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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Licitados 72 blocos de gás natural e não-convencional em meio a críticas de especialistas e ecologistas

xisto

O Brasil concluiu nesta quinta-feira uma polêmica licitação de áreas para a exploração de gás natural em terra e de gás não convencional, em meio a críticas de especialistas e ecologistas pela falta de regulação a este tipo de produção. Matéria da AFP, no Yahoo Notícias.
Um total de 72 dos 240 blocos oferecidos na licitação foram leiloados e 49 ficaram nas mãos da Petrobras sozinha ou em consórcio.
Apenas quatro das 11 empresas estrangeiras habilitadas obtiveram blocos: a francesa GDF Suez, a colombiana Petrominerales (por meio da Alvopetro), a panamenha Trayectoria Oil y Gas, e Geopark de Bermudas, informou à AFP uma porta-voz da agência de petróleo.
A diretora da ANP, Magda Chambriand, destacou que o objetivo da rodada era “semear a cultura” da exploração de gás natural no Brasil.
A questão mais polêmica é a exploração do gás não convencional – gás de folhelho (xisto) – pelo potencial contaminador do mecanismo de extração, já que implica uso de produtos químicos e grandes quantidades de água para fraturar as rochas e os procedimentos não estão regulados no país.
“A exploração de gás com técnicas de fratura hidráulica suscita enorme polêmica em todos os países, por seus enormes impactos ambientais, razão pela qual alguns países europeus a proibiram, como a França. Nos Estados Unidos, onde a técnica é empregada há quase uma década, há um crescente número de denúncias de contaminação de aquíferos e águas superficiais”, denunciou o Instituto SocioAmbiental (ISA), em uma audiência pública prévia à licitação.
“Os poços a ser licitados se encontram sobre os principais aquíferos brasileiros, com destaque para os que se localizam sobre o aquífero Guarani (sudeste), que abastece boa parte da produção agrícola, industrial e abastecimento doméstico do país”, segundo o instituto.
A diretora da ANP, Magda Chambriand, garantiu que o Brasil está preparando uma regulação com as normas ambientais.
Outra crítica é que os blocos se encontram longe dos principais gasodutos do país.
Esta é a terceira rodada licitatória de petróleo e gás deste ano, depois de anos de paralisia durante os quais o país reformou a legislação sobre distribuição de royalties, após a descoberta de gigantescas jazidas em águas ultraprofundas, o “pré-sal”.
EcoDebate, 29/11/2013

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