tecnologia que garanta o controle das consequências de um vazamento de óleo, não devemos sequer falar sobre o desenvolvimento industrial na região do Ártico.”
Como parte de sua campanha para proteger o Ártico, o Greenpeace pede à Gazprom e ao governo russo que abandonem os projetos de exploração de petróleo na região e que comecem a implementar e desenvolver energias alternativas no país, focando em renováveis e em eficiência energética.
Se você também quer proteger o Ártico, participe da campanha global do Greenpeace assine a petição e divulgue. Você pode ajudar a criar o santuário que protegerá a região da exploração industrial de seus recursos naturais.
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FONTE : * Publicado originalmente no site Greenpeace.
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