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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

"Governator" deixa poder com legado dúbio na Califórnia

Nenhum candidato ao governo da Califórnia pediu o apoio de Arnold Schwarzenegger para as eleições desta semana. Tampouco ele disse em quem votou. Ainda assim, o atual governador republicano saiu das urnas como um dos vencedores.

Schwarzenegger, 63, que deixa o cargo em janeiro após dois mandatos cheios de altos e baixos, concentrou seus esforços nos últimos meses para defender uma pioneira lei ambiental que ele assinou em 2006 e que foi a plebiscito na terça-feira.

A lei é um dos principais legados de Schwarzenegger à Califórnia. Ela estipula que, a partir de 2012, as empresas do Estado comecem a cortar as emissões de gases do efeito estufa até chegar a níveis registrados em 1990.

Com o referendo, as poderosas refinarias de petróleo queriam suspender a lei até que o nível de desemprego no Estado caísse dos atuais 12% para 5,5%. Mas ganhou Schwarzenegger, com 60% dos eleitores a favor da lei.

Não foi sua popularidade o que ajudou, e sim o fato de a Califórnia liderar o país nas políticas de defesa ao ambiente e em investimentos em tecnologia limpa.

O "governator" chegou ao cargo com 60% de aceitação em 2003 e hoje tem pouco mais de 20%, prejudicado pela alta taxa de desemprego, pela crise no mercado de construção e por um deficit orçamentário de mais de US$ 20 bilhões. Isso apesar de o Estado ter o oitavo maior PIB do mundo, na frente até mesmo do Brasil.

Isolado no poder, Schwarzenegger perdeu o apoio dos funcionários públicos ao cortar seus salários, dos democratas ao evitar novos impostos e dos republicanos ao investir em reformas polêmicas, como a do sistema penitenciário, da saúde e do gerenciamento de água.

"Ele vai ficar como o maior reformador político na história moderna da Califórnia" disse Jim Brulte, republicano que nem sempre concordou com o colega.

HASTA LA VISTA?

Nascido na Áustria e fisiculturista vencedor do Mister Universe aos 20 anos, Schwarzenegger ficou famoso por filmes como "Conan, o Bárbaro" (1982) e "Exterminador do Futuro" (1984).

Ao lutar pela defesa do ambiente, Schwarzenegger se aliou aos poderosos do Vale do Silício, que investem em tecnologia limpa, e também a celebridades como James Cameron ("Avatar").

Cameron doou US$ 1 milhão à campanha do "não" no plebiscito e abraçou Schwarzenegger em anúncios de TV. Os dois deixaram no ar uma parceria que prometeram anunciar em breve.

"Se alguém aparecer com um bom roteiro, com uma boa ideia, quem sabe?", respondeu recentemente, ao ser questionado sobre se voltaria aos cinemas
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FONTE : FERNANDA EZABELLA,DE LOS ANGELES(FOLHA DE SP, edição de 6/11/2010).

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