Um terço dos pontos está sem condições para banho em SC; Canasvieiras tem todos impróprios Ricardo Wolffenbüttel/Agencia RBS
Mesmo com condições impróprias, Canasvieiras teve a praia lotada nesta semana
Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Agencia RBS
Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma)divulgou na tarde desta sexta-feira, 8, o primeiro relatório debalneabilidade de 2016. O estudo apontou que mais de um terço dos pontos analisados em Santa Catarina estão impróprios para banho. Os locais testados ficam em todas as praias do Estado, que vão da divisão com o Rio Grande do Sul até a divisa com o Paraná. Dos 211 pontos testados, 135 estão próprios e 76 impróprios. O órgão aponta também que quatro dados não estão atualizados: o município de Itapoa não teve amostradas coletadas nesta análise e três pontos da Capital tiveram problemas com as amostras durante o transporte. 
A praia em condição mais crítica é a de Canasvieiras, no Norte da Ilha, em Florianópolis. Dos seis pontos analisados no local, todos estão impróprios. No teste anterior, divulgado em 18 de dezembro de 2015, eles estavam próprios. Acontaminação causada pelo vazamento do Rio do Brás no mar é apontada como motivo para a condição atual do local.
Veja abaixo o mapa da balneabilidade em Santa Catarina:  
O líquido escuro e fétido do curso de água tem concentrada a bactéria E.Coli — presente na flora intestinal e causadora de diarreia — e, naturalmente, não deveria chegar à praia. As chuvas, comuns no fim do ano, propiciam o desvio: do assoreadorio Papaquaras para o mar de Canasvieiras.

Segundo o técnico da Fatma, Marlon Daniel da Silva, em entrevista ao Grupo RBS no começo desta semana, o rio tem uma vertente que, de acordo com a maré ou chuvas, vai para a praia de Canasvieiras ou fica retido em uma barra de areia. Quando verte no verão, rompe e leva ao mar todo aquele conteúdo que reteve. O rio do Braz passa por uma série de locais e recebe parte do esgoto dito tratado na ETE de Canasvieiras, explicou o técnico.

Ele afirma também existem outras possibilidades de esse rio estar recebendo de forma clandestina ligações de diversos contribuintes. As ligações clandestinas também são apontadas pela prefeitura como problema causador da contaminação.  

Aumento no número de pontos
No estudo divulgado em 18 de dezembro de 2015, o último do ano passado, dos 211 pontos analisados, 154 estavam próprios e 57 impróprios. Ou seja, são 19 pontos a mais impróprios em 21 dias.