Powered By Blogger

segunda-feira, 1 de setembro de 2014


Resumo diário de notícias selecionadas
dos principais jornais, revistas, sites especializados e blogs,
além de informações e análises direto do ISA
 
 
HOJE:
Água, Amazônia, Biodiversidade, Parques, Povos Indígenas, Sustentabilidade
Ano 14
01/09/2014

 

Direto do ISA

 
  Canoada Bye Bye Xingu irá percorrer trecho impactado por Belo Monte e promover diálogos sobre o futuro da Amazônia. Serão mais de 100 km em canoas tradicionais guiadas por indígenas e ribeirinhos - Direto do ISA, 1/9.
  Cerca de cem indígenas Guarani Mbya que vivem na Terra Indígena do Jaraguá (norte da capital paulista) se reuniram na aldeia Tekoa Itakupe (Sol Nascente) em protesto contra o processo de reintegração de posse na manhã de sexta-feira, 29, data limite determinada pela Justiça para que a Funai realizasse a desapropriação da área - Direto do ISA, 30/8.
   
 

Povos Indígenas

 
  A caravana mambembe interrompe a viagem pela Amazônia, em 1978, ao encontrar uma família indígena perdida, que pede carona até Altamira (PA), marco da rodovia Transamazônica. "Depois que os brancos chegaram, minha aldeia se acabou", relata o cacique. A história se repete no Pará 36 anos depois da passagem da trupe fictícia de "Bye Bye Brasil" (1979), de Cacá Diegues. Mãe e filha, índias que participaram das filmagens, serão retiradas de onde vivem há 30 anos por causa da usina de Belo Monte. Para Diegues, o filme foi premonição do que estava acontecendo e do que ainda aconteceria no país. "Infelizmente, o pior da premonição continua nas invasões de terras indígenas, na eliminação deles e de seus valores", diz - FSP, 30/8, Poder 2, p.7.
  A situação nas aldeias do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alto Solimões reflete êxitos e problemas do Mais Médicos. Formado por 189 aldeias e 55 mil índios, o DSEI Alto Solimões hoje tem 25 médicos - 16 cubanos. Embora o distrito já tivesse nove médicos brasileiros antes da chegada dos estrangeiros, nenhum deles ficava fixo na comunidade. Se agora a comunidade tem um médico, ainda falta no polo de atendimento soro contra picada de cobras, problema comum na região. E se hoje há tratamento para diarreia e parasitoses, a falta de água potável ainda torna difícil a prevenção desse tipo de doença - OESP, 31/8, Metrópole, p.A24.
   
 

Amazônia

 
  O plano "BR-163 Sustentável", principal tentativa de Marina Silva quando era ministra de Lula para evitar o desmatamento induzido por estradas na Amazônia, virou fumaça, ou poeira. Não se vê outra coisa nos cerca de 200 km que ainda falta pavimentar da rodovia no sudoeste do Pará. O Inpe alertou que cresceram 320% os focos de queimadas no Pará em 2014, até o último dia 19, em comparação com o mesmo período em 2013. A maioria ocorreu na área da BR-163, nos municípios de Altamira, Itaituba e Novo Progresso. A estrada deve ficar pronta no fim de 2015 - FSP, 31/8, Ciência, p.C12.
  Dos 200 km² do Assentamento Areia 2, na região da BR-163 (PA), cerca de 30 km² são explorados por madeireiros e há ocupação ilegal de lotes por fazendeiros. Das 275 famílias assentadas, só 73 têm títulos e podem obter crédito para agricultura familiar (Pronaf). Ao menos 15 assassinatos foram cometidos entre 2010 e 2012. Osvalinda Maria Marcelino Alves Pereira tornou-se líder da associação de mulheres no Areia 2. No ano passado, começou a receber ameaças. Madeireiros foram com capangas armados à sua casa e ofereceram dinheiro em troca de apoio para impedir a entrada do Ibama no assentamento - FSP, 31/8, Ciência+Saúde, p.C13.
  Os irmãos Santos adquiriram uma posse de mil hectares em Novo Progresso, no final dos anos 1990, de um tal sr. João, com o dinheiro apurado ao serem desapropriados pela usina de Itaipu, no Paraná. A transação teve apenas um documento particular, "como é comum na região". A fazenda hoje tem 200 cabeças de gado, em área que o governo incluiu na Floresta Nacional do Jamanxim em 2006. Os Santos correm o risco de perder a propriedade e receber pagamento só pelas benfeitorias. Como não há título firme das terras, elas pertencem à União e não podem ser objeto de indenização - FSP, 31/8, Ciência, p.C13.
  As empresas responsáveis pela construção da usina hidrelétrica de Santo Antônio vão paralisar as obras nesta semana. Segundo consórcio construtor, a concessionária Santo Antônio Energia informou às empreiteiras que não tem mais recursos para pagar pelos gastos com a obra. "Em razão disso e também como o consórcio já vem suportando o ônus financeiro de inadimplementos anteriores da Santo Antônio Energia, o Consórcio Construtor Santo Antônio esclarece que está iniciando um plano de desmobilização, com a consequente paralisação das atividades da obra e da fabricação dos equipamentos eletromecânicos, até que seja regularizada a situação", informou, em nota, o consórcio construtor - OESP, 1/9, Economia, p.B7.
   
 

Água

 
  O Brasil terá que investir mais de R$ 12 bilhões por ano para atingir a meta de universalizar o sistema de água e esgoto no país até 2033, como previsto no Plano Nacional de Saneamento Básico, segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O valor é o dobro do que o governo gasta atualmente. De acordo com a pesquisa, entre 1995 e 2011, a média anual destinada à ampliação da capacidade de água e esgoto foi de R$ 6,3 bilhões. Nesse ritmo, a universalização ocorreria apenas em 50 anos. O levantamento, entregue aos presidenciáveis, conclui que serão necessários R$ 274,8 bilhões nos próximos 20 anos para acabar com o déficit no saneamento - O Globo, 1/9, País, p.3.
  O estudo da CNI mostra que a redução das perdas nos sistemas de abastecimento de água geraria ganhos potenciais de R$ 29,9 bilhões para a economia até 2025. Essa economia seria alcançada ao se reduzir o volume desperdiçado nas redes de distribuição para 23,2% nos próximos 11 anos. Hoje, é de 36,9% - O Globo, 1/9, País, p.3.
  O Sistema Cantareira completou oito meses consecutivos recebendo um volume de água pior do que a mínima histórica. Desde janeiro, as represas do maior manancial paulista têm quebrado mensalmente recordes negativos de seca em 84 anos de medições. O déficit é resultado de uma conta que não fecha desde maio de 2013, quando o sistema passou a liberar mais água do que recebeu. Em agosto, enquanto cedeu 22,49 mil litros por segundo para abastecer cerca de 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo e 5 milhões na região de Campinas, o sistema recebeu 6,32 mil litros por segundo de água da chuva ou de seus rios afluentes - OESP, 31/8, Metrópole, p.A29.
  A seca histórica nos rios e represas que formam o Sistema Cantareira tem levado cidades da região de Campinas (SP) a buscarem em lagos e cavas de mineração desativadas uma alternativa de abastecimento de água. Por meio de imagens de satélites, o Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) mapeou 119 áreas com potencial para suprir a escassez hídrica na região, a pior em 90 anos. Até o momento, o levantamento apontou para a existência de 61 cavas e 58 pequenos reservatórios. "Agora, vamos fazer um sobrevoo para identificar e confirmar a existência dessas cavas e reservatórios e discutir como elas podem ser aproveitadas", explica José Cezar Saad, coordenador do projeto - OESP, 1/9, Metrópole, p.A15.
  A ANA (Agência Nacional de Águas) manifestou-se em nome do grupo anticrise do sistema Cantareira na sexta-feira, gerando controvérsia com o governo de São Paulo. Em nota divulgada em seu site, a agência disse que ela e o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), ligado ao governo paulista, "acordaram" diminuir a quantidade de água que a Sabesp pode retirar do sistema Cantareira para a Grande SP. Segundo a nota, a estatal teria de reduzir a captação duas vezes no próximo bimestre: a partir de 30 de setembro, de 19.700 para 18.100 litros por segundo; e, a partir de 31 de outubro, para 17.100 litros. A decisão não foi formalizada em comunicado oficial - FSP, 30/8, Cotidiano, p.C5; OESP, 30/8, Metrópole, p.E4.
  Relatora das Nações Unidas para a questão da água, a portuguesa Catarina de Albuquerque, afirma que a grave crise hídrica em São Paulo é de responsabilidade do governo do Estado. "E não sou a única a achar isso". Ela visitou o Brasil em dezembro de 2013. De volta ao país, ela falou, em Campinas, após participar de um debate sobre a crise da água em São Paulo: "Tinha de ter combatido as perdas de água. É inconcebível que estejam quase em 40%" - FSP, 31/8, Cotidiano, p.C6.
   
 

Geral

 
 
Previstas para serem inauguradas no fim deste ano ou início de 2015, as obras de pavimentação da Estrada-Parque Paraty-Cunha foram paralisadas por determinação da Justiça Federal, a pedido do Ministério Público. O órgão alegou falta de estudo de impacto ambiental para a execução das obras em um trecho de 9,5 quilômetros no Parque Nacional da Serra da Bocaina. Caso descumpra a decisão judicial, o governo do estado do Rio terá que pagar multa diária de R$ 50 mil - O Globo, 30/8, Rio, p.21.
  Ao completar 35 anos, o Projeto Tamar comemora recorde: em 2014, o número de filhotes de tartarugas marinhas soltos na natureza foi mil vezes maior que o registrado no primeiro ano da iniciativa. Foram mais de 2 milhões neste ano. Em 1981, quando ocorreram as primeiras solturas, foram cerca de 2 mil. "A gente não poderia imaginar que as populações de tartarugas marinhas no Brasil fossem se reproduzir de maneira tão forte", diz o coordenador nacional e um dos fundadores do Tamar, Guy Marcovaldi. "Estamos vendo a renovação do ciclo. As primeiras tartarugas liberadas voltaram ao local de nascimento para ter seus filhotes" - OESP, 31/8, Metrópole, p.A30.
  A lista de problemas ambientais no Brasil é grande - e começa a dar sinais que podem virar um pesadelo, se nada for feito a curto prazo. O abastecimento hídrico da maior cidade do País, São Paulo, está sob forte ameaça. Enquanto a região Sudeste sofre com a seca, o Nordeste tem chuvas acima da média. As mudanças climáticas estão aí como consequência de uma série de opções equivocadas que o País e o mundo fizeram. Rios e mares usados como esgoto, cidades planejadas para carros - e não para os moradores - são algumas das opções do passado que terão que mudar rapidamente. Participantes dos Fóruns Estadão Brasil 2018 dizem que não haverá crescimento econômico sem preservação da natureza - OESP, 01/9, Caderno Especial, p.X1 a X8.
   
 
Imagens Socioambientais

Nenhum comentário: