Filmes de diversas épocas e nacionalidades sobre o tema água estão em cartaz durante a 4ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental. São produções que vão desde 1922, passando pelos anos 1960 e chegam aos nossos dias, em 2014, mostrando que a relação do homem com este recurso natural não é nova no cinema. A programação inclui 11 filmes que abordam o tema.
No sábado, dia 21 de março, será exibido em sessão aberta na Cinemateca Brasileira, a partir das 20h30, o filme “Um Dia, o Nilo”, sobre a construção da represa de Assuan, que mudou o curso do Rio Nilo. O filme do cineasta Youssef Chahine, é uma produção Egito/Rússia de 1968, nunca foi lançado em DVD, não possui cópia digital e a única em película existente fica na Cinemateca Francesa, onde foi restaurado. Chahine (1926 – 2008) é dos maiores cineastas da história do cinema egípcio, e um dos poucos que conseguiu ser premiado nos três maiores festivais de cinema do mundo: Cannes, Berlim e Veneza.
No domingo, 22 de março, dia mundial da água, a 4ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental exibe, em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, o filme “A Crise Global da Água”. A sessão acontece às 14h15 na Tenda de Filmes do Parque Villa-Lobos.
Produção americana de 2011, o filme apresenta um argumento poderoso do porquê a crise mundial da água será a principal questão que nosso século precisará enfrentar neste século, entrevistando a ativista Erin Brockovich e especialistas no tema. Desde o dia 09/03, quando começou o Circuito Universitário da Mostra, este filme já foi visto e debatido por quase 2 mil estudantes universitários em instituições como Senac-SP, Faculdade Cásper Líbero, Universidade São Judas, USP Leste e FAAP.
Em cartaz até dia 29/09, a 4ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental traz para salas de cinema da cidade de São Paulo vários outros filmes sobre a água, recurso natural cada vez mais em pauta devido ao colapso hídrico enfrentado pelo sudeste brasileiro e outras partes do mundo
Dentre os destaques estão os filmes “Malditas Barragens” (EUA, 2014), “De Sul a Norte” (França, 2014, 109’), “Carioca era um Rio” (Brasil, 2013), H2Omx (México, 2013), “A Lei da Água” (Brasil, 2014), “A Crise Global da Água” (EUA, 2011), “Quem Controla a Água?” (França/Alemanha, 2010) e toda a sessão Panorama Histórico, que traz grandes rios vistos por grandes cineastas.
Serão promovidos dois debates durante a Mostra. O primeiro acontece no dia 21/03, sábado, a partir da exibição do filme “Malditas Barragens”. O filme explora a mudança de atitude dos cidadãos dos EUA: do orgulho de grandes barragens como maravilhas da engenharia à crescente consciência de que o nosso futuro está ligado à vida e à saúde de nossos rios. Com a remoção das barragens, rios voltam à vida, dando a peixes saudáveis o direito de regresso às zonas de desova primordial. Após a exibição do filme (19h no Reserva Cultural – Av. Paulista 900), será promovido um debate sobre matriz energética com a presença de Célio Bermann (Professor Associado no Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP) e Ricardo Baitelo (coordenador da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil), com a mediação do jornalista Reinaldo Canto. O debate começa às 20h30 no mesmo local.
Já no dia 28/03, sábado seguinte, a Mostra Ecofalante promove a Sessão Especial Crise da Água no Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro 1.000) com a exibição de dois filmes sobre o tema na sequência: “A Crise Global da Água” (17h) e “Quem Controla a Água” (19h). O debate acontece no mesmo local, às 20h30, após a exibição do segundo filme, com a presença de Renato A. Tagnin, doutorando em Ciências pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, professor e pesquisador nas áreas de planejamento ambiental, educação ambiental e gestão de recursos hídricos; e Pedro Jacobi, Coordenador do Laboratório de Governança Ambiental da USP (GovAmb USP) e editor da revista
Ambiente e Sociedade.
O filme “Quem Controla a Água” aborda como empresas como Veolia e Suez, do crescente marcado de abastecimento privado de água, estão perdendo terreno na França, sua base. No início de 2010, as duas empresas tiveram que entregar a gestão do abastecimento de água a Paris, o mesmo acontecendo em Rouen. Outras cidades francesas já sinalizaram que vão seguir este mesmo caminho e tomarão o abastecimento de água de volta às mãos públicas. Mas não só na França: na América Latina, EUA, África e Europa, em toda parte surgem movimentos de trazer o fornecimento de água de volta às mãos dos cidadãos.
Outros filmes sobre água integram a programação
Os filmes “Carioca era um Rio”, H2Omx e “A Lei da Água”, integram a Competição Latino Americana. O primeiro é um documentário brasileiro sobre o rio que deu nome aos habitantes da cidade do Rio de Janeiro, mostrando como a principal fonte de abastecimento desta capital por dois séculos se transformou em um grande canal de esgoto submerso que deságua na Baía de Guanabara.
“H2Omx” é um filme mexicano que parte da seguinte premissa: pode uma megacidade mobilizar seus 22 milhões de cidadãos para tornar seu consumo de água sustentável? O filme é um caso de estudo ambiental do Vale do México em sua luta para salvar a si mesmo enquanto sua população cresce.
“A Lei da Água” é um filme brasileiro que esclarece as mudanças promovidas pelo novo Código Florestal e como a ausência de vegetação afeta a produção de água e impacta diretamente o ar, a fertilidade do solo, a produção de alimentos e a vida de cada cidadão.
O Panorama Histórico traz filmes que abordam grandes rios vistos por grandes diretores como Elia Kazan, Glauber Rocha, Ozualdo Candeias, Silvino Santos e Agesilau de Araújo. São cinco filmes:
“A Margem” (Ozualdo Candeias, Brasil, 1967) mostra duas trágicas histórias de amor na favela às margens do Rio Tietê. Os personagens evoluem entre a vida da favela, com seus pequenos golpes pela sobrevivência, e a existência no submundo paulista.
“Amazonas, Amazonas” (Glauber Rocha, Brasil, 1966) traça um painel da situação histórica, econômica, social e humana da Região Amazônica, promovendo um mergulho na paisagem natural e nos sérios problemas decorrentes do subdesenvolvimento.
“No Paiz das Amazonas” (Silvino Santos e Agesilau de Araújo, Brasil, 1922), mostra pescadores de pirarucu e peixe-boi, castanhais, seringueiros, a vida rústica do sertanejo do extremo norte, as riquezas florestais, os rios, as feras fluviais e as aves, o rio Madeira, a Madeira-Mamoré. Na época de seu lançamento, o filme se tornou sucesso no mundo todo por retratar as belezas da região amazônica.
“Rio Violento” (EUA, Elia Kazan, 1960), parte da chegara de um agente do governo americano a uma pequena cidade do sul dos EUA com a missão de promover a remoção de habitantes de uma vasta área que será inundada por conta da construção de uma barragem.
Completa o Panorama Histórico o filme “Um Dia, o Nilo”, de Youssef Chahine.
Os dias e horários das sessões podem ser conferidos no site da mostra.
(Ecofalante)
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