Dados apresentados no Fórum Econômico Mundial, em junho, na Suíça, apontaram que a pegada de carbono do setor de aviação subirá de 1,5 Gigatoneladas (Gt) para 2,9 Gt de CO2 em 2035, em razão do crescimento de 5% a 6% ao ano na demanda por viagens no período.
O pesquisador da Embrapa Soja Décio Gazzoni afirmou que, “de todos os setores intensivos em energia, o de mais difícil equacionamento quanto ao perfil de combustíveis a serem utilizados, no médio e mesmo no longo prazo, é o transporte aéreo”.
Ele explicou que, para o transporte terrestre e o marítimo, há alternativas, mas, na aviação, não há como usar eletricidade em larga escala e a adoção de energia nuclear é impensável. “Não resta à aviação outro caminho, ao menos nas próximas quatro décadas, que não seja ampliar gradativamente o uso de biocombustíveis para reduzir as suas emissões de gases de efeito estufa”, ressaltou.
Para atingir esse objetivo, o pesquisador alerta que será necessário “investir fortemente em pesquisa e desenvolvimento ao longo da cadeia, em especial na produção sustentável de matérias-primas de alta densidade energética e nas rotas de produção de biocombustíveis”.
Simpósio e conferência discutem o tema
Gazzoni ministrará uma palestra no Simpósio Nacional de Bicombustíveis de Aviação, que será realizado nos dias 13 a 14 de setembro, em Brasília. Promovido pela Embrapa Agroenergia, o evento busca discutir as tecnologias atuais e as necessidades de avanços científicos para tornar mais sustentável o consumo energético no setor de transportes.
O encontro contará ainda com exposições sobre o tema feitas por representantes de órgãos do governo, empresas do setor aeronáutico e instituições de pesquisa. A programação completa está disponível no site da Embrapa Agroenergia. Lá, também é possível obter a ficha de inscrição para o evento. A taxa para participação é de R$ 200,00, com desconto de 50% para estudantes. O simpósio será realizado no auditório da Embrapa Estudos e Capacitação.
O simpósio faz parte da Conferência sobre Biocombustíveis Sustentáveis de Aviação no Brasil, realizada em Brasília, de 11 a 14 de setembro, na Embrapa. Com o objetivo de discutir os aspectos regulatórios e incentivos para o setor, o evento é promovido por uma parceria entre Boeing, Embraer, Fapesp e Embrapa, cuja meta é avaliar as alternativas de matérias-primas e tecnologias, bem como identificar as barreiras a superar para a produção dessa energia de fonte renovável no país.
* Publicado originalmente no site EcoD.
(EcoD)
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