Parte das embarcações foi interceptada pela Marinha por apresentar irregularidades e manifestantes protestaram a péUm palanque improvisado, com tenda e caixas de som, algumas faixas contrárias à instalação do estaleiro OSX em Biguaçu, um grupo de cerca de 50 pessoas vestindo camisetas pretas e a adesão de meia dúzia de barcos pesqueiros.
Assim foi a manifestação promovida pelo Movimento em Defesa das Baías de Florianópolis, no sábado pela manhã, no trapiche da Beira-Mar Norte. Apesar de contar com o apoio de moradores dos bairros nobres do Norte da Ilha, a manifestação dos contrários à instalação do estaleiro em Biguaçu perdeu quorum para o sábado ensolarado de praia.
O presidente da Associação de Moradores de Jurerê Internacional (Ajin), Jaime Milnitsky, afirmou que vários moradores estavam presentes no evento, mas nenhum deles levou sua embarcação para a “barqueata”.
No mar, cinco ou seis barcos pesqueiros conseguiram atracar próximo ao trapiche. Segundo Silvia Soares, integrante de uma embarcação que foi notificada pela Marinha, outros barcos foram interceptados.
– Nosso barco foi notificado e vamos ter que voltar a pé para Biguaçu. Estávamos com um salva-vidas a menos. Nove barcos nem conseguiram chegar – lamentou.
Capitania diz que problema era na documentação
A Capitania dos Portos informou que o reboque não teve relação alguma com a manifestação. Segundo a Marinha, as embarcações notificadas ou rebocadas apresentavam irregularidade de documentação.
Os manifestantes se indignaram com os reboques e vaiaram o barco da Marinha. No palanque improvisado, falaram o advogado do Conselho Comunitário da Pontal de Jurerê, João Manoel do Nascimento; Lucio Dias da Silva Filho, do Movimento em Defesa das Baías de Florianópolis; e Joel Guimarães de Oliveira, engenheiro naval aposentado.
– Nosso movimento se caracteriza por argumentos técnicos. Se a licença ambiental for concedida, será cassada porque vamos entrar na Justiça – ameaçou Silva Filho.
O prefeito de Biguaçu, José Castelo Deschamps, passou pelo trapiche para ver a mobilização e afirmou que respeita os protestos. Mas ressaltou que o empreendimento trará muitas oportunidades de trabalho.
– O projeto do estaleiro leva em conta as questões ambientais. Falta conhecimento aos que são contra – argumentou o prefeito.
Somente após conhecer a resposta do ICMBio e avançar no processo de licenciamento em SC, que caminha em paralelo ao do RJ, o grupo EBX, de Eike Batista, definirá onde será instalado o estaleiro OSX. Um grupo criado pelo ICMBio nacional analisa os estudos de impacto ambiental. O parecer deve sair até o dia 12.
***********************
FONTE : jorn. SIMONE KAFRUNI, Diário Catarinense (edição de 8/11/2010).
Nenhum comentário:
Postar um comentário