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Governo Dilma
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A escolha de Aldo Rebelo (PCdoB) para assumir o comando do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) no segundo mandato de Dilma Rousseff foi recebida com apreensão por ambientalistas e parte da comunidade científica nacional. Não só pelo fato de ser uma indicação política, mas por causa de algumas posições polêmicas assumidas por ele nos últimos anos. Márcio Santilli, do Instituto Socioambiental (ISA), disse que a indicação de Rebelo para o MCTI é "constragedora para o Brasil", especialmente neste ano, em que deverão ser definidas as novas metas internacionais de redução de emissões de gases do efeito estufa, e que o desmatamento da Amazônia volta a apresentar tendências de aumento. "Se era para ele ser ministro, teria sido melhor em outra área", avalia Santilli - OESP, 11/1, Metrópole, p.A22. |
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"Mesmo com a vara curta, Rebelo fará com Kátia Abreu no Ministério da Agricultura um duo suficientemente paranoico para cutucar a onça do desmatamento. O Inpe, agora, estará subordinado a Rebelo. É quase certo que o recém-ministro se prestará com convicção à tarefa de impedir que o instituto que ganhou fama internacional com o melhor sistema de monitoramento por satélite da destruição florestal prossiga no que o parlamentar deve considerar um trabalho de quinta coluna: fornecer dados transparentes sobre o estado da maior floresta tropical do planeta. Cada governo tem o ministro que merece. Lula teve Eduardo Campos e Sérgio Rezende no MCTI. Dilma foi de Aloizio Mercadante, Marco Antonio Raupp e Clelio Campolina Diniz. Agora, vai dançar em Paris ao som da dupla Aldo e Abreu", artigo de Marcelo Leite - FSP, 11/1, Ciência, p.C10. |
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"O governo planeja remodelar a estratégia de licenciamento ambiental da próxima grande usina a ser construída no País, a Hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, em Itaituba (PA). O plano do governo é retirar do processo de licenciamento da usina ações sociais que hoje são condicionantes para a licença das obras. Programas como ações de saneamento básico, saúde, segurança pública e educação deverão ser tratados separadamente, mantendo-se no âmbito do licenciamento apenas as questões sobre impacto ambiental. A proposta do governo faz sentido. Afinal, não misturar condicionante ambiental com programas sociais é um ponto que há bastante tempo o setor privado vem solicitando. Até o momento, no entanto, o governo tratou o assunto com promessas - e adiamentos", editorial - OESP, 12/1, Notas e Informações, p.A3. |
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Água
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O novo presidente da Sabesp, Jerson Kelman, traçou um cenário pessimista para a crise da água neste ano, prevendo maior aperto e "sofrimento" da população. "Seria uma irresponsabilidade, com o quadro que está hoje, 9 de janeiro, olharmos para frente com otimismo", discursou ele, ao assumir a função na gestão Geraldo Alckmin (PSDB). Além de ressaltar que "não temos boas notícias", Kelman disse que precisará intensificar as manobras de redução de pressão da rede -que têm como efeito a falta de água principalmente à noite e em lugares mais altos e distantes. "Inescapavelmente, teremos algum tipo de sofrimento pela população", disse ele - FSP, 10/1, Cotidiano, p.C6; OESP, 10/1, Metrópole, p.A16. |
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A Sabesp decidiu ampliar para parte do interior paulista a cobrança da sobretaxa para moradores que aumentarem seu consumo de água. A medida, que havia sido anunciada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) no final de dezembro para 31 cidades da região metropolitana de São Paulo, também valerá para 12 da região de Bragança Paulista e Campinas. Os novos municípios que foram incluídos na sobretaxa também são atendidos pelo sistema Cantareira, que vive a pior crise de sua história. São eles: Itatiba, Jarinu, Monte Mor, Paulínia, Hortolândia, Morungaba, Bragança Paulista, Joanópolis, Nazaré Paulista, Pinhalzinho, Piracaia e Vargem. Juntas, as cidades tem mais de 750 mil habitantes - FSP, 10/1, Cotidiano, p.C7. |
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Em vigor desde quinta-feira, 8, a multa da água em São Paulo já poderia ter resultado em uma economia de 52 bilhões de litros se tivesse sido adotada a partir de maio de 2014, quando o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou a medida pela primeira vez. O volume equivale a 5,3% da capacidade normal do Sistema Cantareira e teria evitado que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) retirasse água da segunda cota do volume morto do manancial. A companhia afirma que a medida se baseia em "firmes critérios técnicos" -OESP, 12/1, Metrópole, p.A15. |
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A 1,6 mil metros de altitude, quase no topo da Serra da Mantiqueira, parte das nascentes que formam o Rio Jaguari em Camanducaia, no sul de Minas, renasceu com as chuvas dos últimos 30 dias. A água que voltou a brotar na montanha anima os moradores da região, mas ainda não tem volume nem força para percorrer 100 quilômetros e encher os reservatórios do Sistema Cantareira em Bragança Paulista e Joanópolis, em São Paulo. - OESP, 11/1, Metrópole, p.A18. |
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A destruição da mata ciliar do Rio Jaguari ao longo de seu trajeto sinuoso por dentro da Serra da Mantiqueira, no sul de Minas, é hoje a maior vilã da recuperação das represas do Sistema Cantareira. Sem a vegetação nas suas margens, que deram lugar a imensas plantações de arroz, eucaliptos e a pastagens de gado, o Jaguari sofre um grave processo de erosão que causa o assoreamento do leito do rio e impede que as chuvas na região serrana cheguem aos reservatórios. O resultado da destruição da mata ciliar do rio ao longo do tempo, segundo especialistas, é justamente a diminuição do volume de água que chega ao Cantareira. Segundo monitoramento da Fundação SOS Mata Atlântica, a região tem apenas 21,5% da cobertura vegetal nativa - OESP, 11/1, Metrópole, p.A19. |
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Cerca de 1 milhão de mudas de espécies nativas destinadas ao reflorestamento das bacias que compõem o Sistema Cantareira estão há três meses aguardando a volta das chuvas na região para serem plantadas. Segundo Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, responsável pelo projeto, as condições climáticas ainda não estão favoráveis, apesar do ressurgimento de algumas nascentes no sul de Minas - OESP, 11/1, Metrópole, p.A18. |
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A Agência Nacional de Águas (ANA) deverá autorizar o uso do chamado volume morto (não operacional) de pelo menos um dos reservatórios da bacia do rio Paraíba do Sul. A decisão será tomada após reunião, prevista para essa semana, do Grupo de Trabalho que acompanha a operação na bacia, formado por representantes do setor elétrico e dos governos do Rio, de São Paulo e de Minhas Gerais - OESP, 10/1, Metrópole, p.A16. |
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Um pequeno gole para o homem, um grande recado para a Humanidade. Ao investir em um equipamento que transforma excrementos humanos em água potável - e beber o resultado na semana passada -, Bill Gates empurrou a crise hídrica mundial para os holofotes. No Brasil, a pauta, que por décadas foi adotada exclusivamente pelo poder público, transbordou para pequenas iniciativas particulares. De um grupo de surfistas na Amazônia a professores de Medicina em Minas Gerais, há um leque de projetos que tentam combater o descaso histórico com a água. Segundo o Instituto Trata Brasil (ITB), cerca de 3,5 mil piscinas olímpicas de esgoto são despejadas diariamente em rios e mares no país. Finalmente somos forçados a olhar além do horizonte - avalia Edison Carlos, presidente do ITB - O Globo, 12/1, Sociedade, p.18. |
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O Ministério da Integração Nacional cobrou do governo de São Paulo um plano de ação para lidar com a crise hídrica, que tende a se agravar neste ano. Há dez dias no cargo, o ministro Gilberto Occhi enviou uma carta ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) para oficializar o pedido para participar do processo de planejamento e das ações de combate à falta d'água no Estado. "São Paulo conhece muito mais São Paulo do que nós, mas nós conhecemos muito mais de crise do que o Estado de São Paulo. Então, nós queremos unir esses esforços", disse Occhi, em entrevista -OESP, 10/1, Metrópole, p.A16. |
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Geral
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Depois de quase esgotar o seu potencial hidrelétrico na década de 90, o Nordeste ressurge como a grande sensação da energia alternativa. Até 2023, a geração de novas fontes renováveis - como eólica e solar - vai representar 60% da matriz elétrica da região. Juntas, as usinas vão somar 22 mil megawatts (MW) de potência instalada, mais que o dobro da atual capacidade hídrica do Nordeste (de 10,8 mil MW) e quase metade da geração alternativa prevista para o País, segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2023. Melhor: quase sempre localizados em áreas pouco desenvolvidas, os empreendimentos trazem forte melhoria da renda da população local, que tem poucas opções de emprego - OESP, 11/1, Economia, p.B6. |
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O distrito de Secretário, no Rio de Janeiro, está no centro de um turbilhão. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) analisa a concessão de uma licença prévia para um megaempreendimento hoteleiro, residencial e esportivo desenhado para ocupar uma área de 1.100 hectares - que corresponde a quase um terço do Parque Nacional da Tijuca. O projeto, que prevê a construção de cinco hotéis e quatro campos de golfe, será implantado ao longo de 30 anos. O órgão ambiental já considerou a construção viável. Porém, o início das obras ainda depende de mais análises - O Globo, 12/1, Rio, p.6. |
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"Até a semana passada, estávamos perdendo a guerra contra as bactérias. Depois de décadas sem um novo antibiótico em nosso arsenal, surge uma esperança. Cientistas descobriram um novo antibiótico que aparentemente é uma bomba atômica terapêutica. Se um gramado do Maine (EUA) esconde essa maravilha, imagine o que pode estar escondido na gigante biodiversidade da Floresta Amazônica. Mas no Brasil é impossível. Floresta por aqui ainda só serve para ser queimada e transformada em pasto", artigo de Fernando Reinach - OESP, 10/1, Metrópole, p.A20. |
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