Até o dia 30 de julho, o Instituto Ekko Brasil realiza uma expedição pelo Pantanal com o objetivo de mapear áreas de ocorrência de Ariranhas em um trecho do rio Aquidauana e identificar as unidades familiares, através do reconhecimento de manchas no pescoço e avistar e fazer registro fotográfico para o banco de dados. A iniciativa fazer parte do projeto Ariranha, que consiste neste mapeamento e no engajamento da comunidade para a conservação da espécie. A expedição acontece em Aquidauana (MS).
A iniciativa percorrerá cerca de 300 km na região e contará com a equipe do Instituto que, entre outras regiões, passará em duas baías, a do Frigorífico e do Corrente. Nelas, a equipe voltará para visitar um grupo já em monitoramento. Já a Baía do Corrente se destaca pela beleza e pelos diversos vestígios que as Ariranhas deixam, incluindo tocas.
“Esse tipo de ação é crucial para o desenvolvimento de nossas atividades. A população precisa saber da existência desses animais para valorizarem, respeitarem e colaborarem para a conservação da espécie” afirma Oldemar Carvalho Junior, gerente de Projetos e Pesquisa do Instituto Ekko Brasil.
A Ariranha
A ariranha (Pteronura brasiliensis) é um mamífero carnívoro, semi-aquático, da Família Mustelidae, Subfamília Lutrinae e Genero Pteronura. É o maior mustelídeo conhecido, podendo atingir 1,80 metros de comprimento e 65 cm de cauda. O peso varia de 26 a 32 Kg nos machos e 22 a 26 Kg nas fêmeas. A cabeça é larga e achatada, os olhos grandes e as orelhas são pequenas e redondas. As patas possuem garras e membranas interdigitais e a cauda é longa, musculosa e dorso-ventralmente achatada. Essas características fazem da espécie um predador altamente eficiente e ágil dentro da água. A espécie é bastante social, se comparada com a lontra, vivendo em grupos familiares de 5 a 9 indivíduos. Além disso, o fato de serem diurnas e barulhentas facilita o estudo e a visualização, o que é excelente quando da participação de ecovoluntários. Os indivíduos podem ser identificados porque possuem manchas brancas na pelagem preta do pescoço, que funcionam como impressão digital.
A ariranha é uma espécie considerada ameaçada pela Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna e Flora (CITES), da qual o Brasil é signatário, pela U.S. Endangered Species Act (USESA) e também pela International Union for Conservation of Nature (IUCN). No Brasil, a espécie apresentava ampla distribuição, desde o Rio Grande do Sul até a Amazônia, com exceção da região semi-árida da caatinga, estando presente nos Biomas Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica (REIS et al., 2006).
Atualmente, acredita-se que a espécie esteja extinta em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Portanto, o status de conservação da mesma é crítico e deve ser abordado de forma transparente, através da educação e mobilização social.
Assim como a lontra, a maior ameaça para a Ariranha é a perda do habitat. A espécie constrói as próprias tocas nas margens dos rios, sob raízes ou sob árvores caídas. As tocas são comunitárias e usadas normalmente para descanso e criação dos filhotes por isso a importância de locais com mata ciliar e pouca devastação próximas aos rios.
Fonte: Jornal Dia Dia
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