A homeopatia também foi a saída encontrada pela Cabanha Touro Passo, de Uruguaiana, para conter o carrapato e os problemas enfrentados com a tristeza parasitária no rebanho Hereford da propriedade. A prática foi adotada em 2006 por sugestão de um veterinário a Guilherme Ulrich Duarte, proprietário da cabanha, que conta atualmente com 600 reses. A sugestão foi imediatamente adotada por conta da linha de trabalho da Touro Passo, voltada para o meio ambiente e as práticas naturais.
Mas antes mesmo de aderir totalmente à homeopatia, a propriedade já fazia uso de produtos fitoterápicos para melhorar a fertilidade dos animais e como antibióticos por meio de parceria com a Fundação Zoobotânica e a PUCRS. "Como isso vinha de encontro a esta proposta começamos o uso, mas com o pé atrás" confessa o criador. Porém, ao ver os resultados, a homeopatia ganhou a confiança de Duarte. "Passei um ano e meio sem usar alopatia. A homeopatia acabou com o problema da tristeza", salientou. As doses são ministradas contra carrapato e verminose junto ao sal mineral. A quantidade é calculada por uma média entre o número de animais e a quantia que cada um deve ingerir, que é de 2g/dia.
Segundo ele, o produto é natural e mantém o gado sadio, o que ajuda quando é preciso fazer uso da alopatia. "O resultado é muito melhor e mais rápido. Mas, no caso do carrapato, raramente temos usado esse recurso", comemora. Para Duarte, a homeopatia interrompe o ciclo do carrapato e as infestações têm ocorrido esporadicamente. Antes da homeopatia, ele lembra que era preciso fazer banhos a cada 30 dias. "Qualquer produto que eu use vai fazer mais efeito", afirma o criador.
Apesar de comercializar genética, Duarte afirma que a carne dos animais é mais sadia por conter menos resíduos de medicamentos e ter menos contatos com químicos. Outro benefício para o criador é a economia. O uso da homeopatia no controle do carrapato por animal/ano é de R$ 7,00 na propriedade. "Usar três químicos para curar a tristeza sai R$ 50,00 e R$ 60,00, ainda com o risco de perder o animal. Isso nos trouxe economia e passamos a ter um animal mais sadio e com imunidade mais forte."
Duarte conta que muitos dos clientes que adquirem os touros na propriedade optam por dar continuidade ao tratamento em suas fazendas. "A adesão tem sido devagar, mas os criadores estão começando a ver o resultado." Porém, não descarta os medicamentos alopáticos em casos mais graves.
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FONTE : Correio do Povo, P. Alegre, edição de 21/11/2010.
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