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quarta-feira, 2 de julho de 2014

‘Escravidão’ ameaça grandes símios de extinção


02 de julho de 2014 

Bebê chimpanzé brinca no santuário de Ol-Pejeta, Quênia, em 1 de julho de 2014. Foto: AFP/TONY KARUMBA
Bebê chimpanzé brinca no santuário de Ol-Pejeta, Quênia, em 1 de julho de 2014. Foto: AFP/TONY KARUMBA
Milhares de grandes símios são mortos ou escravizados a cada ano em um mercado milionário e ilegal, que ameaça as espécies de extinção, anunciaram ativistas defensores dos animais nesta terça-feira.
“O crime organizado, envolvendo autoridades corruptas, ameaça os grande símios de extinção, ao traficá-los para serem usados em apresentações ou como animais de estimação”, denunciou Daniel Stiles, do Projeto para o Fim da Escravidão dos Grandes Símios (PEGAS, na sigla em inglês), campanha lançada nesta terça-feira para divulgar a causa.
“Para capturar um jovem macaco, até 10 adultos são impiedosamente mortos. Os órfãos são vendidos para o que só pode ser chamado de escravidão, já que os grandes símios são as espécies mais próximas dos seres humanos”, explicou.
Centenas de grandes símios – incluindo chipanzés, gorilas e orangotangos-, foram “brutalmente capturados” e vendidos em países como Armênia, China, Egito, Rússia, Tailândia e Emirados Árabes Unidos, em uma “troca insidiosa”, declarou o grupo.
“O número de macacos selvagens nos últimos dez anos está nos milhares, ameaçando algumas espécies de extinção se a tendência atual continuar”, afirmou Stiles no único “santuário” dos chimpanzés no leste da África, a cerca de 230 quilômetros ao norte de Nairóbi, capital do Quênia.
“É preciso deter isso, por questões morais e de preservação”, acrescentou.
Karl Ammann, investigador do comércio de animais, indicou que alguns governos ignoram esses crimes.
“Se existe tráfico ilegal de vida selvagem, seria esperado que as autoridades prendessem todos os envolvidos, mas não é isso que acontece”, relatou a jornalistas, ressaltando que 48 chipanzés foram achados em um zoológico na China sem autorização, mas que nada foi feito.
A campanha chama a atenção para o fato de que alguns países africanos permitem a venda de animais protegidos “para serem treinados como artistas de parques, serem usados como chamativos para zoológicos, ou para tornarem-se animais de estimação dos ricos e poderosos”.
Lançado há um mês, um relatório da ONU e da Interpol alertou que, apesar da principal ameaça aos macacos ser a perda de seu hábitat, a venda tem se espalhado, com a estima de cerca de 22.000 grandes símios terem sido comercializados entre 2005 e 2011.

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