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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Caderno informativo sobre a recuperação energética de resíduos sólidos urbanos, artigo de Marcos Godecke
[EcoDebate] A Abrelpe e Plastivida lançaram informativo sobre a recuperação energética de resíduos sólidos urbanos através da incineração, disponível em:
http://www.abrelpe.org.br/_download/informativo_recuperacao_energetica.pdf
A publicação aborda os tópicos: política nacional de resíduos sólidos, panorama dos resíduos sólidos no Brasil, desafios atuais da gestão de resíduos, conceitos sobre a recuperação energética, visão geral do processo de Mass Burning, evolução da destinação de resíduos e complementariedade das soluções, dioxinas e furanos, e recuperação energética e mudanças climáticas.
O relatório foi elaborado pelo Comitê de Valorização Energética, grupo técnico multilateral criado pelo acordo de cooperação entre a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) e o Instituto Sócioambiental dos Plásticos (Plastivida) dentro dos preceitos do novo PNRS.
Em 2011 cada brasileiro descartou, em média, mais de 1 kilograma de resíduos ao dia. O Brasil gerou cerca de 62 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU), onde cerca de 42% ainda receberam destinação inadequada: aterros precários ou lixões (ABRELPE, 2011).
Segundo o relatório (p.11), o Mass Burning é a rota tecnológica mais difundida e empregada mundialmente para tratar os RSU e reaproveitar o seu conteúdo energético. Nela ”os RSU são descarregados em um fosso de armazenamento sem necessidade de qualquer pré-tratamento e através de garras são dosados no sistema de alimentação das caldeiras ou fornos para serem incinerados, com excesso de oxigênio, gerando gases quentes que trocam calor, em uma caldeira, com as paredes dos tubos produzindo vapor em alta pressão e temperatura, para uso térmico ou em conjuntos turbinas e geradores para geração de energia elétrica”.
No tópico recuperação energética e mudanças climáticas o estudo procura mostrar as vantagens da utilização de tecnologias de recuperação energética como redutoras em emissões de gases de efeito estufa e contrapor-se às duas principais resistências ao uso da incineração energética no Brasil: a emissão atmosférica de poluentes e a concorrência com a reciclagem.
No primeiro caso deixa claro que as emissões deverão satisfazer as resoluções do CONAMA e as resoluções estaduais, quando mais restritivas. Esclarece que “as unidades de tratamento térmico de resíduos possuem métodos e equipamentos sofisticados para filtrar e abater as emissões atmosféricas nos níveis exigidos pela rigorosa legislação ambiental europeia. No caso do Estado de São Paulo, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente estabeleceu, na Resolução SMA 079/2009, exigências e parâmetros ambientais para o licenciamento e funcionamento seguro de unidades desse tipo. Além disso, essas unidades contam com equipamentos de monitoramento ambiental contínuo, em tempo real, e alarmes de interrupção, caso aconteça alguma ultrapassagem de emissões, garantindo a segurança da comunidade e do meio ambiente”.
No segundo, destaca a hierarquia determinada pela PNRS, que privilegia a reciclagem, considerando a reciclagem e a recuperação energética como tecnologias complementares e não concorrentes: “..considerando a realidade dos sistemas de coleta, é evidente que os resíduos secos, separados e coletados na fonte, são aptos para reciclagem e devem ter seu encaminhamento nesse sentido.
Para os demais resíduos, coleta dos misturados e contaminados com as frações orgânicas, a forma mais eficiente de destinação é a recuperação energética. Além disso, também o rejeito do processo de triagem e reciclagem pode ser destinado às usinas de recuperação energética”.
Referências:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS (ABRELPE). Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil 2011.
______. Resíduos Sólidos Urbanos: Recuperação energética. Caderno informativo. ABRELPE/PLASTIVIDA.
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FONTE : Marcos Godecke é *Doutorando em Qualidade Ambiental – FEEVALE (RS) – mgodecke@yahoo.com.br
EcoDebate, 07/12/2012
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