O ministro do Meio Ambiente da Noruega, Bard Vegar Solhjell, anunciou na quinta-feira (6) na 18ª Conferência das Partes (COP 18) da ONU, em Doha, no Catar, que o país doará US$ 178 milhões ao Brasil devido à redução do desmatamento ocorrida na Amazônia no último ano.
A liberação desse dinheiro faz parte de um acordo bilateral assinado em 2008 que prevê a doação de US$ 1 bilhão até 2015 em repasses anuais, com a condição de que haja diminuição no desmatamento. Esse repasse, referente ao período de julho de 2010 a junho de 2011, deve-se à taxa de desmatamento de 6.418 km2, o que significa o terceiro recorde consecutivo de redução.
E embora ainda sejam apenas estimativas, dados do sistema Prodes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) calculam que, entre julho de 2011 e junho de 2012, a perda florestal foi ainda menor, tendo chegado a 4.656 km2.
Com o valor anunciado nesta quinta-feira, o financiamento repassado ao Brasil pela Noruega já chega a US$ 670 milhões. O dinheiro é doado ao Fundo Amazônia, iniciativa do governo federal para financiar projetos de conservação no bioma.
Para a ministra brasileira do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a tendência de diminuição no desmatamento apontada pelos números indica que é possível se desenvolver sem devastar. No entanto, ela ressaltou que o país precisa se manter vigilante para evitar que os níveis de desmatamento voltem a registrar altas, como aconteceu em 2004 (27.772 km2) e 1995 (29.059 km2).
De acordo com a ministra, um dos caminhos para isso é aumentar produtividade na produção de alimentos. Ela lembrou que tal processo deve respeitar quem produz no campo e quem mora nas florestas.
“É muito fácil discutir a preservação morando em cidades. Mas não podemos ignorar as necessidades básicas de quem mora na floresta, como acesso à energia e saneamento”, observou Teixeira.
Além do Brasil, a Noruega também prometeu repassar US$ 1 bilhão para a Indonésia se o país conseguisse reduzir seu desmatamento. Entretanto, os noruegueses já advertiram o governo indonésio que a reforma em seu setor florestal não será o suficiente para cumprir a meta de diminuir suas emissões de carbono em 26% até 2020.
O país escandinavo também assiste outras nações com esse mesmo objetivo, tendo em 2011 gastado US$ 4,9 bilhões em ajuda externa, que foram distribuídos para mais de 100 países da América Central e do Sul, África e Ásia.
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FONTE : * Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
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