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segunda-feira, 23 de março de 2015



Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Água, Amazônia, Energia, Florestas, Mudanças Climáticas
Ano 15
23/03/2015

 

Direto do ISA

 
  Publicação ensina população a encarar cortes no abastecimento de água, além de dicas práticas de reuso e economia Direto do ISA, 22/3.
  Neste domingo, 22 de março, em que se comemora o Dia Internacional da Água há pouco a celebrar. Especialmente quando se trata do Estado de São Paulo e da região Sudeste em geral, onde a grave crise hídrica continua e as perspectivas não são animadoras Direto do ISA, 20/3.
  
 

Florestas

 
  Em fevereiro deste ano, o desmatamento na Amazônia foi de 42 km², um aumento de 282% em relação ao mesmo mês de 2014, quando foram devastados 11 km². Os dados foram detectados pelo Imazon. Em fevereiro de 2015, a maior parte da devastação foi observada no Mato Grosso (37%) e em Roraima (28%), seguidos por Amazonas (16%), Pará (14%) e Rondônia (5%) FSP, 23/3, Ciência, p.D6.
  Se uma pessoa for jogada num ponto aleatório em qualquer floresta do mundo, ela terá 70% de chance de conseguir sair da vegetação fechada andando menos de um quilômetro. O número saiu de um estudo que compilou os mapas de fragmentação dos principais biomas do planeta e os experimentos sobre o que acontece nas bordas das florestas. Quando os pedaços isolados de floresta são muito pequenos, não acomodam uma população mínima de certas espécies de animais ou plantas. A preservação de grandes fragmentos que já existem é, portanto, prioritária. Mas o Código Florestal, a legislação brasileira sobre cobertura vegetal, não favorece isso nem em sua encarnação antiga nem na nova versão, vigente a partir de 2013 FSP, 23/3, Ciência, p.D6.
  Estado que abriga a maior floresta equatorial do planeta, o Amazonas reduziu quase pela metade o orçamento da secretaria de Estado de Meio Ambiente, cortou 30% dos funcionários da pasta e extinguiu órgãos de conservação ambiental. Ambientalistas temem pelo futuro das 42 unidades de conservação estaduais -correspondentes a 12% do território de todo o Estado. A secretaria de Meio Ambiente passou de 89 para 62 cargos comissionados, e o orçamento da pasta caiu de R$ 17 milhões em 2014 para R$ 9 milhões em 2015 FSP, 23/3, Ciência, p.D6.
  
 

Água

 
  Relatório publicado sexta-feira pela Unesco faz um alerta preocupante: se nenhuma medida de gestão for tomada, nos próximos 15 anos a disponibilidade de água no planeta deve diminuir em 40%. O Brasil é um dos países que podem sofrer as consequências dessa crise. De acordo com o documento, bacias das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste estão degradadas e concentram índices elevados de estresse ambiental. Isso em decorrência da mudança no curso dos corpos d'água para a construção de usinas hidrelétricas e represas. Para tentar evitar um colapso na oferta de água, a Unesco recomenda que os países invistam em inovações e tecnologia O Globo, 21/3, Sociedade, p.30.
  Por causa da rápida urbanização, principalmente nos países em desenvolvimento, a demanda por água deve crescer 55% no mundo todo até 2050, segundo o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Recursos Hídricos 2015, da Unesco. Até 2050, a agricultura, área que consome mais água, deverá produzir 60% mais alimentos do que hoje. O estudo destaca ainda que a demanda por bens manufaturados vai aumentar, pressionando ainda mais os recursos hídricos. Segundo o relatório, 748 milhões de pessoas em todo o mundo ainda não têm acesso a água potável. Por outro lado, a água nunca foi tão consumida FSP, 21/3, Ciência, p.6; OESP, 21/3, Metrópole, p.A23.
  Sede atinge milhões de pessoas no globo, mostra balanço da ONU; a desigualdade no acesso ao recurso, a poluição de rios e mananciais e a falta de preparo para a escassez, como a que atinge o Sudeste do Brasil, são desafios para os próximos anos. Caderno publicado no Dia Mundial da Água mostra também extremos do abastecimento no Brasil FSP, 22/3, Caderno Especial, p.1 a 10.
  O Brasil é exportador líquido de água. Ela não sai do país em granéis líquidos ou contêineres, mas está contida nos grãos, carnes e até nos produtos industrializados que o país vende ao exterior. O volume de água potável utilizado para produzir um alimento ou mercadoria é conhecido como "pegada da água" ou "pegada hídrica". Segundo o criador desse conceito, o pesquisador Arjen Hoekstra, da Universidade de Twente, na Holanda, o Brasil é o quinto país com maior exportação líquida de "água virtual" -incorporada no processo produtivo. Apesar da crise hídrica, Hoekstra diz em entrevista que o país não deve mudar o seu perfil comercial, mas tornar o uso da água mais eficiente FSP, 21/3, Mercado 2, p.4.
  Com a crise hídrica na região metropolitana de Sâo Paulo, a oferta de água per capita na cidade caiu a patamares inferiores a de 1940. Há 75 anos, a produção de água (3.970 l/s) para atender 1,3 milhão de paulistanos garantia uma média de 256 litros por habitante/dia. Atualmente, a Sabesp produz 30.240 l/s para atender 11,8 milhões de moradores da capital, ou 221 litros por pessoa ao dia. A região metropolitana foi altamente adensada nesse período de forma desordenada e as obras de saneamento não acompanharam o crescimento urbano. "O último grande investimento em armazenamento e captação foi o Cantareira, na década de 1970. Depois, os esforços praticamente pararam", disse Maria Cecília Wey de Brito, da WWF OESP, 22/3, Metrópole, p.A28.
  O governo de São Paulo decidiu oferecer a grandes empresas a abertura de poços artesianos em troca do encerramento de contratos com a Sabesp. O objetivo, na prática, é que esses clientes deixem de retirar água dos principais reservatórios da Grande SP, principalmente do Cantareira. Hoje, na Grande SP, há 539 clientes sob o chamado "contrato de demanda firme", como indústrias, condomínios, prédios comerciais e shoppings. Eles consomem juntos 700 litros de água por segundo (o equivalente a 5% da produção de água no sistema Cantareira) FSP, 21/3, Cotidiano 1, p.C1.
  O governo do Estado de São Paulo lançou um programa que vai financiar projetos municipais de aproveitamento de água da chuva e de reúso em serviços públicos como creches, hospitais, prédios de administração pública e empreendimentos habitacionais de interesse social. O Programa de Fomento ao Uso Racional das Águas é o primeiro da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) que destina verbas a propostas de combate à crise hídrica desenvolvidas por prefeituras. O decreto para criação do programa estabelece as áreas prioritárias para adoção das medidas: Alto Tietê, Piracicaba, Capivari e Jundiaí e Paraíba do Sul OESP, 23/3, Metrópole, p.A12.
  "A lei assegura ao cidadão uma infinidade de direitos que, em sua maioria, devem ser providos pelo poder público. No entanto, é impossível num estalar de dedos construir e operar a infraestrutura necessária para fazer valer esses direitos. Estamos executando obras para aumentar a disponibilidade dos sistemas Guarapiranga e Alto Tietê para que possamos atravessar a seca excepcional do Cantareira sem impor o rodízio à população. Os recursos são limitados e teremos que adiar e realinhar alguns importantes investimentos em saneamento. Buscaremos ainda renegociar compromissos anteriormente assumidos. Este é o momento de reajustar rotas e redefinir prioridades em benefício da população paulista", artigo de Jerson Kelman FSP, 22/3, Tendências e Debates, p.A3.
  
 

Energia

 
  Apesar de o governo praticamente descartar um racionamento de energia neste ano, especialistas do setor afirmam que essa possibilidade existe, e não é remota. Dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) indicam a probabilidade de um racionamento. Simulação da consultoria Thymos, feita com dados do ONS, mostra que a chance haver um corte de 5% na carga é de 24%. "Mas os números do ONS são muito otimistas. Na nossa visão, há 60% de chance de um racionamento superior a 5%", diz João Carlos Mello, presidente da Thymos. A análise considera o quadro recessivo da economia. "Se o país estivesse crescendo, a situação seria ainda mais grave" -FSP, 22/3, Mercado, p.B1.
  Além de elevar o risco de apagões, a decisão de não decretar racionamento de energia neste ano trará consequências para 2016, quando a economia pode dar os primeiros sinais de recuperação. Os especialistas não descartam a possibilidade de a estratégia do governo -baseada na redução do consumo, por meio de campanhas, tarifaço ou recessão- ser bem-sucedida para 2015. Ainda assim, dizem que é grande o risco de o problema se arrastar para 2016. "Se o governo não decretar um corte de pelo menos 10%, vamos chegar ao fim deste ano com os reservatórios muito baixos, aumentando a chance de racionamento em 2016", diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura FSP, 22/3, Mercado, p.B3.
  Embora seja uma forma de reduzir o valor da conta de luz e ao mesmo tempo ajudar a aliviar a produção das hidrelétricas, a geração própria de energia, por meio de painéis solares ou pequenas turbinas, ainda engatinha no país. De acordo com a Aneel, das 65,5 milhões de residências que consomem energia, só 307 têm painéis solares ou pequenas turbinas ligados à rede de distribuição. Uma das barreiras para quem quer gerar sua própria energia é o preço, equivalente ao de um carro popular. Um equipamento que gera cerca de 200 kW/h por mês, próximo à média de consumo do brasileiro, custa de R$ 20 mil a R$ 30 mil FSP, 22/3, Mercado, p.B3.
  A administração Obama revelou nesta sexta-feira as primeiras grandes diretrizes para empresas que exploram petróleo não convencional em terras federais. As diretrizes incluem medidas adicionais de segurança para proteger reservas subterrâneas de água. Apesar do boom do petróleo e do gás de xisto dos últimos anos, a técnica perde competitividade com a queda do preço do petróleo. As novas regras exigem que companhias de energia reforcem os poços e previnam vazamentos, além de fornecerem dados sobre as misturas de produtos químicos usados para extrair petróleo e gás FSP, 21/3, Mercado 2, p.9.
  
 

Mudanças Climáticas

 
  "Surpreendeu, como um sinal auspicioso, o otimismo recente de Al Gore. Sempre apoiado em uma profusão de dados, ele revelou ao jornal New York Times alguns números que confirmam a adesão crescente do segmento empresarial à luta para conter e reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Al Gore lembrou, por exemplo, que a estimativa de produção de energia eólica em 2000 foi de 30 gigawatts (GW); em 2010, esse volume alcançou 200GW; e, no ano passado, 370GW, 12 vezes mais. Já as usinas de energia solar acrescentariam em sua geração 1GW por ano até 2010, previram analistas em 2002. Em 2010, porém, o volume foi 17 maior do que isso; e, no ano passado, 48 vezes maior", editorial O Globo, 21/3, Opinião, p.20.
  "2.795 Gt. É a quantidade de carbono contida nas reservas de petróleo, carvão e gás natural declaradas pelas empresas de combustíveis fósseis, pré-sal do Brasil incluído. Isso quer dizer que 4/5 das reservas mundiais de combustíveis fósseis terão de continuar debaixo da terra, se for para levar a sério a meta de não ultrapassar 2oC. O diário britânico The Guardian lançou uma petição para pressionar duas grandes organizações filantrópicas, a Fundação Bill e Melinda Gates e o Wellcome Trust, a se desfazer de ações com risco de naufragar. Já conseguiu 100 mil assinaturas", artigo de Marcelo Leite FSP, 22/3, Ciência, p.C10.
  
 

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