Desocupação em MT ganha reforço policial
O número de policiais da força-tarefa federal que atua no Mato Grosso vai dobrar esta semana para garantir a retirada dos ocupantes da Terra Indígena Marãiwatsédé. Até ontem, 31 fazendas foram vistoriadas, das quais 15 oficialmente retomadas. Segundo Paulo Maldos, secretário nacional de Articulação Social, na maioria das fazendas não havia infraestrutura de produção, apenas taperas e currais de madeira. Fiscais do Ministério do Trabalho passaram a integrar as equipes, pois há indícios de famílias mantidas em situação de trabalho escravo, com crianças de até 13 anos que nunca frequentaram a escola. Os bloqueios em estradas da região, feitos por ruralistas contrários à desocupação das terras indígenas, continuam a ocorrer. Uma ponte foi sabotada e parte da estrutura ruiu - O Globo, 18/12, País, p.7.
Mineradora ameaça patrimônio pré-histórico
O projeto Serra Azul da Vale, para expansão da mineração de liga de ferro em Carajás, irá destruir pelo menos 24 cavernas que guardam evidências preciosas de seres humanos que viveram ali há mais de 8 mil anos. "Deveríamos preservar esse sítio único para a ciência, mas estamos destruindo-o para que os chineses abram novas fábricas de carros", diz o hitoriador Genival Crescêncio. Arqueólogos afirmam que as grutas de Carajás oferecem pistas de como foram os primeiros assentamentos humanos na maior floresta tropical do mundo, ajudando a montar o grande quebra-cabeça do povoamento das Américas. A Vale reconhece que as grutas são de "alta relevância", mas diz pretende preservar cavernas em outra parte do Pará para compensar a perda - O Globo, 18/12, Ciência, p.32.
Alcoa adia expansão da mina de bauxita de Juruti
A Alcoa pôs o pé no freio em seus planos para o Brasil. A expansão da mina de bauxita Juruti, no oeste do Pará, deixou de figurar entre seu programa de investimentos. A empresa vem amargando perda anual de US$ 80 milhões apenas com a amortização dos investimentos já feitos na mina de Juruti. Para 2013, os aportes planejados pela Alcoa para o Brasil são inferiores aos deste ano e não contemplam expansão da mina. A empresa prevê investir US$ 100 milhões, ante US$ 150 neste ano, recursos que serão destinados principalmente à manutenção de operações, à hidrelétrica de Estreito e à construção de lagos de resíduos e de lama (para proteção ambiental) na fábrica de alumina em São Luís - Valor Econômico, 18/12.
Os desafios de um espaço democrático
"Há cinco anos, cerca de cem pessoas passaram três dias em discussões para criar um Fórum permanente, espaço democrático, de controle social, de construção de compromissos de boas práticas empresariais, de proposição de políticas públicas. O foco seria a Amazônia. Eu estava lá, no momento em que empresários, ongueiros e representantes do Estado levantaram seus crachás para cravar o marco zero da criação do Fórum Amazônia Sustentável (FAS). O Fórum vem se reunindo anualmente. No entanto, neste ano, ali não estavam representantes do poder público nem de empresas, pelo menos não com o mesmo peso de quando o FAS foi criado. Por conta disso, o espaço acabou sendo preenchido por queixas, denúncias, desafios, que só chegarão a pessoas que têm poder e influência para mudar o cenário por conta de um documento escrito no final", artigo de Amelia Gonzalez - O Globo, 18/12, Revista Amanhã, p.21.
Zona Costeira
Obra de Eike ameaça desertificar região no Rio
A construção do porto do Açu, da empresa LLX, de Eike Batista, provocou a salinização da água doce usada no trabalho de agricultores e de pescadores de São João da Barra (RJ), de acordo com estudo da Universidade do Norte Fluminense. A principal suspeita é de que a areia dragada do mar e depositada às margens da lagoa de Iquiparí tenha provocado o aumento da salinização das águas. Segundo pesquisadores da universidade, se nada for feito, um processo de desertificação da região poderá ser iniciado. Os Ministérios Públicos federal e estadual instauraram inquérito para apurar o caso. A LLX afirma que a salinização das águas da região antecede as obras - FSP, 18/12, Mercado, p.B7.
Dilma garante apoio e ministra rebate acusações
A presidente Dilma Rousseff desqualificou as denúncias do ex-diretor da Agência Nacional de Águas Paulo Vieira contra a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Izabella divulgou nota rebatendo a acusação de que teria pressionado repartições federais para aprovação de um projeto de interesse do ex-senador Gilberto Miranda, em Santos. A nota nega que a ministra tenha tratado do projeto de Bagres. A mudança do parecer na AGU refere-se ao terminal portuário Brites, também em Santos. O primeiro entendimento do Ibama e da AGU foi o de não autorizar o desmate. A mudança poderia beneficiar Miranda indiretamente. Em nota, Izabella disse que só pediu à AGU que esclarecesse divergência entre a área jurídica e a presidência do Ibama. Ela negou que o pedido tivesse o objetivo de alterar o parecer original da AGU - OESP, 18/12, Nacional, p. A12; FSP, 18/12, Poder, p.A10; O Globo, 18/12, País, p.6.
Energia
Estrutura obsoleta provocou 4o. apagão deste semestre
A obsolescência da subestação de Itumbiara (GO), responsável pela conexão entre o Sudeste e Norte/Nordeste, foi a responsável pelo apagão que atingiu 12 Estados no último sábado, o quarto de grandes proporção apenas neste semestre. A estrutura, projetada na década de 1970, está tecnologicamente ultrapassada, reconhece a Aneel. O problema começou após um raio atingir uma área próxima à subestação de Itumbiara. O curto acionou o sistema de proteção da usina. Mas, além de desligar as turbinas, foram desligadas as linhas de transmissão que se conectam a essa subestação, levando a um "efeito dominó" - FSP, 18/12, Mercado, p.B1; OESP, 18/12, Economia, p.B1.
Térmicas podem ter que funcionar por mais tempo
O baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas nas regiões Centro-Oeste e Sudeste aumentou o risco de geração permanente de térmicas para evitar um racionamento em 2013. O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, afirmou que, apesar de os reservatórios das usinas hidrelétricas estarem no pior nível dos últimos dez anos no Sudeste, e bem próximo disso no Nordeste, não há risco de racionamento de energia no país em 2013. Segundo ele, se for necessário, as usinas térmicas do país irão funcionar o ano inteiro - FSP, 18/12, Mercado, p.B1.
Petroleira Chevron aceita pagar R$ 311 mi
A petroleira norte-americana Chevron aceitou pagar R$ 311 milhões para conseguir o encerramento de duas ações judiciais relacionadas ao vazamento de petróleo cru na Bacia de Campos, na costa norte do Estado do Rio de Janeiro, que começou em novembro de 2011 e se estendeu por todo o primeiro semestre deste ano. O petróleo vazou de um poço explorado pela empresa no Campo de Frade. O valor da quantia consta de um Termo de Ajustamento de Conduta firmado na sexta-feira passada entre a companhia petroleira e o Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro. A questão só deverá ser definida em janeiro próximo, após a apreciação do MPF - OESP, 18/12, Vida, p.A28.
Geral
Esgoto na água de beber
A poluição industrial perdeu o posto de maior agressora do Rio Paraíba do Sul. O lugar foi ocupado pelo esgoto que, diariamente, é lançado no principal corpo hídrico do Rio de Janeiro. Apesar da poluição doméstica, o rio abastece 10 milhões de pessoas somente na Região Metropolitana. O tratamento de efluentes domésticos na área do Paraíba do Sul se limita a apenas 15% do volume total de esgoto que é jogado no rio - O Globo, 18/12, Revista Amanhã, p.11 a 17.
Projeto que libera licenças será votado até quinta
O projeto de lei que flexibiliza o licenciamento ambiental de jazidas de exploração mineral para uso direto na construção civil está na pauta de desta terça-feira da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O texto foi enviado pelo governador Sérgio Cabral e deve receber emendas dos parlamentares até a quinta-feira, quando deve ser votado. As deputadas Aspásia Camargo (PV) e Janira Rocha (PSOL) informaram que vão pedir a retirada do artigo que dispensa Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) também para a exploração de água mineral - O Globo, 18/12, Rio, p.10.
Luiz Gonzaga era telúrico
"Na comemoração do centenário do nascimento de Luiz Gonzaga, não se pode deixar de destacar um aspecto ainda pouco reverenciado da sua obra: a preocupação com a proteção ambiental e a defesa dos animais. O tema aparece nas canções de forma natural, fruto da relação indissociável que o artista tinha com o sertão. A região enfrenta a pior seca dos últimos 50 anos. Gonzaga sabia que uma das medidas para estabelecer a convivência com a seca era replantar o que foi desmatado na caatinga. Em Erosão, chamada de serpente que devora o chão, ele exprime o desejo de ainda 'ver um dia de novo o verde se espalhar no meu sertão'. O legado de Luiz Gonzaga deve servir como lembrete permanente de que o meio ambiente não pode mais ser deixado ao deus-dará. Viva Luiz, o Rei do Baião!", artigo de Sérgio Leitão - CB, 15/12, Opinião, p.23.
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FONTE : Manchetes Socioambientais, Boletim de 18/12/2012.
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