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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A posição brasileira em Cancún

Digna de aplausos a surpresa reservada para o seu final pela conferência mundial de clima de Cancún (México) encerrada no fim de semana (sábado de madrugada). Depois de arrastar-se por vários dias e após uma semana de negociações emperradas a reunião terminou com a criação do fundo de US$ 100 bi para combater mudanças climáticas nos países em desenvolvimento e a determinação de que sejam adotados mecanismos para compensar os países tropicais pela redução do desmatamento.

O Brasil marcou presença e impressionou pela firmeza com que se manteve ao longo do encontro. Mesmo em meio aos vários impasses que marcaram a conferência, o país anunciou a adoção de medidas concretas, indicativas de que estamos cumprindo o nosso dever de casa com relação á contenção do desmatamento

Através da líder da delegação do país em Cancún, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o Brasil anunciou aos demais representantes a assinatura, pelo presidente Lula, do decreto que regulamenta a Política Nacional de Mudanças Climáticas, um roteiro da política que seguiremos setorialmente para reduzir a nossa poluição.

O Brasil já havia fixado, também, a meta de 36% a 39% de corte de emissões até 2020. Como bem frisou a ministra Izabella Teixeira, “somos o primeiro país a fazer essa formalização da nossa curva de emissões”. O Brasil, segundo a ministra, decidiu apresentar um inventário anual de emissões de gases-estufa.
Medidas facilitam o planejamento econômico

Em O Globo, hoje, na reportagem “Cancún, novo fôlego para negociações do clima”, há uma objeiva análise do papel desempenhado pelo Brasil nesta conferência, feita por Suzana Kahn Ribeiro, professora de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e que prticipou da Conferência como integrante da direção do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU.

“A atuação brasileira – considera a especialista – foi muito positiva. Regulamentamos o dcreto das mudanças climáticas e temos agora uma meta quantitativa de emissões: sabemos o número de toneladas de CO2 que vamos emitir nos próximos anos”.

Para Suzana “o Brasil firmar esse compromisso foi fundamental porque deu um sinal a outros países de sua disposição para combater as mudanças climáticas. No âmbito interno, este anúncio também é uma boa notícia, porque facilita o planejamento de diversos setores econômicos”.
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FONTE : José Dirceu, CORREIO DO BRASIL, Ano XI - Número 3999, ed~ição de 13/12/2010.

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