Ainda distante da realidade brasileira, embora sol no país não falte, a energia solar deverá ter o custo reduzido até 2018, segundo apontam estudos do Ministério de Minas e Energia (MME). Atualmente, conforme já noticiou o EcoD, qualquer cidadão pode ter os painéis fotovoltaicos na própria casa, mas os valores do investimento ainda são um empecilho.
De acordo com o diretor do departamento de desenvolvimento energético do ministério, Jorge Paglioli Jobim, o custo que hoje estaria estimado em R$ 280 a R$ 300 por megawatt-hora (MWh) poderia cair para R$ 165/MWh dentro de cinco anos. Essa redução contribuiria para que a energia solar participasse de forma competitiva dos leilões de eletricidade.
Na última semana de junho, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, revelou que o leilão de energia A-3, com entrega a partir de 2016, contará pela primeira vez com energia solar e material proveniente de resíduos sólidos.
O ministro Jobim afirmou que o leilão previsto para outubro é mais um passo com o objetivo de consolidar a oferta de energia solar no Brasil. Sobretudo, indica que o país está interessado em estimular esse mercado. “O Brasil esperou o desenvolvimento dos equipamentos para a geração de energia eólica e deu chance para introduzir no Brasil uma cadeia de equipamentos em estado da arte”, comparou em entrevista ao Estadão, sugerindo que o mesmo poderia ocorrer agora com a energia solar.
Ao mesmo tempo, o governo observa a oportunidade de atrair investidores com atuação nesse mercado e, dessa forma, assegurar a instalação no país de fábricas de equipamentos e sistemas voltados à geração de energia solar. Assim como ocorreu no mercado de energia eólica, o desenvolvimento dessa atividade no Brasil acompanharia a evolução dos equipamentos em termos mundiais.
“Os painéis fabricados no leste asiático possuem 20 anos de vida útil, mas estão durando apenas dois anos. O Brasil não quer se tornar um depósito de equipamentos de baixa eficiência”, destacou. Hoje, a eficiência desses equipamentos é de aproximadamente 20%. “Ou seja, precisamos de uma área muito grande para gerar energia”, complementou Jobim.
Como funciona hoje:
1) O consumidor investe entre R$ 15 mil e R$ 20 mil para adquirir os painéis fotovoltaicos;
2) Ele solicita um medidor digital da concessionária local (de seu estado) para produzir a própria energia, reduzindo os custos na conta de luz. Tais medidores custam entre R$ 200 e R$ 300;
3) Uma vez instalado o medidor, a geração de energia passa a ser absorvida pela rede elétrica, em um sistema de compensação. A conta de luz vai indicar o quanto de eletricidade foi usado a partir da energia solar e a porção relacionada a fonte convencional (hidrelétrica). O excedente, que foi economizado, vira crédito para os meses seguintes;
4) Hoje, todos os equipamentos para a produção de energia solar são importados.
5) O retorno do investimento depende da incidência da insolação para atender ao domicílio e pode vir após três a oito anos.
* Publicado originalmente no site EcoD.
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