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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Ecopedagogia: educação e meio ambiente

A Ecopedagogia surgiu através da Carta da Terra, elaborada na conferência da ONU em 1992, no Rio de Janeiro, por inúmeras ONGs, entre elas a Fundação Paulo Freire, que é quem abordou o assunto pela primeira vez. Moacir Gadotti, em seu livro "Pedagogia da Terra", afirma que a "Carta da Terra foi concebida como um código de ética global por um desenvolvimento sustentável, apontando para uma mudança em nossas atitudes, valores e estilos de vida". E a fórmula perfeita para se chegar lá, com certeza, é a educação.

Lívia Lucina Ferreira Albanus, pedagoga especialista em Gestão Ambiental pela Ulbra e titular da disciplina de Ecopedagogia na mesma universidade, afirma que a Ecopedagogia não pode ser vista somente como uma disciplina ou um componente curricular. Em âmbito escolar, deve acontecer de forma interdisciplinar e transversal. Através de temáticas significativas, de uma maneira muito mais ampla, deve estar também nas mais diversas esferas, como associações de bairros, grupos comunitários, ONGs, etc. Paulo Freire afirma que "a Ecopedagogia pretende desenvolver um novo olhar sobre a educação, um olhar global, uma nova maneira de ser e estar no mundo".

A Ecopedagogia busca despertar nos cidadãos a consciência planetária de que todos integram um mesmo ambiente, necessitam dele, e que, para conviverem de forma responsável e sustentável, devem se reeducar. Por isso, Lívia afirma que, começando com as crianças, encurtamos o caminho. Daí a urgência da sua aplicabilidade nas escolas. Recém-formada no magistério, Lívia iniciou suas atividades educacionais em uma creche que atendia crianças de uma comunidade muito carente, na cidade de São Jerônimo. Comunidade que se desenvolveu em uma área irregular, sob um depósito de cinzas de carvão, utilizados na queima para geração de energia elétrica. As condições eram precárias, e todas as dificuldades se refletiam nas crianças, que ficavam sob os cuidados das professoras.

Segundo a pedagoga, quando temos contato com as dificuldades dos outros, e quando podemos auxiliá-los, isso nos engrandece. Por isso, acredita que a preocupação com a situação das "suas crianças" foi a semente que deu origem a sua caminhada. Ao cursar Pedagogia, tinha certeza de que poderia e deveria sempre atuar além das fronteiras da escola, e que a aprendizagem, para despertar o interesse do aluno, tem que ser "significativa". Neste sentido, vê na Educação Ambiental uma ferramenta poderosa para transformar nossa realidade tão crítica. Lívia acredita que, educando as crianças para a consciência planetária, formaremos os futuros gestores preocupados com o meio ambiente.
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FONTE : Christian Lavich Goldschmidt, jornalista e escritor (CORREIO DO POVO, P. Alegre, 13/12/2010).

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