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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

MATA ATLÂNTICA NO PARANÁ : PESQUISA E ECOTURISMO (Parte 3)

Pedacinho da Mata Atlântica no Paraná é reduto de pesquisa e de ecoturismo. Caminhar pela Reserva Natural Salto Morato, no litoral norte do Paraná, faz você encolher diante da grandeza do ecossistema local. Não só por conta da biodiversidade, mas pelo tamanho e pela quantidade de plantas, animais e cascatas, proporcionais ao que representa a Mata Atlântica no país, que chegou a ocupar 16% do território nacional.

Para conservar a porção de menos de 7% que restou, a Fundação O Boticário de Proteção à Natureza comprou uma fazenda na localidade de Morato, em 1994, e a transformou em um reduto de pesquisa e de ecoturismo. A Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueçaba concentra o maior remanescente contínuo de floresta atlântica do país. Nas trilhas dessa mata, plantas comuns de jardins, como as samambaias e as bromélias, são capazes de encobri-lo e fazê-lo imaginar-se em algum dos universos de Lewis Carroll (autor de Alice no País das Maravilhas).

Na reserva, há mais de 750 espécies de plantas catalogadas, inclusive a do gênero Lycopodium, do mesmo período dos dinossauros. E são mais de 520 bichos. Uma floresta tropical precisa de muita água: no Salto Morato, uma cascata de cerca de 130 metros de altura rega esse imenso jardim.

Para observar de perto as belezas naturais, o ideal é percorrer as duas trilhas abertas à visitação. São roteiros que podem ser feitos em um dia, mas muita gente prefere estender o passeio por um final de semana, já que a reserva oferece estrutura para camping.

O caminho que leva à cascata é o mais curto e bonito. Naturalmente, é o mais procurado. O percurso de cerca de 1,5 quilômetro é vencido facilmente por causa do terreno plano e do grande número de distrações da natureza, principalmente de pássaros que assinam a trilha sonora. As águas límpidas do Rio Salto formam um aquário natural, onde os turistas podem se banhar e relaxar, pouco antes de avistar a imponente cachoeira.

Macacos, gralhas azuis e quatis vivem no local

A Trilha da Figueira é 300 metros mais extensa do que a do Salto e sua principal atração é uma árvore gigantesca que emoldura um riacho repleto de pedrinhas verdes. No caminho, há um trecho em que é preciso atravessar o Rio Engenho com ajuda de cabos de aço. Não se preocupe: o riacho é raso, e a corda está a poucos metros do chão. Assim como na Trilha do Salto, pinguelas dão charme e emoção ao passeio.

Ao final de outra trilha, a da Onça, há uma árvore tão grande que seria preciso 14 pessoas para abraçá-la por completo. Como o lugar é de mata fechada, o caminho é vetado ao público. Porém, a fundação está analisando a possibilidade de liberá-lo para visitantes. Em outra árvore, ficou a marca das unhas de uma onça-parda. Aliás, avistar o animal, conhecido como puma e leão-baio no Rio Grande do Sul, não é comum na reserva.

Outros bichos exóticos, no entanto, costumam dar as caras, como macacos-prego e bugio, gralhas azuis, quatis e as indesejáveis cobras, como a coral. Para isso, é preciso ter sorte ou a paciência de um pesquisador.
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FONTE : jorn. Babiana Mugnol, Diário Catarinense, 28/12/2010 (A repórter viajou a convite da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza).

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