Ano após ano o filme se repete. Diante da falta de resultados das Conferências das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, os negociadores e chefes de Estado dos países aprovam, aos “45 do segundo tempo”, algum acordo para minimizar as pressões da comunidade internacional.
Na conturbada COP-19, em Varsóvia (Polônia), o tratado diz respeito a normas sobre financiamento de projetos para florestas em nações em desenvolvimento, abrindo caminho para investimentos multibilionários de governos, órgãos de fomento e empresas privadas em esquemas para deter o desmatamento.
O acordo com “base em resultados” para financiamento da Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação de Florestas (Redd) foi um raro avanço nas conversações sobre o clima em Varsóvia, onde negociadores enfrentaram dificuldades para obter algum progresso nas discussões sobre cortes de emissões e concessão de ajuda relacionada às mudanças climáticas. O acordo foi “um outro grande passo à frente”, destacou a Reuters o ministro britânico de Energia e Mudança Climática, Ed Davey.
Pelas novas regras, o incipiente Fundo Verde para o Clima terá papel fundamental na canalização de recursos para projetos a governos, que, por sua vez, terão de criar agências nacionais para supervisionar o uso do dinheiro.
Destinação dos fundos
Os fundos irão para os países recebedores quando eles puderem provar ter reduzido emissões de carbono sem prejudicar comunidades locais ou a biodiversidade. Os negociadores também concordaram com normas sobre como medir e verificar os cortes de emissões de projetos florestais.
O desmatamento desempenha crescente papel nas negociações sobre o clima porque a perda de florestas representa aproximadamente um quinto das emissões de gases do efeito estufa, que os cientistas responsabilizam pelo aquecimento global.
O governo norueguês já pagou 1,4 bilhão de dólares em acordos bilaterais com alguns países, como Brasil, República Democrática do Congo, Guiana e Indonésia. O Banco Mundial, o Global Environment Facility e um crescente numero de empresas do setor privado também lançaram projetos.
A COP-19, que ficou marcada pelo boicote das organizações não governamentais ao última dia de evento, terminou na sexta-feira, 22 de novembro, na capital da Polônia.
* Publicado originalmente no site EcoD.
(EcoD)
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