5 de março de 2015
(da Redação da ANDA)
Um novo documentário da emissora britânica de televisão BBC lançou luz sobre as condições de vida de milhões de galinhas mortas anualmente para serem servidas pela gigante do ramo fast-food KFC (Kentucky Fried Chicken).
O programa The Billion Dollar Chicken Shop (A Loja de Frangos de Um Bilhão de Dólares, em português) foi realizado com o apoio da própria empresa retratada e foi exibido em três partes durante a semana passada, no horário nobre do principal canal do grupo, o BBC One.
No primeiro episódio, a KFC abre as portas de suas fazendas de galinhas na Grã-Bretanha pela primeira vez e o resultado não é bonito. As imagens mostram milhares de jovens galinhas apinhadas em um galpão gigante, quase sem janelas. O espaço, monótono em escala industrial, conta apenas com bebedouros, potes de comida e fardos de feno. O chão é recoberto com serragem embebida em amônia, para absorver as fezes das aves.
Em condições adequadas de vida, galinhas formam grupos com afinidades e hierarquias sociais, costumam tomar banhos de areia e passam o dia catando insetos e minhocas no chão. Comportamentos naturais que os animais aprisionados nas fazendas da KFC não podem exercer adequadamente.
Em condições naturais, elas também podem viver até 25 anos. Na KFC, aos 35 dias de vida, elas são penduradas pelas patas e colocadas em uma caixa com outras seis para serem transportadas ao matadouro, onde serão assassinadas dentro de uma câmara de gás. Estas partes não apareceram no documentário.
Um porta-voz da empresa afirmou sobre a questão: “O bem estar dos animais é essencial para garantir comida de alta qualidade, então só utilizamos fornecedores bem reputados que atinjam ou excedam as exigências de bem estar do Reino Unido e da União Europeia. Em geral, apenas 10% das galinhas de celeiro são enviadas à KFC, enquanto a maioria vai para os principais supermercados do Reino Unido. A KFC foi o primeiro serviço rápido de restauração a ganhar a certificação Red Tractor Farm e temos em vigor nossos próprios robustos padrões, que são auditados de maneira independente por entidades externas”.
Andrew Tyler, diretor da Animal Aid, rebateu as afirmações da empresa: “Essas aves não têm uma vida de verdade. Elas aguentam uma existência miserável em grandes galpões sem janelas e fedendo à amônia. Um número muito alto morre de fome ou desidratação. Cerca de 900 milhões de aves são produzidas [no país] a cada ano, das quais cerca de 30 milhões morrem nesses galpões”.
No ano passado, o jornal The Guardian se infiltrou em plantas de processamento de aves e em matadouros pertencentes a grupos que abastecem a KFC. Os investigadores publicaram imagens fotográficas e de vídeo, além de levantarem críticas de que os padrões de higiene necessários para evitar contaminações potencialmente fatais não estavam sendo cumpridos.
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