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sábado, 30 de março de 2013

Varredura retira quase 300 metros de redes de pesca ilegal


Boa parte do material retirado estava na praia de Quintão, no litoral Norte


Varredura retira quase 300 metros de redes de pesca ilegal
Crédito: Divulgação Brigada Militar / CP
Uma varredura de Torres a Quintão retirou mais de 300 metros de redes de pesca ilegal e cinco tarrafas do Litoral Norte do RS. A operação, organizada pelo Comando Ambiental da Brigada Militar, localizou também diversos animais mortos na beira da praia, que podem ter sido vítimas da prática predatória. O trabalho começou às 6h e encerrou ao meio-dia.

Boa parte de quem foi pego em local, ou com instrumentos impróprios era amador. “O profissional sabe quais são os equipamentos e as áreas permitidas. Estamos dando orientações para evitar esse tipo de pesca”, explicou o comandante do Comando Ambiental, coronel Ângelo Vieira da Silva.

Entre as redes apreendidas, estavam diversas conhecidas como “Feiticeira”. Elas têm uma trama que consegue prender animais de todos os tamanhos, o que prejudica a fauna marinha. “É permitido pescar, mas isso deve ser feitos em locais próprios e com ferramentas corretas”, observou. Os equipamentos legais para pescadores amadores são caniços e linhas com anzol.

Boa parte do material apreendido estava na praia de Quintão. O Comando tem distribuído folders com informações sobre a pesca e quem desrespeita as regras precisa assinar um termo circunstanciado. “A nossa maneira de evitar é retirando o artefato de pesca ilegal e conscientizando”, completou Silva.
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Fonte: Karina Reif / Correio do Povo

Complexo de usinas no Noroeste gaúcho deve desalojar 12,6 mil pessoas


Estudos de viabilidade para construção de hidrelétricas podem começar neste mês


Estudo de viabilidade deve começar neste mês<br /><b>Crédito: </b> Vilson Winckler / Divulgação / CP
Estudo de viabilidade deve começar neste mês
Crédito: Vilson Winckler / Divulgação / CP

Devem começar neste mês os estudos de viabilidade para a construção das usinas hidrelétricas Garabi e Panambi, no Noroeste do Estado. As estruturas, que fazem parte de um projeto entre Brasil e Argentina, devem ter capacidade instalada somada de 2.200 MW e desalojar 12,6 mil pessoas.

Se implantadas, as barragens no rio Uruguai alagarão uma área de 73,2 mil hectares. Segundo o Estudo de Inventário do Rio Uruguai no Trecho Compartilhado entre Argentina e Brasil, realizado pelas empresas estatais Ebisa (Argentina) e Eletrobras (Brasil), o barramento de Garabi ficaria no km 863 do rio Uruguai, a cerca de 6 quilômetros a jusante (rio abaixo) dos municípios de Garruchos, que têm mesmo nome tanto no Brasil quanto na Argentina.

A estrutura alagaria as localidades de Garruchos e também Azara, San Javier e Itacaruaré, na Argentina, e Porto Xavier, no Brasil. Estima-se que a população urbana a ser desalojada é de cerca de 2,1 mil pessoas e a rural, 3,8 mil. Além de afetar vias pavimentadas, prejudicará a atividade pecuária, o cultivo de erva-mate, soja, arroz e áreas florestadas. Já a barragem de Panambi ficaria no km 1.016 do rio Uruguai, a aproximadamente 10 quilômetros a montante (rio acima) dos municípios de Panambi (Argentina) e Porto Vera Cruz (Brasil). A usina inundará as cidades de Alba Posse e Porto Mauá. Cerca de 1,3 mil pessoas devem ser atingidas na área urbana e 5,4 mil, na rural.

Os contratos para os estudos e projetos de engenharia, estudos ambientais e plano de comunicação foram assinados em dezembro por representantes do consórcio formado pelas empresas Consular, Engevix, Grupo Consultor Mesopotamico, Iatasa, Intertechne e Latinoconsult.

Uma Porto Alegre e meia alagada
Os técnicos da Ebisa e da Eletrobras estimam que as novas usinas tragam custo ambiental direto de aproximadamente R$ 1,2 bilhão, conforme informado no Estudo de Inventário do Rio Uruguai no Trecho Compartilhado entre Argentina e Brasil. As barragens alagarão 73,2 mil hectares, área equivalente a cerca de uma Porto Alegre e meia.

Na Garabi, da vegetação nativa serão afetados 44 mil hectares (ha), incluindo o alagamento de áreas do Parque Ruta Costera do Rio Uruguay, da Reserva Privada Santa Rosa, na Argentina, além das Áreas de Importancia para la Conservación de las Aves C. Martires Barra S. María, Azara e Barra Concepción. Do lado brasileiro serão inundados trechos das margens dos rios Uruguai e Ijuí. Já a barragem Panambi alagará 19 mil ha de vegetação nativa. No caso das Unidades de Conservação, o impacto sobre o Parque Estadual do Turvo será de 60 ha; e sobre a Reserva de Biosfera Yabotí (Argentina), 34 ha.

Outros impactos decorrentes da transformação permanente dos ambientes e como eles afetarão os ecossistemas das unidades de conservação ainda requerem estudos específicos. Conforme o professor do departamento de Botânica da Ufrgs Paulo Brack, milhares de hectares de florestas, campos nativos e áreas agrícolas serão destruídos. “Trata-se do principal enclave da Mata Atlântica de interior, com elementos originários também do Sul da Amazônia”, destaca, lembrando que a área abarca mais de 1,5 mil espécies.

Com informações dos repórteres Agostinho Piovesan, Felipe Dorneles e Maria Dal Canton Piovesan

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Fonte: Correio do Povo

sexta-feira, 29 de março de 2013

Fogo já consumiu 2 mil hectares da reserva do Taim


Aviões com capacidade de despejar até 3 mil litros de água são empregados no combate às chamas


Combate ao fogo na reserva do Taim passa a empregar aviões de porte maior. Veja mais fotos
Crédito: Henrique Ilha / Especial / CP
Após aval da Marinha, emitido por volta das 15h30min desta sexta-feira, um dos sobrevoos previsto para a tarde de hoje foi realizado na Estação Ecológica do Taim no Sul do Estado, que é atingida por um incêndio desde terça-feira e que já consumiu cerca de 2 mil hectares de vegetação. O combate às chamas passa a ser feito com aeronaves de maior porte, trazidas da Bahia pelo Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio). Ambas tinham previsão de chegar ao Rio Grande do Sul ainda ontem, o que não foi possível em função do mau tempo.

Segundo o chefe da estação ecológica, Henrique Ilha, o primeiro avião a executar sobrevoo consegue despejar até 2 mil litros de água sobre os focos de incêndio na mata. Uma outra aeronave, com capacidade para 3 mil litros, ainda espera aval da Polícia Rodoviária Federal para pousar e decolar na BR 471, que corta o parque do Taim. A rodovia precisar ser interditada para a ação. O objetivo é reduzir o trajeto, ampliando a quantidade e agilidade de água despejada sobre o incêndio. Até essa quinta-feira, dois aviões agrícolas eram utilizados para combater as chamas – cada um com capacidade limitada a 600 litros. O trabalho de extinção também é feito por terra, com duas lanchas.

Répteis e anfíbios são os mais afetados

Segundo Ilha, o fogo não avançou tanto pela manhã, em função do vento mais fraco na região. O primeiro foco de incêndio foi percebido por volta das 9h de terça. A causa mais provável é de que um raio tenha atingido um ponto da reserva. Quanto ao impacto sobre os animais, Ilha afirmou que pode ser maior sobre os répteis e anfíbios devido à mobilidade das espécies, mais limitada.


Caderno temático ‘Moendo Gente – A situação do trabalho nos frigoríficos’


O programa Escravo, nem pensar!, com apoio da Catholic Relief Services e da TAM Airlines, lançou em março o caderno temático “Moendo gente – A situação do trabalho nos frigoríficos”, voltado para educadores que queiram abordar o tema em atividades na escola ou com outros públicos.
A publicação didática confronta o fato de o Brasil ser o maior produtor de carnes do mundo com as difíceis condições de trabalho nas plantas frigoríficas. Além disso, são apresentados depoimentos de trabalhadores, que revelam suas duras histórias nas linhas de abate de bovinos, aves e suínos.
Em 2011, os frigoríficos brasileiros exportaram 15,64 bilhões de dólares em produtos. No entanto, por trás do grande lucro gerado por este setor existe um quadro marcado pela exposição dos trabalhadores a sérios riscos à sua saúde física e psicológica nesse ambiente de trabalho.
Jornadas exaustivas, ritmo ininterrupto de produção, pressão psicológica, elevada carga de movimentos repetitivos e exposição a baixas temperaturas são algumas situações que compõem o cenário do trabalho em muitos frigoríficos do país.
Vale, então, a pena manter um sistema de produção que adoece e lesiona tantos trabalhadores para inflar as exportações do país? Reflexões como essa são suscitadas neste caderno temático, que faz parte de um conjunto de produções da Repórter Brasil, voltadas para o mesmo tema:
O premiado documentário “Carne e Osso” (2011) apresenta a realidade impactante e depoimentos que revelam o árduo cotidiano do trabalho nos frigoríficos brasileiros.
Listado entre os 10 melhores projetos de jornalismo digital pela Revista Superinteressante, o hot site “Moendo Gente” denuncia, em formato multimídia, acidentes, doenças e outros problemas decorrentes do trabalho na indústria da carne.
 
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Fonte: Adital

Moendo Gente: as más condições de trabalho na indústria da carne

Impressionante os dados apresentados pelo projeto Moendo Gente, do Reporter Brasil. No hotsite do projeto há uma série de documentos, mapas, reportagem sobre a indústria da carne no Brasil, no qual pressupõe que para manter seu exponencial crescimento, consequentemente lucro é necessário muito sangue: seja dos animais abatidos, seja dos animais abatedores, ou seja, dos trabalhadores e trabalhadoras dos frigoríficos.
Abaixo um breve resumo dos resultados da investigação.
Moendo Gente: as más condições de trabalho na indústria da carne
Quem trabalha em um frigorífico se depara diariamente com uma série de riscos que a maior parte das pessoas sequer imagina. Exposição constante a facas, serras e outros instrumentos cortantes; realização de movimentos repetitivos que podem gerar graves lesões e doenças; pressão psicológica para dar conta do alucinado ritmo de produção; jornadas exaustivas até mesmo aos sábados; ambiente asfixiante e, obviamente, frio – muito frio.
No Brasil, os danos à saúde gerados no abate e no processamento de carnes destoam da média dos demais segmentos econômicos. São elevados os índices de traumatismos, tendinites, queimaduras e até mesmo de transtornos mentais. Para enfrentar tais problemas, é urgente reprojetar tarefas, introduzir pausas e, em alguns casos, diminuir o ritmo das linhas de produção. Medidas que, no entanto, esbarram em resistências de indústrias do setor.
Em 2012, a ONG Repórter Brasil investigou a fundo as condições impostas aos funcionários dos três maiores frigoríficos brasileiros: Brasil Foods (BRF), JBS e Marfrig. O resultado, apresentado nessa reportagem digital, mostra exemplos típicos da realidade descrita acima. São dezenas de unidades industriais condenadas na Justiça, interditadas, multadas ou processadas por graves problemas na organização do trabalho (mais detalhes no mapa da home page).
Essas três empresas comandam o vertiginoso crescimento de uma indústria nacional que, nos últimos anos, invadiu restaurantes e supermercados em todos os continentes. Contaminando, dessa forma, milhões de refeições mundo afora com o indigesto cotidiano de trabalho na indústria brasileira da carne.
Por isso mesmo, também foram investigados os elos que ligam BRF, JBS e Marfrig às maiores redes mundiais de fast-food e aos dez maiores varejistas globais com atuação no setor alimentício*. As informações aqui apresentadas, baseadas em relacionamentos comerciais identificados nos anos de 2011 e 2012, mostram como tais empresas distribuem a carne brasileira em dezenas de países. Em alguns casos, importando peças bovinas, suínas e de aves diretamente do Brasil. Em outros, vendendo produtos de subsidiárias internacionais dos três frigoríficos – que, por sua vez, processam matéria-prima oriunda de abatedouros brasileiros. Além disso, foram mapeados outros fabricantes de alimentos, importadores de proteína animal da BRF, JBS e Marfrig, e que têm seus itens vendidos por grandes redes de supermercados.
A reportagem também mostra clientes de empresas europeias, asiáticas e norte-americanas adquiridas em anos recentes pelos três gigantes brasileiros da carne, mas que não necessariamente utilizam carne do Brasil em suas linhas de produção. Um alerta importante, em tempos de crescente globalização dessa indústria, para mostrar como os parceiros comerciais dos grupos BRF, JBS e Marfrig, independentemente da origem do produto, podem estar financiando uma rede de negócios associada ao adoecimento e à incapacidade de milhares de trabalhadores.
Os frigoríficos, varejistas e redes de fast food citados foram convidados a se pronunciar sobre os problemas encontrados. A reportagem traz o posicionamento daqueles que quiseram se manifestar.
Moendo Gente dá continuidade à pesquisa da Repórter Brasil iniciada para a realização do premiado documentário “Carne Osso – O Trabalho em Frigoríficos“, vencedor de festivais dentro e fora do país.
*“Os Poderosos do Varejo Global”, 15ª Edição (Deloitte, 2012)
 
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Veja o documentário Carne e Osso: Um retrato do trabalho nos frigoríficos brasileiros

Documentário alia imagens impactantes a depoimentos que caracterizam o duro cotidiano do trabalho nos frigoríficos brasileiros de abate de aves, bovinos e suínos
Quem trabalha em um frigorífico se depara diariamente com uma série de riscos que a maior parte das pessoas sequer imagina. Exposição constante a facas, serras e outros instrumentos cortantes; realização de movimentos repetitivos que podem gerar graves lesões e doenças; pressão psicológica para dar conta do alucinado ritmo de produção; jornadas exaustivas até mesmo aos sábados; ambiente asfixiante e, obviamente, frio – muito frio.
Esse é o duro cotidiano de trabalho nos frigoríficos brasileiros de abate de aves, bovinos e suínos que o documentário Carne, Osso traz à tona. Ao longo de dois anos, a equipe da ONG Repórter Brasil percorreu diversos pontos nas regiões Sul e Centro-Oeste à procura de histórias de vida que pudessem ilustrar esses problemas.
O filme alia imagens impactantes a depoimentos que caracterizam uma triste realidade que deve ser encarada com a devida seriedade pela iniciativa privada, pela sociedade civil e pelo poder público.

Danos físicos e psicológicos

“Cerca de 80% do público atendido aqui na região é de frigoríficos. Ainda é um pouco difícil porque o círculo vicioso já foi criado. O trabalhador adoece e vem pro INSS [Instituto Nacional de Seguro Social]. Ele não consegue retornar, ele fica aqui. E as empresas vão contratando outras pessoas. Então já se criou um círculo que agora para desfazer não é tão rápido e fácil”
Juliana Varandas, terapeuta ocupacional do INSS de Chapecó (SC).
As estatísticas impressionam. De acordo com o Ministério da Previdência Social, um funcionário de um frigorífico de bovinos tem três vezes mais chances de sofrer um traumatismo de cabeça ou de abdômen do que o empregado de qualquer outro segmento econômico. Já o risco de uma pessoa de uma linha de desossa de frango desenvolver uma tendinite, por exemplo, é 743% superior ao de que qualquer outro trabalhador. E os problemas não são apenas físicos. O índice de depressão entre os funcionários de frigoríficos de aves é três vezes maior que o da média da população economicamente ativa do Brasil.

Ritmo frenético

“A gente começou desossando três coxas e meia. Depois, nos 11 anos que eu fique lá, cada vez eles exigiam mais. Quando saí, eu já desossava sete coxas por minuto”
Valdirene Gonçalves da Silva, ex-funcionária de frigorífico
Em alguns frigoríficos de aves, chegam a passar mais de 3 mil frangos por hora pela “nória” – a esteira em que circulam os animais. Há trabalhadores que fazem até 18 movimentos com uma faca para desossar uma peça de coxa e sobrecoxa, em apenas 15 segundos. Isso representa uma carga de esforço três vezes superior ao limite estipulado pelos especialistas em saúde do trabalho.

Reclamações curiosas

“Tu não tem liberdade pra tu ir no banheiro. Tu não pode ir sem pedir ordem pro supervisor teu, pro encarregado teu. Isso aí é cruel lá dentro. Tanto que tem gente que até louco fica”
Adelar Putton, ex-funcionário de frigorífico
Muitos trabalhadores se queixam também de restrições de menor importância – pelo menos, aparentemente. Por exemplo: o funcionário só pode ir ao banheiro com permissão do supervisor e em um tempo bastante curto, coisa de poucos minutos. Também são tolhidas aquelas conversinhas paralelas que possam diminuir o ritmo de trabalho.

Problemas com a Justiça

“O trabalho é o local em que o empregado vai encontrar a vida, não é o local para encontrar a morte, doenças e mutilações. E isso no Brasil, infelizmente, continua sendo uma questão séria”
Sebastião Geraldo de Oliveira, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª região (TRT-3)
Nas regiões em que estão instaladas as indústrias frigoríficas, boa parte dos processos que correm na Justiça do Trabalho diz respeito a essas empresas. Em cidades como Chapecó, no oeste de Santa Catarina, as ações movidas por trabalhadores contras essas companhias respondem por mais da metade dos processos.

Pujança econômica

“Esse é um problema de interesse do conjunto da sociedade, não é só de um setor. O Estado tem que se posicionar. Não se pode fazer de forma tão impune ações que levam ao adoecimento e à incapacidade tantos trabalhadores”
Maria das Graças Hoefel, médica e pesquisadora
O Brasil é simplesmente o maior exportador de proteína animal do mundo. O chamado “Complexo Carnes” ocupa o terceiro lugar no pódio do agronegócio nacional, atrás apenas da soja e do açúcar/etanol. Em 2010, as vendas externas superaram US$ 13 bilhões. No total, o setor emprega diretamente 750 mil pessoas. Vale lembrar que muitos desses frigoríficos se transformaram em gigantes no mercado mundial com dinheiro do governo via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – o principal banco de fomento da economia brasileira.

Melhorar é possível

“Basicamente, é conscientizar essas empresas para reprojetar essas tarefas. Introduzir pausas, para que exista uma recomposição dos tecidos dos membros superiores, da coluna. Em algumas vai ter que ter diminuição de ritmo de produção. Nós estamos hoje chegando só no diagnóstico do setor. Mas as empresas ainda refratárias a esse diagnóstico”
Paulo Cervo, auditor fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
Não é difícil diminuir a incidência de problemas no ambiente de trabalho de um frigorífico. Reduzir a jornada de trabalho, adotar um rodízio de tarefas, diminuir o ritmo da linha de produção e realizar pausas mais frequentes e mais longas são algumas medidas possíveis. Falta apenas que as empresas se conscientizem disso.
 
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Hoje tem Massa Crítica da Orla, em Porto Alegre


 
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Aqui jaz o futuro. Foto nas árvores cortadas criminosamente na praça Júlio Mesquita, em Porto Alegre-RS. Foto: Cíntia Barenho/CEA
Os ouvidos mortos da administração municipal deram o desfecho calamitoso – porém, previsível – à situação da obra de duplicação da Av. Edvaldo Pereira Paiva, junto ao Gasômetro: a prefeitura promete retomar os trabalhos a qualquer momento. Mesmo com os diversos e consistentes argumentos reiterando a ignorância e o desvalor da obra – que impõe que sigamos na contramão das estratégias alternativas de mobilidade que vêm sendo construídas em outras importantes cidades – o governo municipal deu de ombros, numa dissimulação que tenta fazer a todos nós de bobos.
Esta obra, assim como tantas outras, fazem parte do modelo de cidade ao qual Porto Alegre está submetida. Tal modelo, está cada vez mais óbvio, serve a interesses diversos e maquilados – interesses que não são os de seus cidadãos. Além da derrubada de centenas de árvores, esse ideal de (i)mobilidade urbana passa a construir uma cidade cada vez menos humana, cada vez menos pública.
Por conta disso propomos que a Massa Crítica de março siga em direção ao Gasômetro, para a praça Júlio Mesquita (Praça do Aeromóvel), onde foram derrubadas as primeiras árvores. Uma pedalada seguida de piquenique e o que mais vier a calhar para mostrar uma vez mais: queremos uma cidade para as pessoas!
TRAZ TEU AMOR E TUA INDIGNAÇÃO,
TRAZ TEU CARTAZ E TUA VOZ,
TRAZ TAMBÉM TUA ARTE E COMIDINHAS E BEBIDINHAS PRO NOSSO PIQUENIQUE NA PRAÇA!
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Parque é fechado após morte de animais por tuberculose bovina


Pampas Safari de Gravataí também foi interditado para circulação de pessoas


Parque é fechado após morte de animais por tuberculose bovina <br /><b>Crédito: </b> Glauco Malta / Pampa Safári / CP
Parque é fechado após morte de animais por tuberculose bovina
Crédito: Glauco Malta / Pampa Safári / CP
 
O Pampas Safari de Gravataí, na região Metropolitana de Porto Alegre, foi fechado nesta quinta-feira após uma inspeção de técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa). De acordo com o Ibama, a fiscalização foi realizada em razão de denúncias sobre a morte de animais por tuberculose bovina.

Está proibida a entrada e a saída de animais do local – um dos maiores parques naturais da América Latina e que abriga animais selvagens – assim como a circulação de pessoas por tempo indeterminado. Os animais do Pampa Safári passarão por uma série de exames e Ibama e Seapa vão avaliar que medidas serão tomadas para a reabertura do parque.

A denúncia sobre as mortes foram confirmadas com a realização de exames no laboratório da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e por meio de necropsia. O Ibama não confirmou o número de mortes, mas adiantou que mais de uma espécie de animal teria sido contaminada.

Apesar de rara, a tuberculose bovina pode ser transmitida para pessoas. A doença é causada por uma bactéria e os bovinos são os principais hospedeiros, embora outros animais possam ser contaminados.

O Pampas Safari, fundado há 35 anos, fica às margens da ERS 20. É um parque privado, referência nacional e mundial na criação de animais selvagens. Cerca de 2 mil animais são abrigados na área de 320 hectares. O Correio do Povo tentou entrar em contato com a administração do local por telefone, mas não obteve sucesso.
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FONTE : Correio do Povo, 21/3/2013

Atraso de aviões dificulta combate a incêndio no Taim


Equipe direciona fogo e espera que encontro com canal contenha chamas


Equipe direciona fogo e espera que encontro com canal contenha chamas
Crédito: Divulgação/CMD Naval/CP
Equipe de combate ao incêndio que atinge a Estação Ecológica (Esec) do Taim conseguiu direcionar a língua de fogo para o canal que divide as partes Norte e Sul da reserva. A ideia é que o fogo acabe ao encontrar o canal, que tem em torno de oito metros de largura. Isso evitaria que as chamas se espalhassem pela face Norte da unidade de conservação, segundo o chefe da Esec, Henrique Ilha. Segundo ele, como houve atraso na saída dos aviões, o trabalho só deve começar efetivamente na manhã desta sexta.

Até o final da tarde, a equipe ainda aguardava o reforço de dois aviões que vêm da Bahia contratados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão responsável pela Esec. As aeronaves, uma com capacidade para 2 mil litros d’água e outra para 3 mil, são consideradas fundamentais para atuar nos locais de fogo mais intenso.

IIha esclarece que as aeronaves deveriam fazer uma parada no Aeroporto de Pelotas para abastecer, antes de seguir até a Esec. Contudo, em Pelotas, o setor de navegação desconhecia qualquer informação sobre a chegada dos aviões. Próximo da estação, uma fazenda abriga estrutura para abastecimento e um caminhão-tanque com combustível segue por terra.

Durante toda a quinta-feira, aproximadamente 80 homens combateram as chamas por terra, auxiliados por dois aviões agrícolas, cada um com capacidade para 600 litros de água. As aeronaves têm sido utilizadas desde o início do incêndio, na terça-feira. O primeiro foco foi percebido às 9h e começou em uma área de banhado intransponível, onde não chega trator nem gado, de acordo com o chefe da Esec. Provavelmente, um raio atingiu o local e deu início ao fogo. Ilha relata que, na noite anterior, havia grande nuvem de chuva sobre a estação e ocorrência de raios.

Conforme o chefe da Esec, os ventos ajudaram na estratégia, mas estima-se que o incêndio tenha consumido no mínimo 1,4 mil hectares de banhado. Ele deve sobrevoar nesta sexta a área para avaliar a extensão dos danos. “Em alguns locais, por se tratar de banhado, em que a palha é mais baixa, ao entrar em contato com a água, o fogo se extinguiu sozinho”, diz.

O professor Marcelo Dutra da Silva, do Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), avalia que, apesar das proporções, o incêndio representa para a paisagem apenas uma grande mancha de perturbação, formada a partir de evento natural. “Mesmo que espécies sejam atingidas pelo fogo, para o sistema como um todo não chega a ser um dano de grandes consequências”, frisa.

Silva ensina que, em geral, as áreas unidas têm enorme capacidade de se autorregenerar. “Com a reorganização do sistema rapidamente ativada, em pouco tempo a área atingida se tornará verde e recolonizada”, cita. Porém, Silva observa que o Taim acumula muita matéria que, sujeita ao tempo seco, torna-se de fácil combustão. “Para pegar fogo, basta faísca, ponta de cigarro ou raio. O fogo passa ‘lambendo’ a superfície e continua até onde tiver matéria seca combustível”, adverte.

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FONTE : Corrio do Povo, 28/3/2013

Educação Ambiental em Revista


Eugênia Dias, Cintia Barenho e Anderson Alexis, do CEA durante o Projeto Ambientalistas Educadores, no Rincão Gaia. Foto: Soler CEA
Já está disponível, no site da Universidade Federal de Rio Grande (FURG), a edição especial da Revista Eletrônica do Mestrado de Educação Ambiental (REMEA), do Programa de Pós-graduação em Educação Ambiental (PPGEA), trazendo os resultados dos debates o evento integrado V CPEASul / IV EDEA, que buscou “congregar pesquisadores de instituições do Sul e de outras regiões do Brasil, além de países como o Uruguai, a Argentina e o Chile”, conforme informa o seu editor Vilmar Alves Pereira.
Segundo Pereira e os demais membros da REMEA, sua Editora Adjunta, Paula Corrêa Henning e os Bolsistas Assistentes da REMEA, Jacqueline Carrilho Eichenberger e Jusélia Paula da Silva, “os artigos destacados para essa Edição Especial da REMEA, apresentam algumas leituras que contribuem para uma reflexão sobre as principais temáticas discutidas pela Educação Ambiental no Brasil e América Latina.
Nela encontramos o artigo dos integrantes do CEA, intitulado A economia verde na Rio+20: (re) produção ou superação da crise ecológica, de autoria de Antonio Soler, Eugênia Dias e Cintia Barenho, o qual “sustenta que a visão hegemônica antropocêntrica, traduzida numa postura política, filosófica e ética, na qual não só a humanidade está apartada da natureza, mas esta é desprovida de valor e de direitos, salvo se resultar em utilidade para aquela, leva a crise ecológica.”
Além do artigo do CEA edição especial da REMEA traz os seguintes artigos:
A REMEA ainda aborda outros temas:
A REMEA mais uma vez traz a contribuição de diferentes saberes e práticas que compõem a Educação Ambiental – EA como campo do conhecimento e pode ser acessada aqui
 
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FONTE : Boletim do Centro de Estudos Ambientais de 28/3/2013

quinta-feira, 28 de março de 2013

Arte urbana recria animais nas margens do Tietê


por Redação do SOS Mata Atlântica
n77 Arte urbana recria animais nas margens do Tietê

Desde 22 de março (Dia Mundial da Água), moradores e visitantes de São Paulo encontram um elemento diferente na paisagem ao trafegar pelas margens do rio Tietê. Em uma intervenção de arte urbana, desenhos de espécies animais que já habitaram o rio foram fixados nas marginais do Tietê.
De autoria do artista Alexandre Casagrande, a intervenção tem como base a série de desenhos “Species Anonymous“: os desenhos foram inspirados nas gravuras produzidas pelo holandês Albert Eckhout, que integrou uma das principais expedições artísticas e científicas sobre o Brasil no século XVII. Financiada pelo príncipe Mauricio de Nassau, a missão tinha o dever de documentar as espécies animais e vegetais sob um olhar não-fantasioso.
O objetivo da intervenção é atrair o olhar e a percepção das pessoas que trafegam diariamente pelas vias marginais para lembrá-los de que o rio Tietê já foi vivo e exuberante, e atraía uma fauna diversa, como as espécies documentadas pelos naturalistas há cerca de trezentos anos.
A iniciativa é apoiada pela Fundação SOS Mata Atlântica, através da Rede das Águas, e integra os apoios e ações da Fundação pela passagem do Dia Mundial da Água e do Ano Internacional da Cooperação pela Água.
Os pontos onde os desenhos foram fixados são:
1. Calha do rio Tietê, entre as pontes da Freguesia do Ó e do Piqueri (sentido sul – Castelo Branco), à direita do rio Tietê;
2. Parede da alça de acesso da Dutra à marginal Tietê sentido Castelo Branco/Anhanguera;
3. Na Ponte Júlio Mesquita Neto, 2 desenhos podem ser vistos na mesma coluna: um no sentido leste, à esquerda do rio Tietê; e o outro no sentido Dutra/Anhanguera, à direita do rio Tietê;
4. Ponte da Aricanduva (sentido Ayrton Senna/ Anhanguera), à esquerda do rio Tietê.
* Publicado originalmente no site SOS Mata Atlântica.

Queda de braço sobre futuro nuclear do Japão


por Suvendrini Kakuchi, da IPS
n46 Queda de braço sobre futuro nuclear do JapãoTóquio, Japão, 28/3/2013 – O futuro dos planos energéticos do Japão dois anos após o acidente na central atômica de Fukushima depende de uma luta entre os que têm como objetivo o progresso econômico nacional e os ativistas nucleares, que destacam a prioridade de defender a vida das pessoas. “A queda de braço entre o governo e os que se opõem à energia nuclear se tornou um problema terrivelmente difícil no Japão”, disse à IPS o especialista Takao Kashiwage, do Instituto de Tecnologia de Tóquio.
A turbulência “emocional gerada pelas devastadoras consequências do acidente de Fukushima mascara um debate real e objetivo” sobre as necessidades energéticas do país e seu futuro nuclear, acrescentou o especialista. Kashiwage integra o oficial comitê de cogeração de energia e apoia a plataforma energética do primeiro-ministro, Shinzo Abe, que exige religar os reatores nucleares do país após a implantação de novos padrões de segurança que serão estabelecidos por uma comissão de especialistas independentes em julho.
“A segurança energética do Japão depende fortemente da energia nuclear. Abandonar por completo esta fonte (que antes do acidente atendia cerca de 30% das necessidades de energia) é uma medida muito drástica para o país”, explicou Kashiwage. Atualmente, o Japão importa 84% da energia que necessita. Na outra ponta estão os ativistas antinucleares, que pedem atenção para os perigos de nove das empresas de serviços públicos mais poderosas do Japão desenvolverem usinas nucleares, apoiadas por fundos estatais com a premissa de criar um fornecimento energético seguro para este país pobre em recursos.
Grandes somas foram destinadas a localidades pobres para construção de centrais nucleares qualificadas de “seguras”: segundo estimativas oficiais, um único reator custa cerca de US$ 10 bilhões, embora os ativistas afirmem que esse valor é muito maior quando se considera outros gastos, como o apoio às novas instalações e os subsídios para os governos locais anfitriões.
Entretanto, como o acidente de Fukushima deixou tragicamente claro, esses projetos não atenderam os requisitos de segurança, como os planos de contingência para evacuação em grande escala de moradores no caso de uma crise. Os ativistas apontam a enorme quantidade de vítimas do desastre que, em 11 de março de 2011, atingiu as comunidades próximas aos reatores de Fukushima, devido a um terremoto seguido de tsunami, como um dos exemplos mais impactantes das trágicas consequências que a energia nuclear pode ter sobre os seres humanos.
Também chamam a atenção para os riscos ambientais de armazenar material radioativo que possa envenenar facilmente a área circundante. Na verdade, perigosos vazamentos radioativos já obrigaram comunidades inteiras a abandonarem suas casas e seus empregos. Mais de 300 mil pessoas ainda ocupam moradias temporárias, dezenas de famílias estão separadas e muita terra agrícola foi transformada em campo deserto contaminado, incapaz de produzir um único cultivo comestível.
Yasuo Fujita, de 67 anos, é um desses muitos refugiados nucleares. Sua família viveu por gerações na aldeia de Namie, a apenas sete quilômetros de Fukushima. Pouco depois do acidente nessa central, ele foi obrigado a abandonar o comércio de sushi que mantinha há 30 anos e se mudar para Koto-ku, um município de Tóquio.
Atualmente, Fujita ainda espera uma indenização da Companhia de Energia Elétrica de Tóquio (Tepco) para reiniciar sua vida. “Perdi tudo em um segundo por causa do acidente em Fukushima”, afirmou à IPS. “Apesar dos planos do governo de reconstruir Fukushima em três ou quatro décadas, ninguém acredita que eles possam voltar. Com dezenas de jovens se mudando para outras áreas, não tem sentido regressar apesar de o governo trabalhar para a área voltar a ser segura, perspectiva na qual, de todo modo, não acreditamos”, acrescentou.
Por outro lado, o anúncio do dia 18 de que seria suspensa a refrigeração das barras de combustível nuclear gasto de três reatores da usina de Fukushima devido a apagões, causou pânico nacional e expôs um problema crucial na indústria atômica japonesa: a falta de transparência leva à disseminação de informação incorreta e à negligência em matéria de procedimentos sólidos de segurança.
O jornal Yomiuri informou no dia 21 que esse anúncio público da Tepco aconteceu muito tarde e ilustra as “frouxas medidas de segurança” da empresa, incluída a falta de um plano de apoio para enfrentar os acidentes. Porém, enquanto as enormes faturas do combustível continuam aumentando no Japão pelo segundo ano consecutivo e as contas domésticas por serviços aumentam 20%, em média, para cobrir os crescentes gastos da eletricidade, o apoio público aos ativistas contrários à energia nuclear parece estar fraquejando.
Em fevereiro, as importações de gás natural liquefeito aumentaram 19,1%, contribuindo com quase 40% de um déficit comercial sem precedentes, de US$ 8,2 bilhões, segundo o Ministério das Finanças. Uma pesquisa de opinião feita nesse mesmo mês pelo jornal japonês Asahi revelava que 46% dos consultados estavam a favor de continuar com a energia nuclear se fossem reforçadas as medidas de segurança, enquanto 41% apoiaram a abolição total.
Apenas dois dos 50 reatores nucleares do país – as unidades três e quatro da usina de Ōhi, na prefeitura de Fukui – estão operando, enquanto o restante foi fechado para trabalhos de manutenção ou reparos, levando o fornecimento de energia atômica a quase zero. Trata-se de uma redução drástica em relação aos níveis anteriores ao acidente em Fukushima, e é um enorme retrocesso para os planos nacionais de aumentar esta fonte de energia em 50% do fornecimento total.
Diante da dura realidade dos impactos do acidente e com o profundo compromisso público de evitar outro desastre, atualmente Abe impulsiona medidas de segurança, entre elas a instauração de uma nova Autoridade de Regulação Nuclear, integrada por especialistas independentes, que já deram alertas sísmicos para duas usinas atômicas. As próximas eleições nacionais indicarão um importante ponto de inflexão. Se vencer o conservador Partido Liberal Democrata, de Abe, os especialistas afirmam que o terreno estará pronto para reiniciar a atividade de usinas nucleares agora ociosas.
No entanto, Aileen Smith, presidente da Green Action e líder do movimento antinuclear, disse à IPS que os ativistas farão tudo o que puderem para deter estes planos, exercendo pressão sob a forma de demandas e grandes protestos públicos. “O governo fala em reiniciar usinas ociosas. Mas a perigosa realidade no terreno é que essas empresas de serviços públicos que se candidatam a autorizações enfrentarão uma dura batalha”, afirmou. Envolverde/IPS

Árvores podem ajudar a diminuir o crime nas grandes cidades


por Redação CicloVivo
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As áreas verdes incentivam a interação social e a ocupação sadia dos espaços públicos, coibindo práticas violentas. Foto: marcusrg/Flickr
Um estudo da Universidade de Temple, nos EUA, indica que, além de melhorar a qualidade do ar e deixar a paisagem urbana mais agradável, as árvores também podem combater a criminalidade nas grandes cidades, reduzindo, principalmente, o número de casos de agressão, furto e roubo.
Segundo os cientistas da universidade, localizada na Pensilvânia, as árvores, os arbustos, praças e parques com a vegetação bem cuidada incentivam a interação social e a ocupação da comunidade nos espaços públicos, coibindo práticas violentas. Além disso, as áreas verdes costumam transmitir calma para a maior parte das pessoas, eliminando comportamentos que poderiam levá-la à violência ou à prática criminosa.
Porém, nem todo mundo acredita que a pesquisa seja viável. Muitas pessoas não consideram as áreas verdes das metrópoles como locais seguros, uma vez que existe a ideia de que a vegetação possa encobrir e aumentar o consumo e o tráfico de drogas, além de algumas atividades criminosas, como estupros e homicídios.
Para as pessoas que não acreditam na pesquisa serem contrariadas, as autoridades responsáveis devem investir não apenas na segurança destas áreas de convivência, mas também nas condições da vegetação, que precisa de estudos e planejamentos que levem em conta os aspectos geográficos e sociais de cada região.
“Isso só vem reiterar a necessidade das autoridades públicas levarem mais a sério o paisagismo urbano. O aumento de áreas de vegetação nas cidades não só melhora os indicadores ambientais e a qualidade de vida, como também pode ajudar a reduzir os níveis de criminalidade”, afirma Jeremy Mennis, professor associado de estudos de geografia urbana da Universidade de Temple.
* Com informações da INFO.
** Publicado originalmente no site CicloVivo.

Justiça autoriza Força Nacional a acompanhar estudo sobre impactos de usinas no Tapajós


por Alex Rodrigues, da Agência Brasil
n27 300x204 Justiça autoriza Força Nacional a acompanhar estudo sobre impactos de usinas no TapajósBrasília – A Justiça Federal negou o pedido do Ministério Público Federal no Pará (MPF-PA) de suspensão da operação policial organizada pelo governo federal para garantir a realização dos estudos de impacto resultantes da construção de usinas hidrelétricas no Rio Tapajós, na região amazônica. A decisão da Justiça Federal foi divulgada na terça-feira (26) e se aplica a todos os outros recursos apresentados pelo MPF e pela União contra os planos de aproveitamento hídrico do Rio Tapajós.
Com a decisão, policiais da Força Nacional poderão acompanhar o grupo de biólogos, engenheiros florestais e técnicos que vão percorrer áreas afetadas pelo empreendimento a fim de realizar os estudos necessários à obtenção da licença ambiental prévia à construção do Complexo Hidrelétrico do Tapajós. A realização dos estudos é coordenada pela Eletrobrás.
No pedido interposto ontem (26), na Justiça Federal em Santarém (PA), o MPF apontava o risco de confronto entre policiais e manifestantes contrários à construção de usinas no Rio Tapajós, principalmente com os índios da etnia munduruku, que vivem em áreas que serão afetadas pelos empreendimentos. Segundo o MPF e organizações indigenistas, como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os munduruku não foram consultados sobre as obras, conforme estabelecem acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário, como a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Há anos, os munduruku manifestam-se publicamente contra esse tipo de empreendimento em suas terras já demarcadas ou em processo de reconhecimento. Em fevereiro, líderes munduruku reuniram-se em Brasília com representantes do governo federal, entre eles, os ministros Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, e Edison Lobão, de Minas e Energia, e disseram que fariam de tudo para impedir que os projetos sejam levados adiante.
O MPF sustenta que a chamada Operação Tapajós é ilegal porque a Justiça suspendeu o licenciamento ambiental da usina por falta de consulta prévia aos índios e da conclusão do estudo de viabilidade. Além disso, no recurso apresentado à Justiça Federal, os procuradores da República Felipe Bogado, Fernando Antônio de Oliveira Júnior e Luiz Antonio Amorim apontam o risco de que se repitam episódios como a morte do índio Adenilson Kirixi Muduruku.
Adenilson morreu em novembro de 2012, durante a Operação Eldorado, deflagrada pela Polícia Federal para combater a extração ilegal de ouro em terras indígenas nos estados de Mato Grosso, do Pará, de Rondônia, do Amazonas, de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. Na época, a PF defendeu-se alegando que o confronto entre os policiais e os munduruku ocorreu porque alguns índios da aldeia Teles Pires, em Jacareacanga (PA), na divisa entre o Pará e Mato Grosso, tentaram impedir a destruição das dragas usadas em um garimpo ilegal. Os índios, contudo, dizem que Adenilson foi executado e pedem o esclarecimento do crime e a punição dos responsáveis.
“Há perigo de dano irreparável com a realização da operação [policial]. Seja porque impera na região muita desinformação (até mesmo pela ausência da consulta prévia), seja porque a referida operação apresenta um potencial lesivo desproporcional”, diz o documento enviado ontem pelos procuradores à Justiça. Os três procuradores são responsáveis pela investigação dos fatos ocorridos durante a Operação Eldorado.
Em nota enviada à Agência Brasil, a Advocacia-Geral da União (AGU) sustenta que o acompanhamento da Força Nacional reflete a preocupação do Estado brasileiro em evitar a preocupação com a ocorrência de incidentes graves entre membros da equipe e pessoas das comunidades locais. De acordo com a AGU, isso não deve ser interpretado como ato arbitrário, e sim como garantia da segurança pública. A AGU diz que o levantamento também vai permitir à Eletrobras avaliar as melhores alternativas de locais para instalação da usina, bem como as diretrizes para melhor licenciamento ambiental e de gestão.
A atuação da Força Nacional no “auxílio à realização de levantamentos e laudos técnicos sobre impactos negativos” é respaldada por decreto presidencial publicado no último dia 12. O decreto, entre outras coisas, institui o Gabinete Permanente de Gestão Integrada para a Proteção do Meio Ambiente e regulamenta a atuação das Forças Armadas na proteção ambiental.
Composto por representantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República e dos ministérios do Meio Ambiente, da Defesa e da Justiça, o gabinete tem o objetivo de “integrar e articular as ações preventivas e repressivas dos órgãos e entidades federais em relação aos crimes e infrações ambientais na Amazônia Legal, promovendo a integração dessas ações com as de estados e municípios”.
O Ministério da Justiça autorizou, segunda-feira (25), o emprego da Força Nacional para “garantir a incolumidade das pessoas, do patrimônio e a manutenção da ordem pública nos locais em que se desenvolvem as obras, demarcações, serviços e demais atividades atinentes” a obras de infraestrutura energética em andamento no Pará. Segundo a assessoria do Ministério da Justiça, ao qual a Força Nacional está subordinada, o objetivo é também evitar a paralisação das obras e o fechamento das vias de acesso ao empreendimento em caso de protestos contra os empreendimentos.
Para o Cimi, com essas medidas, o governo federal demonstra que “não está disposto a ouvir as populações afetadas pelos grandes projetos, a exemplo das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), substituindo os instrumentos legais de escuta às comunidades – como a consulta prévia assegurada pela Convenção 169 da OIT – pela força repressora do Estado e transformando os conflitos socioambientais em casos de intervenção militar”.
* Edição: Nádia Franco.
** Publicado originalmente no site Agência Brasil.

Pelo menos 110 países já consideram as mudanças climáticas uma questão de segurança nacional


por Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil
n18 300x205 Pelo menos 110 países já consideram as mudanças climáticas uma questão de segurança nacional
Imagem: Mapa preliminar apresenta em verde os países que classificam as mudanças climáticas como uma questão de segurança, em amarelo os que acreditam que é apenas um assunto ambiental, em vermelho os que não se preocupam e em cinza os que não possuem informações disponíveis / ASP
Uma pesquisa realizada pela American Security Project (ASP), uma entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo avaliar assuntos que possam representar riscos para a segurança dos Estados Unidos, analisou as estratégias de defesa e políticas militares de 155 países e descobriu que pelo menos 110 deles já classificam as mudanças climáticas como uma questão de segurança.
Entre essas nações estão todas as grandes potências mundiais, como Estados Unidos, China, Rússia, Japão e a maior parte da Europa. As ausências mais significantes são a do Brasil e Índia, que ainda encaram as mudanças climáticas apenas como um problema ambiental.
Segundo o relatório, o Brasil argumentaria que “as implicações para a segurança relacionadas com as mudanças climáticas não são óbvias, e os impactos ambientais não ameaçam a paz internacional ou a segurança em si mesma.” A visão brasileira é compartilhada por 21% dos 155 países.
Para os que consideram as mudanças climáticas um risco, a justificativa vem da disputa cada vez mais acirrada por recursos naturais. Os Estados Unidos, por exemplo, em sua política quadrienal de defesa apontou que as alterações no clima “podem atuar como um catalizador para a instabilidade e para conflitos”. Já a Rússia, em sua estratégia nacional de segurança, publicada em 2009, afirma que “o aquecimento global terá um efeito negativo nas reservas mundiais de minerais, água e recursos biológicos.”
Dos países analisados, apenas 8% não apresentam nenhum tipo de preocupação com as mudanças climáticas, entre eles o Uruguai e o Chile. Outras 41 nações não puderam ser avaliadas por não possuírem dados disponíveis.
A intenção da ASP é em breve publicar o mapa online como uma ferramenta interativa, para que seja atualizado com frequência e seja utilizado como uma base de dados.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.

Urbanização falida


por Wladmir Pomar*
so41 300x199 Urbanização falida
O processo de favelização urbana no Brasil é antigo. Pelo menos desde a abolição da escravatura, no final do século 19, os ex-escravos das cidades foram segregados em zonas de risco. Foram enxotados para os morros, beira de córregos e outros locais, mesmo insalubres, onde ficassem longe dos olhos das pessoas de fino trato, como os antigos traficantes de escravos, comerciantes, altos funcionários da República etc.
Tal processo tomou um vulto muito mais vasto durante o final dos anos 1960 e nos anos 1970, quando a ditadura militar executou o programa de modernização dos latifúndios. Dinheiro público a rodo, através do Banco do Brasil, financiou a derrubada de antigas culturas agrícolas e de matas, para o replantio de novas culturas e pastagens, com a utilização massiva de máquinas agrícolas.
Tudo com a finalidade principal de criar um exército industrial de reserva de baixo preço para a industrialização do milagre econômico da ditadura. Cerca de 30 milhões de lavradores foram expulsos do campo e engrossaram o mercado de trabalho urbano. Mas a crise dos anos 1970 esvaiu o milagre, estagnou o processo de crescimento e deixou como saldo uma imensa massa populacional excedente ou excluída desse mercado.
A população urbana brasileira saltou de 36% para 84%. Criou-se um tipo de urbanização caótico e favelizado nas grandes e médias cidades, que contrasta as áreas de prédios e condomínios de luxo com as áreas de construções extremamente precárias. Tipo de urbanização que ganhou dimensões ainda mais terríveis com o aumento do desemprego, da pobreza e da miséria. E que foi agravado pela grilagem de terras urbanas e pela especulação imobiliária, que consistentemente empurraram os mais pobres para novas zonas de risco de diferentes tipos, ainda mais distantes e mais perigosas.
Nessas condições, os atuais desastres naturais causados pelas mudanças climáticas apenas estão colocando à mostra a fragilidade daquele tipo de urbanização, que transformou as cidades brasileiras em aglomerados disformes e em horrível contraste com suas belezas naturais. E, além disso, tornam gritantemente evidente a inoperância de uma extensa gama de autoridades públicas, que ainda não se deram conta de que não adianta mudar os flagelados para novas moradias em outras áreas de risco.
As cidades mais afetadas pelas calamidades naturais precisam não só atender emergencialmente aos afetados, garantindo-lhes uma moradia digna durante o processo de reconstrução, mas principalmente sofrer profundas transformações urbanas, principalmente levando em conta que as calamidades naturais quase certamente se repetirão no futuro. Não adianta mais tomar como referência os antigos parâmetros de risco. É necessário multiplicá-los por dois, três ou mais vezes, de modo a proteger as cidades de enchentes e deslizamentos devastadores.
Além disso, é inconcebível que, dois anos após as calamidades anteriores, haja cidadãos e cidades que praticamente continuam na mesma situação de desamparo e de destruição, mesmo tendo recebido recursos para a reconstrução. Por isso mesmo, o governo federal não pode ficar apenas na exclamação indignada da presidenta a respeito da adoção de medidas drásticas.
A presidência da República deve ter poderes legais para criar, na Casa Civil, na Secretaria Geral ou em outros órgãos diretamente subordinados, grupos de trabalho especiais que possam exercer fiscalização e acompanhamento constantes e diuturnos sobre a execução dos projetos de reurbanização e adaptação das cidades afetadas.
O que significa influenciar essas cidades a projetarem mudanças profundas no antigo tipo de urbanização. Essas mudanças devem incluir a proteção contra os deslizamentos de terras. A drenagem de córregos, rios e águas pluviais deve ser reestruturada. Os sistemas de coleta e tratamento do lixo sólido e fluído precisam ser profundamente reorganizados. A construção de moradias deve levar em conta a mecânica dos solos, algo que parece ser desconhecido de algumas construtoras. A arborização das ruas, avenidas e espaços públicos precisa se tornar uma rotina. E há uma série de outras medidas que, há tempos, vem sendo colocada em discussão por muitos urbanistas e que precisa ser observada.
Se é para valer a decisão de medidas drásticas, não bastam os repasses de verbas públicas para as emergências e para as reconstruções do mesmo tipo anterior. Também não bastam as cobranças através dos canais formais e burocráticos. É preciso muito mais para dar início a uma reurbanização que sirva de exemplo para as demais regiões urbanas, já que todas elas correm o risco de ter que enfrentar novas calamidades provocadas pelas mudanças climáticas. A antiga urbanização está falida, mostrando ser incapaz de suportar os novos climas. Ou as medidas drásticas se direcionam nesse rumo, ou as calamidades naturais se tornarão um ralo sem fundo dos recursos públicos.
* Wladimir Pomar é escritor e analista político.
** Publicado originalmente no site Correio da Cidadania.
(Correio da Cidadania)

Especial Água: A água nossa de cada dia


por Dal Marcondes, da Envolverde
O futuro social e econômico do Brasil depende do uso correto dos recursos hídricos.
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Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO. Foto: Divulgação/ Internet
Água para promover a paz
A UNESCO, agência das Nações Unidas para a promoção da ciência e da cultura foi escolhida para promover o ano de 2013 como Ano Internacional da Cooperação na Esfera da Água. Há um mito internacional de que a água será o motivo de intensos conflitos internacionais, principalmente nas áreas mais áridas. No entanto, essa não é a visão de Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO. Ex-chanceler da Bulgária com formação pela Universidade de Harvard, ela acredita que a água pode ser um elemento de construção de acordos: “A água atua como elemento unificador, capaz de estimular a cooperação”.
A história é recheada de bons exemplos, segundo a diretora da UNESCO. Ela conta que o Comitê do rio Mekong, que nasce na China e atravessa o Laos, o Camboja e o Vietnã, funciona desde 1957, e trocou informação durante toda a Guerra do Vietnã. Também aponta que foram realizadas reuniões secretas entre Israel e Jordânia entre 1953 e 1955, ainda quando esses países estavam em guerra. A Comissão do rio Indo sobreviveu a duas guerras entre Índia e Paquistão, e os dez países banhados pelo rio Nilo agora participam de negociações para cooperarem na exploração de sua bacia. Irina Bokova mostra inúmeros exemplos nos onde os recursos hídricos transfronteiriços são fonte de cooperação em lugar de conflito. “Entre 1820 e 2007 foram assinados aproximadamente 450 acordos sobre águas internacionais” conta a executiva.
Cidades tratam mal seus rios
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Foto: Reprodução/ Internet
Apena 1% dos rios que passam por cidades no Brasil tem ótima qualidade da água. Cerca de metade deles tem qualidade entre boa e regular, enquanto a outra metade fica com a qualificação de ruim ou péssima. Esse é o resultado de um estudo feito pela Agência Nacional de Águas (ANA) e apoiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que monitorou 135 pontos em rios urbanos de todo o país. Nas áreas rurais a situação é bem melhor, mas mesmo assim merece cuidados. 75% de 1988 pontos monitorados tem boa qualidade de água e6% tem excelente qualidade, enquanto 18%, o que significa 358 pontos de análise, apresentam qualificação ruim ou péssima. A maior parte dos poluentes encontrados nos rios é formada por esgotos urbanos, o que prejudica não apenas os indicadores de saúde pública das cidades, como também inibem investimentos empresariais pelo alto custo de captação e tratamento de água.
Prejuízo líquido
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Quase 40% de toda a água tratada no Brasil não chega às torneiras dos consumidores, se esvaem em sistemas de distribuição arcaicos e cheios de vazamentos. Um estudo realizado pela ONG Trata Brasil mostra que uma redução de apenas 10% nas perdas representaria aumentar a receita operacional das empresas de água e saneamento em R$ 1,3 bilhão. Esse valor representa mais de 40% dos investimentos realizados no setor de abastecimento de água em 2010. Um aumento na eficiência do sistema de distribuição pode representar mais capital para investimento em saneamento. O estudo se baseou em dados de 4.926 cidades do país, informados em 2010 ao Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades.
Ganhos com melhor gestão:
• Nas 100 maiores cidades, reduzir as perdas em 10% aumentaria a receita em R$ 758 milhões.
• No Amapá uma redução de apenas 10% nas perdas traria um ganho de R$ 8,3 milhões, valor mais de 6 mil vezes maior do que o Estado investiu em água em 2010.
• Redução de 10% nas perdas no estado de São Paulo aumentaria a receita em R$ 275,8 milhões, valor maior do que todo o investimento realizado em abastecimento de água em Minas Gerais em 2010
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Complexo Alumar, no Maranhão. Foto: Divulgação/ Internet
Simbiose empresarial
Corporações globais estão colaborando para melhorar sua gestão de água. O complexo de Alumar, formado pelas empresas Alcoa, BHP Billiton e Rio Tinto Alcan Alcoa, gigante da produção de alumínio instalado no Maranhão, e a Ambev, líder da área de cervejas e refrigerantes integraram rede de reuso de água. Os efluentes da Ambev agora são destinados ao Projeto Alumar e utilizados nas linhas de produção de alumínio. Com isso são reaproveitados parte dos 3,1 milhões de litros tratados diariamente pela cervejaria Equatorial, da Ambev. Esse volume equivale a todo o esgoto de uma cidade com 55 mil habitantes.
Um rio chamado Tietê
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Foto: Marcos Santos/ USP
Um dos significados da palavra Tietê na língua Tupi “agua boa”, o que há muito tempo não reflete a verdade do rio Tietê, que se tornou sinônimo de poluição. Desde 1995 o projeto de despoluição do Tietê já custou mais de R$ 3,5 bilhões e deve precisar ainda de R$ 4 bilhões até 2015. O BNDES garantiu neste mês de março R$ 1,35 bilhão e a Sabesp. Empresa gestora do projeto de despoluição, ainda precisa garantir o financiamento do restante. Esse dinheiro deverá ser utilizado para aumentar a coleta de esgotos em São Paulo de 84% para 87% em dois anos e ampliar a capacidade das estações de tratamento de esgotos de 70% para 84%. Com isso o rio ficará mais limpo, mas não despoluído.
Uma certificação para a pegada hídrica
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Está em estudos a implantação da certificação ISO 14046, que trata da pegada hídrica das empresas. Medir a quantidade de água necessária para a operação e produção das empresas é um fator relevante para o planejamento e para a redução de riscos em relação ao fornecimento de água, o tratamento de efluentes e até mesmo os impactos que as mudanças climáticas podem ter sobre o regime hídrico onde as empresas estão instaladas. O conceito de pegada hídrica é bastante abrangente e incorpora uma série de dados sobre a água, como a qualidade da água captada e a qualidade da água devolvida às bacias hidrográficas; o número de vezes que é reciclado um m³ de água extraída de uma bacia hidrográfica; etc.
Diversos setores da economia já se preocupam com a gestão da água de forma mais profissional, uma vez que o recurso é insumo fundamental para a produção. Em um trabalho recente realizado pelo varejista Walmart Brasil com 13 de seus principais fornecedores, que se comprometeram a melhorar o desempenho social e ambiental de produtos líderes, ao final de um ano a produção desses itens (apenas dos volumes vendidos em lojas do Walmart Brasil), que iam de sabão, aveia, refrigerante até televisores e refrigeradores, a economia global de água foi de quase 2,5 milhões de litros.
* Dal Marcondes é jornalista, diretor da Envolverde, passou por diversas redações da grande mídia paulista, como Agência Estado, Gazeta Mercantil, revistas IstoÉ e Exame. Desde 1998 dedica-se à cobertura de temas relacionados ao meio ambiente, educação, desenvolvimento sustentável e responsabilidade socioambiental empresarial.
* Conteúdo produzido exclusivamente para a edição 741 da revista Carta Capital.
(Envolverde)