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terça-feira, 26 de novembro de 2013

MANCHETES SOCIOAMBIENTAIS - 26/11/2013

Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Cidades, Energia, Mudanças Climáticas, ONGs, Povos Indígenas
Ano 13
26/11/2013

 

Energia

 
  O primeiro leilão para a concessão de áreas para prospecção de gás em terra, marcado para esta quinta-feira, acontecerá sem que o Brasil tenha uma lei específica para regulamentar a exploração feita por fraturamento hidráulico. Esse tipo de gás fica contido dentro das rochas. Por isso, para extraí-lo, é preciso explodir as rochas, o que é feito por meio da injeção de grandes quantidades de água misturada a produtos químicos, em grande pressão. A técnica é criticado por ambientalistas e foi proibida na França e na Bulgária. A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Magda Chambriard, argumenta que a resolução sobre o fraturamento hidráulico só ficará pronta no começo do ano que vem, "porque não vai ter fraturamento agora" - FSP, 26/11, Mercado, p.B4.
  A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) protocolou uma carta no Palácio do Planalto pedindo para que a presidente Dilma Rousseff determine que "seja imediatamente retirado do edital da 12a. rodada de licitações da Agência Nacional de Petróleo a exploração de gás e óleo de xisto". O presidente da associação em Brasília, Marcos Montenegro, advertiu para os riscos desta exploração, como a possibilidade de contaminação de água potável. Montenegro lembrou que na França esse tipo de exploração está suspensa por cinco anos para estudos. A licitação será feita em sete bacias sedimentares - OESP, 26/11, Economia, p.B3.
   
 

Povos Indígenas

 
  "Damiana é uma mulher miúda, como seus parentes guaranis-kaiowás. No momento, lidera o que restou de sua aldeia. Nosso reforço consistiu em levar lanternas e alguns celulares carregados para que pudessem chamar por socorro caso os capangas do fazendeiro decidissem cumprir as ameaças que fizeram por três vezes, durante o domingo [10/11]. Se não era para entrarem de volta na terra que o fazendeiro tomara, por que tocaram fogo nas casas dos índios no acostamento? A simples presença de um acampamento indígena na beira da estrada arranha o sentimento de soberania do fazendeiro. A razão dos guarani para permanecer na terra é um pouco mais sofisticada. Eles não admitem abandonar seus mortos. Que por sua vez foram assassinados porque se recusavam a abandonar a terra de seus mortos mais antigos - e assim por diante. O fio que dá sentido à vida deles não se rompe com a morte dos antepassados", artigo de Maria Rita Kehl - FSP, 24/11, Ilustríssima, p.7.
 
"O aumento do desmatamento na Amazônia brasileira desfere um duro golpe nas pequenas ilhas do nosso país. O Brasil e as Filipinas estão em lados opostos do globo, mas a ciência nos ensina que as fronteiras são tênues no que toca ao efeito do desmatamento sobre o ambiente e as mudanças climáticas. Na quinta-feira passada, um estudo publicado na revista 'Science' havia elogiado o sucesso do Brasil em proteger as florestas, com o reconhecimento de 22% da Amazônia como terras indígenas. Mas no Brasil, como no mundo inteiro, os direitos dos povos indígenas sobre suas terras estão em risco, pois existem forças poderosas que pretendem implementar projetos agrícolas, de geração de energia, e de mineração em suas terras. Espero poder ver o Brasil retomar seu papel de líder global na redução do desmatamento e das emissões. O que está em jogo é uma questão de vida ou morte", artigo de Victoria Tauli-Corpuz - O Globo, 26/11, Amanhã, p.11.
   
 

Mudanças Climáticas

 
  "Os impactos negativos da mudança climática global sobre a agricultura só deverão piorar", disse um relatório feito no início deste ano por pesquisadores da Escola de Economia de Londres e um grupo de pensadores de Washington. O relatório citou a necessidade de "colheitas e sistemas de produção agrícola mais resistentes do que os que possuímos hoje no mundo". Esse talvez seja o maior temor isolado em relação ao aquecimento global: que a mudança climática possa desestabilizar de tal modo o sistema alimentar do mundo que haja o aumento da fome ou até a penúria em massa. O esboço de um relatório vazado da comissão do clima da ONU sugeriu que as preocupações do grupo aumentaram e que esse relatório, marcado para lançamento em março, provavelmente incluirá uma firme advertência sobre os riscos ao abastecimento alimentar - FSP, 26/11, The New York Times, p.4
  Quando a inundação gerada por supertempestades acaba e as águas recuam, chovem sugestões sobre meios de promover a segurança de áreas habitadas de baixa altitude. Após a passagem do furação Sandy, algumas pessoas pediram a construção de muros mais altos para conter o mar. Outros propuseram projetos ainda maiores de engenharia, como barreiras contra elevações incomuns do mar provocadas por tempestades. Mas as sugestões mais intrigantes envolvem abordagens naturais. Perguntam por que não fazer Nova York voltar aos tempos de capital das ostras e construir recifes no porto para ajudar a reduzir as ondas geradas por grandes tempestades? Por que não converter Lower Manhattan em paraíso aquático, criando uma frente de marisma que possa absorver ondas excepcionalmente altas geradas por tempestades? - FSP, 26/11, The New York Times, p.4.
   
 

Geral

 
  Com as novas concepções de mobilidade é a desaceleração que dá as cartas. Os centros urbanos do século XXi não serão mais concebidos em função dos automóveis, mas sim dos pedestres. Exemplos como os de Nova York e Bogotá provaram que tornar as ruas mais caminháveis, com maiores áreas de lazer e interação social, é bom para os negócios. Ruas mais amigáveis para os pedestres, passeios públicos no lugar de perimetrais e praças substituindo estacionamentos promoverão uma nova forma do cidadão se relacionar com os espaços públicos - O Globo, 16/11, Amanhã, p.14 a 19.
  Lindsay Beck começou a pensar em como Wall Street poderia revolucionar o acomodado terceiro setor. Poderia haver uma Nasdaq das organizações sem fins lucrativos? A ideia - criando o equivalente a um mercado acionário para ONGs - poderia parecer contraintuitiva. Mas, no último ano, o conceito ganhou tanta força que rendeu a Beck reuniões com executivos do Goldman Sachs, do Deutsche Bank e de membros do governo Obama. Uma equipe de advogados está trabalhando para entender as implicações tributárias e como cumprir as regras da Comissão de Títulos e Câmbio. De acordo com algumas estimativas, se apenas 1% das carteiras de investimentos de indivíduos ricos nos EUA fosse direcionado para ONGs por meio de instrumentos financeiros, como títulos de impacto social ou a Bolsa de Beck, o mundo das ONGs estaria sentado em cima de US$ 1 trilhão - FSP, 26/11, The New York Times, p.5.
   
 
Imagens Socioambientais

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