Banco Mundial: 60% das áreas úmidas dos países em desenvolvimento estão em risco
por Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil
O aumento do nível do mar causado pelo aquecimento global pode destruir boa parte dos manguezais e pântanos do planeta, acabando com serviços ecossistêmicos vitais para o homem e gerando um prejuízo anual de US$ 630 milhões.
As áreas úmidas costeiras, que incluem manguezais, pântanos, charcos e turfeiras, além de grande reserva de biodiversidade, são essenciais para a humanidade por promoverem todo o tipo de serviços ecossistêmicos, como a proteção da costa contra erosão, o sequestro de carbono, a reciclagem de nutrientes e a manutenção de fontes hídricas.
Porém, mesmo com toda essa importância, as áreas úmidas estão entre os ecossistemas mais ameaçados do planeta. Em fevereiro, a iniciativa Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade (TEEB) publicou um relatório afirmando que durante o século passado cerca de 50% de todas as áreas úmidas foram destruídas pela expansão da ocupação humana, seja por motivos agrícolas, industriais ou de moradia.
Agora, é a vez de o Banco Mundial alertar para os riscos que o futuro trará para esse ecossistema.
Em um artigo divulgado no último fim de semana, a entidade aponta que 60% das áreas úmidas costeiras dos países em desenvolvimento poderão desaparecer quando o aumento do nível dos oceanos chegar a um metro.
Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), está prevista uma elevação de até 59 cm até 2100. Mas esse valor pode estar equivocado, já que a entidade, baseada em dados até 2003, estimava um aumento anual de 2mm no nível do mar, quando na realidade estudos mais recentes afirmam que estaríamos presenciando uma elevação de 3,2mm por ano.
O documento do Banco Mundial não fornece uma data para quando os oceanos avançarão um metro, mas não poupa detalhes alarmantes das consequências dessa elevação. Uma delas sendo o prejuízo anual de US$ 630 milhões devido à perda dos serviços ecossistêmicos das áreas úmidas.
Os pesquisadores analisaram diversos tipos de áreas úmidas costeiras em 76 países, incluindo o Brasil, utilizando imagens de satélites e base de dados de instituições de pesquisas.
Segundo os autores, cerca de 99% das áreas úmidas costeiras que estão a menos de um metro de altitude no Oriente Médio e no Norte da África poderão desaparecer, assim como 77% das localizadas no restante da África, 66% no Sudeste Asiático e 39% na América Latina e no Caribe.
Para algumas nações a situação é muito grave e resultará em grandes impactos econômicos. Argentina, China, Irã, México e Vietnã perderão pelo menos 75% de seus pântanos de água doce. No caso do Brasil, perderemos 601 quilômetros quadrados, ou 61% desse ecossistema.
Nos últimos anos, as áreas úmidas já estão desaparecendo mais rapidamente do que outros ecossistemas, principalmente por causa da ocupação humana. Mas o aumento do nível dos oceanos vai exacerbar ainda mais esse problema, ao submergi-las, empurrá-las para dentro do continente ou cobri-las com sal.
“Nossas conclusões são alarmantes porque as áreas úmidas não existem apenas para as aves e plantas – as pessoas precisam delas para sua água, comida, transporte e outros bens e serviços. Esperamos que essa pesquisa estimule novos passos para protegê-las, especialmente porque o aquecimento global vai com certeza acelerar o avanço dos mares”, concluiu Susmita Dasgupta, economista do Banco Mundial e coautora da pesquisa.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil)
As áreas úmidas costeiras, que incluem manguezais, pântanos, charcos e turfeiras, além de grande reserva de biodiversidade, são essenciais para a humanidade por promoverem todo o tipo de serviços ecossistêmicos, como a proteção da costa contra erosão, o sequestro de carbono, a reciclagem de nutrientes e a manutenção de fontes hídricas.
Porém, mesmo com toda essa importância, as áreas úmidas estão entre os ecossistemas mais ameaçados do planeta. Em fevereiro, a iniciativa Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade (TEEB) publicou um relatório afirmando que durante o século passado cerca de 50% de todas as áreas úmidas foram destruídas pela expansão da ocupação humana, seja por motivos agrícolas, industriais ou de moradia.
Agora, é a vez de o Banco Mundial alertar para os riscos que o futuro trará para esse ecossistema.
Em um artigo divulgado no último fim de semana, a entidade aponta que 60% das áreas úmidas costeiras dos países em desenvolvimento poderão desaparecer quando o aumento do nível dos oceanos chegar a um metro.
Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), está prevista uma elevação de até 59 cm até 2100. Mas esse valor pode estar equivocado, já que a entidade, baseada em dados até 2003, estimava um aumento anual de 2mm no nível do mar, quando na realidade estudos mais recentes afirmam que estaríamos presenciando uma elevação de 3,2mm por ano.
O documento do Banco Mundial não fornece uma data para quando os oceanos avançarão um metro, mas não poupa detalhes alarmantes das consequências dessa elevação. Uma delas sendo o prejuízo anual de US$ 630 milhões devido à perda dos serviços ecossistêmicos das áreas úmidas.
Os pesquisadores analisaram diversos tipos de áreas úmidas costeiras em 76 países, incluindo o Brasil, utilizando imagens de satélites e base de dados de instituições de pesquisas.
Segundo os autores, cerca de 99% das áreas úmidas costeiras que estão a menos de um metro de altitude no Oriente Médio e no Norte da África poderão desaparecer, assim como 77% das localizadas no restante da África, 66% no Sudeste Asiático e 39% na América Latina e no Caribe.
Para algumas nações a situação é muito grave e resultará em grandes impactos econômicos. Argentina, China, Irã, México e Vietnã perderão pelo menos 75% de seus pântanos de água doce. No caso do Brasil, perderemos 601 quilômetros quadrados, ou 61% desse ecossistema.
Nos últimos anos, as áreas úmidas já estão desaparecendo mais rapidamente do que outros ecossistemas, principalmente por causa da ocupação humana. Mas o aumento do nível dos oceanos vai exacerbar ainda mais esse problema, ao submergi-las, empurrá-las para dentro do continente ou cobri-las com sal.
“Nossas conclusões são alarmantes porque as áreas úmidas não existem apenas para as aves e plantas – as pessoas precisam delas para sua água, comida, transporte e outros bens e serviços. Esperamos que essa pesquisa estimule novos passos para protegê-las, especialmente porque o aquecimento global vai com certeza acelerar o avanço dos mares”, concluiu Susmita Dasgupta, economista do Banco Mundial e coautora da pesquisa.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil)
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