Observatório Social publica raio x sobre a indústria da celulose na Bahia e no Espírito Santo O Instituto Observatório Social comemora seus 15 anos com edição especial de revista cujo tema é a cadeia produtiva da celulose controlada pelo BNDES e pela Votorantim. Segundo a revista, a cadeia está ligada a crimes ambientais, fraudes, grilagem de terras e lavagem de dinheiro. E denuncia que os direitos humanos de comunidades indígenas e quilombolas estão sendo violados. Cliqueaqui para ler a revista - Notícias Socioambientais, 19/12. ÁREAS PROTEGIDAS Brasil perdeu um RJ de áreas protegidas O Brasil perdeu mais de 45 mil km2 de áreas protegidas nos últimos 30 anos - uma área maior do que a do Estado de Rio de Janeiro - segundo estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco. Foram contabilizados todos os eventos de redução, declassificação e reclassificação (RDR) em unidades de conservação (UCs) do País desde 1981. Quase 70% dos casos de RDR no País ocorreram a partir de 2008, por conta principalmente das obras de infraestrutura do governo federal na Amazônia ligadas ao setor elétrico. Só em 2010, último ano do governo Lula, houve 14 eventos de RDR. Nos dois primeiros anos da gestão de Dilma Rousseff, foram 10, incluindo 8 eventos de redução em UCs federais e 2 de reclassificação em unidades estaduais. O setor elétrico foi o motivador de 21 eventos (44% do total), incluindo 11 declassificações (em que UCs deixaram de existir), 9 reduções e 1 reclassificação - OESP, 19/12, Caderno Especial, p.H4. Ambientalistas criticam falta de rigor nas revisões O crescente número de processos de revisão em UCs, até mesmo com o uso de medidas provisórias, é alvo de críticas por parte de ambientalistas. Segundo eles, o critério adotado nas ações de RDR não obedece ao mesmo rigor usado na criação dessas áreas de preservação. Jean François Timmers, do WWF-Brasil, cita o caso da redefinição de limites em sete UCs na Amazônia, em junho. Com o objetivo de viabilizar a implementação de hidrelétricas na região amazônica, foram excluídos mais de 90 mil hectares. "À medida em que você tem todo um processo de consulta e discussão técnica para a criação, justificaria ter também a mesma conduta na hora de mudar", defende o especialista. "A mudança tem sido muito mais expedita que a própria criação" - OESP, 19/12, Caderno Especial, p.H5. Sistema nacional não resolveu falta de plano de manejo Criado há 12 anos, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc) não resolveu o problema da falta de plano de manejo e zona de amortecimento em diversas unidades no País. Especialistas da área jurídica afirmam que a lei federal, mesmo com muitos avanços, não define responsabilidades sobre o entorno de algumas áreas de proteção. "É preciso que o Ministério Público Federal exija que os planos de manejo sejam implementados", diz Luiz Fazzio, advogado - OESP, 19/12, Caderno Especial, p.H4. 'Acreditamos em um número mais alto' "Acreditamos que haja um número ainda mais alto de ações de redução de UCs. Esses foram os processos que pudemos verificar com as informações disponíveis em bancos de dados e nas pesquisas que fizemos. Não encontramos nenhum levantamento anterior que tenha produzido uma avaliação parecida desses tipos de ação", diz Luan Amim, estudante de Ciências Biológicas da UFPE e coautor da pesquisa - OESP, 19/12, Caderno Especial, p.H5. ENERGIA Para ONS, País tem de conviver com risco de apagão O presidente do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, reconheceu ontem que para ter um nível alto de segurança no sistema, o que evitaria apagões, a conta de luz teria que ficar bem mais cara. Segundo ele, o País precisa conviver com um "certo nível de risco" na segurança do sistema de transmissão de energia, principal foco das falhas que provocaram apagões em diversas regiões nos últimos meses. Para mitigar todos os riscos, seria necessário fazer uma série de investimentos em bloco. "É preciso haver um equilíbrio entre a segurança e o custo. As obras não podem ser feitas todas ao mesmo tempo, porque a tarifa da energia iria lá para cima. Por isso temos de correr risco em alguns lugares", disse Chipp - OESP, 19/12, Economia, p.B4; FSP, 19/12, Mercado, p.B7. Carvão superará petróleo dentro de uma década O carvão deve se tornar a principal fonte de energia do mundo até 2022, informou ontem a Agência Internacional de Energia (AIE). O anúncio veio juntamente com a advertência de que a queima do carvão libera muito mais CO2 do que a do petróleo, o que poderá acentuar o processo de mudanças climáticas. O consumo de carvão deve aumentar em função da demanda da China e da Índia por energia. O relatório da AIE destacou que a melhor opção para conter a disparada das emissões de CO2 seria a substituição parcial do petróleo por gás natural, ao menos em curto prazo. O anúncio ocorre num momento em que as emissões de gases do efeito estufa chegaram ao seu maior nível histórico e superaram a marca considerada limite para impedir que a temperatura média da Terra suba mais do que 2 graus Celsius até o fim do século - O Globo, 19/12, Ciência, p.44. CLIMA Morte de bovinos é a cara da seca Quem viaja pelas estradas entre cidades atingidas pela pior seca das últimas décadas no Nordeste se espanta com a sequência interminável de carcaças de bovinos a apodrecer ao lado das pistas. A morte de cabeças de gado, aos milhares, é, para o viajante, o impacto mais visível e chocante da estiagem de quase dois anos que afeta 12 milhões de sertanejos de oito Estados nordestinos. A projeção é de que cerca de 40% do rebanho do Nordeste será perdido - OESP, 19/12, Caderno Especial, p.H3. Chuva branda não traz alívio para a paisagem árida As regiões secas do Nordeste registraram nas últimas semanas eventuais pancadas de chuva, que foram insuficientes para provocar alterações no quadro de inanição do gado e na paisagem pedregosa e árida. A água que caiu não ajudou a encher os açudes secos e a revitalizar os pastos devastados. "Os bois morrem todo dia. E os que sobraram estão muito sofridos. Essa chuvinha não adianta nada. Tem de chover muito, e por vários dias, para a situação melhorar", diz o lavrador Francisco Laílson. Ele conta ter perdido toda a plantação de feijão e de milho. Seus vizinhos que criam gado perderam quase tudo, porque a água acabou há meses - OESP, 19/12, Caderno Especial, p.H3. 'Kyoto foi o máximo, mas não o suficiente' Um dos articuladores do Protocolo de Kyoto em 1997, o pesquisador brasileiro Luiz Gylvan Meira Filho acompanhou com atenção as negociações na Conferência do Clima, que culminou na decisão de estender o tratado até 2020. Único acordo global legalmente vinculante de redução das emissões de gases de efeito estufa, o tratado tem sua primeira fase encerrada no final deste ano. Foi cumprido, mas não chegou nem perto de resolver o problema do aquecimento global. Pelo contrário. As emissões mundiais continuaram subindo em seus 15 anos de existência. Em entrevista, Meira fala sobre qual aprendizado pode ser tirado de Kyoto para o novo acordo e porque sua continuidade, mesmo que limitada, era tão importante - OESP, 19/12, Especial, p.H2. É hora de trocar a política de culpa pela de oportunidade "Os resultados da conferência da ONU sobre a mudança do clima mostraram mais uma vez que as negociações internacionais estão no caminho certo, mas avançam a um ritmo assustadoramente lento. As negociações visam fundamentalmente às transformações mais desafiadoras que o mundo já viu no campo energético. Juntos, poderemos deixar de nos culparmos mutuamente e adotar a política da oportunidade. O acordo de 2015 deve garantir uma participação equitativa de todas as nações e responder às exigências da ciência. Acima de tudo, deve ser um testemunho da vontade de agir da nossa geração. A história julgará se reduzimos os gases do efeito estufa o bastante para evitar a pior mudança climática. O acordo universal é necessário e possível", artigo de Christiana Figueres, secretária executiva da Convenção do Clima - OESP, 19/12, Caderno Especial, p.H2. RESPONSABILIDADE CORPORATIVA MP quer R$ 56 mi em ação contra Philips O Ministério Público do Trabalho (MPT) acusa a Philips do Brasil de negligência na contaminação de seus funcionários por mercúrio entre 1992 e 2010 na unidade da empresa em Mauá (SP). Em ação impetrada na semana passada, é exigida indenização de R$ 50 mil por trabalhador, para cada ano de atuação, além do pagamento de R$ 56 milhões por danos morais coletivos. A contaminação por mercúrio, substância que era utilizada para a produção de lâmpadas, foi reconhecida pela empresa há 20 anos. O MPT não sabe precisar quantos trabalhadores foram prejudicados no período. Segundo a Associação dos Expostos e Intoxicados por Mercúrio Metálico, o número de empregados seria de mais de 200 - OESP, 19/12, Vida, p.A19. |
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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Manchetes Socioambientais
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