A ecologia também pode ser definida como o estudo e compreensão da economia da natureza, ou seja, como os processos naturais produzem, distribuem, consomem e reaproveitam os recursos materiais indispensáveis à sobrevivência e bem estar dos seres vivos.
Como na economia tradicional, na ecologia há dificuldades para preverem-se exatamente os resultados que determinadas ações e intervenções nos macro sistemas podem acarretar nos mecanismos específicos dos ciclos naturais: alterações em ecossistemas, impactos em teias, cadeias e nichos ecológicos, erosão da biodiversidade, deterioração dos recursos hídricos, contaminações dos solos, modificações nas paisagens e outros processos que são sinérgicos nos resultados imediatos, em médios e/ou longos períodos.
A gestão ambiental é realizada através de mecanismos e instrumentos de gestão que estabelecem ações precisas e específicas para todos os agentes que participam dos processos produtivos e econômicos. Os problemas identificados são objetivos e as intervenções direcionadas para resultados previamente determinados que busquem a permanente melhoria da qualidade dos serviços, produtos e ambientes impactados pelas organizações privadas ou públicas. Este processo de aprimoramento é constante e deve ser estabelecido através de políticas, diretrizes e programas relacionados ao meio ambiente e externo às atividades desenvolvidas, colaborando com outros setores econômicos, comunidades próximas ou afetadas, órgãos ambientais e de saúde pública e do trabalho, desenvolvendo e adotando processos que evitem ou minimizem os impactos ambientais e sociais dos empreendimentos.
Os instrumentos de gestão ambiental estão relacionados com agentes de níveis diferentes de atuação, porém integrados em objetivos comuns e convergentes nos resultados. Os governos dispõem de instrumentos como zoneamentos, licenciamentos, auditorias, normatizações/fiscalizações, multas e criação de reservas e áreas de preservação ambiental; os agentes econômicos têm no monitoramento ambiental, na certificação e na rotulagem seus principais mecanismos de gestão; as ciências ambientais colaboram através das pesquisas e conhecimentos científicos, novas técnicas e tecnologias e formação de recursos humanos; a sociedade participa através de organizações não governamentais e nos conselhos e órgãos ambientais colegiados.
Embora sendo difícil a previsão exata dos impactos relacionados com as intervenções nos ecossistemas, a convergência entre a ecologia e a gestão ambiental é evidente: enquanto a ecologia estuda as relações dos seres vivos com seus habitats e as características relacionadas com a produção, distribuição e consumo dos recursos naturais indispensáveis à vida, a gestão ambiental utiliza-se destes conhecimentos aplicados para minimizar os impactos diretos das ações antropogênicas sobre o meio ambiente e a saúde humana, permitindo garantir-se a qualidade de vida às presentes e futuras gerações, possibilitando um desenvolvimento sustentável da economia e da sociedade.
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FONTE : Antonio Silvio Hendges, articulista do EcoDebate, é Professor de biologia e agente educacional no RS. (EcoDebate, 03/11/2010)
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