Mais de 10 mil peixes apareceram mortos no Rio dos Sinos ontem, segundo informações do Comando Ambiental da Brigada Militar. O incidente ocorre quatro anos depois da maior tragédia ecológica do Estado, quando 86 toneladas de peixes morreram na região.
A notícia é do jornal NH, 11-11-2010.
Em nota, o secretário de Meio Ambiente (Semam) de Novo Hamburgo, Ubiratan Hack, diz que há hipótese de que o motivo do incidente tenha vindo do Município. Empresas que ficam as margens do Arroio Luiz Rau, onde apareceu uma coloração azul na água na segunda-feira, estão sendo fiscalizadas.
Profissionais da Fepam, Secretaria Municipal do Meio Ambiente de São Leopoldo e Instituto Martim Pescador navegaram pelo rio ontem e coletaram peixes mortos para análise e um sobrevoo de helicóptero também foi feito pelo órgão para tentar verificar se houve lançamento de produtos químicos. Hoje, novas amostras de águas do Sinos e do arroio serão coletadas.
Uma equipe da Semam fez vistoria na foz do Arroio Gauchinho, na Casa de Bombas e no Arroio Luiz Rau na quarta-feira. Conforme o biólogo da Semam do Município, Carlos Normann, a suspeita é que a mortandade dos peixes tenha origem no Arroio Luiz Rau. "Aguardamos o resultado da análise da água azul." Uma empresa local já foi identificada e autuada pelo despejo do resíduo azul.
Oxigenação
A bióloga da Fepam Cleonice Kazmirczak diz que não foram encontrados peixes agonizando, o que indicaria falta de oxigenação na água. Segundo ela, o início da mortandade – que de acordo com ribeirinhos começou de madrugada – foi constatado pouco abaixo do Arroio Luiz Rau, no limite de Novo Hamburgo e São Leopoldo.
SAIBA MAIS
De acordo com a bióloga da Fepam Cleonice Kazmirczak, não foram encontrados peixes agonizando, em busca de oxigênio, o que seria uma característica se tivesse havido a mortandade por falta de oxigenação na água. Entre as espécies estavam biru, branca, grumatã, traíra e lambaris
Peixes mortos foram levados pela Fepam para análise. "Diante do fato de já estarem mortos será difícil descobrir o que realmente causou a mortandade. Para uma melhor análise, é preciso que o peixe esteja vivo. Como o animal já está em decomposição, a carga química à qual ele pode ter sido exposto também se perde’’, disse Cleonice. Mesmo assim, peixes mortos serão analisados e a bióloga da Fepam acredita que o resultado deve sair em uma semana
Registro
No dia 7 de outubro de 2006 foi registrada a maior mortandade de peixes do Rio dos Sinos. O coordenador de fiscalização da Semmam de São Leopoldo, Luiz Henrique Scharlau, diz que apesar de representativo o incidente de ontem não pode ser comparado ao de 2006.
Água azul
Na segunda-feira, quem passou pela Avenida Nações Unidas, no Centro, pode ver a coloração azul na água do Arroio Luiz Rau. Fiscais coletaram amostras para análise em laboratório, cujo resultado está previsto para terça-feira. Em nota, a Semam informou que ainda não há confirmação de que os peixes mortos tenham ligação com o fato ocorrido na segunda-feira, quando uma empresa local (já identificada e autuada) despejou um tipo de resíduo no arroio. Se ficar comprovado algum dano ao meio ambiente a multa pode variar de 500 reais a R$ 10 milhões.
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FONTE : Instituto Humanitas Unisinos
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