27 de julho de 2014
Por Claudia Braghetto (da Redação da ANDA)
Caçadores têm matado tantos abutres no sul da África, que pelo menos quatro espécies agora enfrentam a extinção, de acordo com um relatório divulgado na semana passada pela União Internacional pela Conservação da Natureza e por mais 11 organizações ambientais. A perda de aves necrófagas poderia acelerar a disseminação de doenças por todo o continente, alerta o relatório. As informações são do Take Part.
Caçadores não visam os abutres diretamente. Ao invés disso, eles usam cianeto e outros venenos para matar os pássaros e esconder evidências de seus crimes. Isso acontece, pois guardas florestais e outros oficiais da lei sabem que um animal morreu ao avistarem abutres sobrevoando em círculos.
Seguir os pássaros pode levar os guardas a algum rinoceronte, elefante ou outro animal recentemente morto. Envenenar as carcaças dos animais que eles massacram, e que os abutres consumem em seguida, dá aos caçadores mais tempo para fugir da cena do crime, de acordo com o relatório.
Os caçadores já envenenaram cerca de 1.500 abutres no sul da África nos últimos dois anos, diz o relatório. Um dos piores casos ocorreu na Namíbia em agosto do ano passado, quando 600 abutres morreram após se alimentarem de uma única carcaça de elefante envenenada.
Os pássaros se reproduzem muito lentamente – normalmente criando apenas um filhote por ano – então cada morte pode ter impacto durante décadas. Algumas espécies têm apresentado declínio de 50% em sua população, enquanto outras chegam a 97% ao longo dos últimos 30 anos.
A queda brusca no número de abutres pode ter um efeito perigoso também na saúde dos humanos, alertam os especialistas.
“Abutres são pássaros magníficos que fornecem um enorme serviço a sociedade africana ao eliminar animais mortos e ajudar a prevenir o alastramento de doenças”, disse André Botha, presidente do grupo de especialistas em abutres IUCN. “Se eles desaparecerem, a África irá enfrentar uma catástrofe ecológica”.
Sem os abutres, o suprimento imediato de carne em processo de putrefação também irá causar um aumento significativo de cães de rua. Uma consequência similar aconteceu na Índia, onde mais de 99% dos abutres do país morreu nas últimas décadas. Lá, os pássaros comem as carcaças do gado que têm sido tratados com uma droga veterinária chamada diclofenaco, que causa falência renal mortal em abutres.
A Índia proibiu o diclofenaco em 2006, mas ele ainda é muito usado por lá. Ironicamente, a Etiópia e alguns outros países usam estricnina para envenenar cães de rua, o que tem seu próprio efeito negativo na população de abutres.
“É crítico que governos africanos tornem-se envolvidos ativamente nesta questão”, disse Moses Selebatso da Raptors Botswana, em um workshop realizado em abril, na Espanha, para discutir a crise.
“Para salvar abutres africanos, será necessária a aplicação de políticas em uma escala continental”, ele disse. “Ciência e documentação do envenenamento irão apoiar a recuperação, mas será o povo da África e seus governantes que poderão salvar os abutres africanos no final.”
Caçadores têm matado tantos abutres no sul da África, que pelo menos quatro espécies agora enfrentam a extinção, de acordo com um relatório divulgado na semana passada pela União Internacional pela Conservação da Natureza e por mais 11 organizações ambientais. A perda de aves necrófagas poderia acelerar a disseminação de doenças por todo o continente, alerta o relatório. As informações são do Take Part.
Caçadores não visam os abutres diretamente. Ao invés disso, eles usam cianeto e outros venenos para matar os pássaros e esconder evidências de seus crimes. Isso acontece, pois guardas florestais e outros oficiais da lei sabem que um animal morreu ao avistarem abutres sobrevoando em círculos.
Seguir os pássaros pode levar os guardas a algum rinoceronte, elefante ou outro animal recentemente morto. Envenenar as carcaças dos animais que eles massacram, e que os abutres consumem em seguida, dá aos caçadores mais tempo para fugir da cena do crime, de acordo com o relatório.
Os caçadores já envenenaram cerca de 1.500 abutres no sul da África nos últimos dois anos, diz o relatório. Um dos piores casos ocorreu na Namíbia em agosto do ano passado, quando 600 abutres morreram após se alimentarem de uma única carcaça de elefante envenenada.
Os pássaros se reproduzem muito lentamente – normalmente criando apenas um filhote por ano – então cada morte pode ter impacto durante décadas. Algumas espécies têm apresentado declínio de 50% em sua população, enquanto outras chegam a 97% ao longo dos últimos 30 anos.
A queda brusca no número de abutres pode ter um efeito perigoso também na saúde dos humanos, alertam os especialistas.
“Abutres são pássaros magníficos que fornecem um enorme serviço a sociedade africana ao eliminar animais mortos e ajudar a prevenir o alastramento de doenças”, disse André Botha, presidente do grupo de especialistas em abutres IUCN. “Se eles desaparecerem, a África irá enfrentar uma catástrofe ecológica”.
Sem os abutres, o suprimento imediato de carne em processo de putrefação também irá causar um aumento significativo de cães de rua. Uma consequência similar aconteceu na Índia, onde mais de 99% dos abutres do país morreu nas últimas décadas. Lá, os pássaros comem as carcaças do gado que têm sido tratados com uma droga veterinária chamada diclofenaco, que causa falência renal mortal em abutres.
A Índia proibiu o diclofenaco em 2006, mas ele ainda é muito usado por lá. Ironicamente, a Etiópia e alguns outros países usam estricnina para envenenar cães de rua, o que tem seu próprio efeito negativo na população de abutres.
“É crítico que governos africanos tornem-se envolvidos ativamente nesta questão”, disse Moses Selebatso da Raptors Botswana, em um workshop realizado em abril, na Espanha, para discutir a crise.
“Para salvar abutres africanos, será necessária a aplicação de políticas em uma escala continental”, ele disse. “Ciência e documentação do envenenamento irão apoiar a recuperação, mas será o povo da África e seus governantes que poderão salvar os abutres africanos no final.”
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